Os Cinco Marotos

Capítulo 2 - Beco "Infernal"


Era uma típica tarde de verão e como era de costume nessa época do ano os alunos de Hogwarts estavam indo ao Beco Diagonal comprar o material para o primeiro de setembro. Os Marotos não eram a exceção e eles tinham aproveitado esse ritual tão costumeiro para se reencontrarem depois de tanto tempo.

Por já estarem em Londres, Pam, Sirius e James chegaram primeiro e ficaram esperando os outros dois no Caldeirão Furado, como tinham combinado. Mas, o tempo começou a passar e nada de Peter ou Remus, e Sirius começou a perder a paciência. Queria poder ir logo para o Gringotes pegar o ouro que tinha ganhado ha pouco e ir logo comprar o material.

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Por fim, e cansados de ouvir as reclamações do amigo, Pam e James combinaram que enquanto ela ia com Sirius ao Beco Diagonal, o outro esperaria Peter e Remus e às quatro horas os cinco se encontrariam em frente a Artigos Para Quadribol.

_Certo, então. – disse Pam, observando Sirius correr como uma criança para a parede de tijolos que escondia o Beco Diagonal. – Nós nos encontrarmos às quatro.

_Nos encontramos às quatro. – James concordou, acenando com a cabeça para despedir da amiga, que partir logo em seguida, acompanhando Sirius.

A passagem da parede de tijolo se abriu para eles como se fosse a primeira vez e foi impossível não ficar encantados com o viram do outro, apesar desta não ter sido nem a primeira nem a última vez que iriam ao Beco Diagonal, mas todo o ano era mesma coisa, era como se a magia do lugar se renovasse a cada ano, fazendo parecer que tudo sempre era novo e especial.

Sirius olhou para Pam e deu um de seus sorrisos tortos antes dos dois saírem andando pelas ruas apinhadas e lojas lotadas, buscando espaço entre as pessoas que se espremiam para passar, os dois tomaram o rumo do Gringotes, onde iriam sacar a herança que tio Alphard tinha deixado.

_Às vezes eu desejo ter um parente rico e idoso em algum lugar… - disse Pam, lentamente, enrolando distraidamente a ponta dos cabelos em um dos dedos.

Sirius riu da falsa inocência da amiga.

_E você tem. Que tal seus avôs?

_Ah… - Pam fez pouco caso. – Eles me odeiam. Não contam. Nunca deixariam uma herança boa para mim de qualquer jeito.

_Mas até onde eu sei você é a única neta deles.

_E daí? Tenho certeza de que preferiam doar todo o dinheiro para entidades carentes do que para mim. E você sabe que eles são exatamente igual à sua família… - Pam cruzou os braços, emburrada.

Sirius riu e continuou tentando achar passagem entre as pessoas.

_Talvez você tenha alguém como o tio Alphard em algum lugar… - comentou.

_Talvez… - ela disse, mas não parecia nada pouco convicta. Pensou um pouco e então continuou, animada: - Ou talvez eu case com um marido rico!

O garoto não teve como não rir depois dessa.

_Vamos logo. – ele pegou a mão dela e a puxou para longe, passando pelas pessoas e finalmente chegando ao Gringotes.

Não muito diferente do resto do Beco Diagonal, o banco estava lotado. Era como se todo o mundo tivesse decidido ir lá ao mesmo tempo e no mesmo dia.

_Ei. – chamou Sirius. – O que um duende disse para o outro?

Ela pensou um pouco e finalmente disse que não fazia ideia.

_ “Nossa, quanto dinheiro!” “Não é da sua conta.” – ele disse, dando um duplo sentido que fez Pam rolar os olhos e rir.

_Muito engraçado. – ela falou. – Mas vamos logo fazer o que viemos fazer.

Os dois se dirigiram para uma das inúmeras filas e esperaram ser atendidos. E esperaram, esperaram, esperaram… Esperaram, esperaram, esperaram e esperaram…

Quando por fim foram atendidos, já tinha pensando em desistir, tinham reclamado, feito piada sobre o atendimento, Sirius tinha despejado uma quantidade inacreditável de piadas sem graça sobre Pam…

O garoto tomou a frente e conversou com o duende, entregando-lhe a chave do seu próprio cofre e esperando pelo que pareceu mais uma eternidade até que finalmente outro duende levou os dois até o cofre de Sirius.

Chegar ao cofre até que foi rápido, mas eles tiveram que parar diversas vezes para esperar outros carrinhos passarem antes de poderem continuar. Mas, toda a espera e a demora foram recompensadas ao verem o ouro de Sirius.

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O queixo de Pam caiu.

_Eu nunca tinha visto tanto ouro junto…

Sirius riu.

_Bendito seja o tio Alphard e sua fortuna! – ele disse antes de avançar e pegar um pouco do ouro e guardando-o em um saco pequeno, sair e sinalizar para o duende que podia os levar de volta.

Com toda a demora em pegar o ouro, quando saíram do Gringotes já era quatro horas e os dois partiram para a Artigos Para Quadribol, Sirius parecendo mais feliz do que não ficara em anos.

Pam ria de cada tropeço e de cada cumprimento exagerado do amigo, que se faziam cada vez mais frequentes. Por fim passaram em frente à um arbusto com pequenas flores azuis que eram do mesmo tom que os olhos de Pam, o garoto se apressou a abaixar-se e pegar uma das flores, a colocando atrás da orelha da amiga logo em seguida.

_Pronto – disse. – Assim você vai ficar linda e vai achar caras muito melhores do que Michael, eu prometo.

Pam sorriu enquanto observava o amigo parecendo aceso e alegre como se nada no mundo pudesse interferir em sua felicidade.

_Felina, me diga. – ele começou. – Por que devemos comer flores?

Ela franziu a testa. Talvez toda a alegria de Sirius fosse nada que não insanidade. Não havia sentido na frase do garoto.

_O que disse? – ela perguntou, piscando.

_Por que devemos comer flores? – ele repetiu, olhando para ela e jogando o cabelo para o lado, um sorriso torto nos lábios.

_Não sei… - ela começou, insegura. – Por que devemos comer flores?

_Para enfeitar os vasos sanguíneos.

E Pam se permitiu sorrir ao perceber que tinha sido boba o bastante para não identificar uma piada sem graça de Sirius.

_Você está bem engraçadinho hoje, não? – ela perguntou.

_Sim… - ele disse. – Não sei por quê. Mas estou sentindo leve, feliz… É como se eu pudesse cantaaar! – ele prolongou a palavra, em algo que Pam identificou como uma tentativa fracassada de cantar alguma coisa.

E ela riu. Não podia ter feito diferente.

_Para. Não estrague tudo, ok? – ela brincou.

Ele apenas sorriu para ela durante um tempo antes de abaixar a cabeça e então voltar a olhá-la.

_Você me acha louco? – perguntou, como se fosse um assunto de grande importância para ele.

_Totalmente. – ela disse. – Mas eu sempre achei, então não faz diferença, faz?

Sirius sorriu para ela.

_Não, não faz… - olhou para frente e então viu algo que apenas aumentou sua felicidade. Pam viu o mesmo e quando se encararam, uma única palavra sai de suas bocas:

_Ranhoso. – sorriram maldosamente. Qual fora mesmo a última vez que tinham aprontado com ele? Parecia que fazia milênio. E agora com a magia liberada para ambos, podiam fazer o que quisessem sem comerem o risco de serem expulsos de Hogwarts.

_Legal. – Pam disse, percebendo que o amigo pensava o mesmo que ela, então os dois andaram para lado a lado para o beco em que tinha visto o outro sumindo nas sombras. James, Peter e Remus podiam esperar alguns minutos.

Eles estavam tão ocupados pensando na diversão e no que fariam com o sonserino para se preocuparem com qualquer outra coisa e nem pensaram no quanto era suspeito que Severus estivesse indo por aquele caminho, mas o seguiram do mesmo jeito.

Severus correu no meio da multidão com Pam e Sirius logo atrás dele, ignorando as pessoas nas ruas. Por um momento pareceu que Severus ia ir para a Travessa do Tranco, mas hesitou antes de tomar uma direção na bifurcação em que se encontrava e esse foi o suficiente para Pam e Sirius o alcançarem.

_Olá! – disse Pam, por sobre o ombro do garoto, o que o fez se assustar. – Tudo bem? Como passou de férias, Ranhoso?

_Fugindo do xampu como sempre? – perguntou Sirius, antes que Severus tivesse tempo de fazer qualquer coisa.

Por um momento pareceu que Severus ia revidar, mas então no último segundo mudou de ideia e correu pela rua oposta a que levava à Travessa do Tranco.

Pam e Sirius se entreolharam e concordaram ao mesmo tempo. Não iam desistir tão fácil. Foram atrás de Severus que por fim sumiu em um beco sem saída e com os dois grifinórios em seu encalce, ele estava encurralado.

_Do que você está fugindo? – perguntou Sirius, se aproximando do outro com um sorriso sínico no rosto.

_Não tem porque se esconder de nós. – Pam disse, com ironia. – Somos seus amigos.

Sirius puxou a varinha e olhou para a amiga, que fez o mesmo. Severus colocou a mão esquerda no bolso das vestes, segurando a ponta de alguma coisa que podia ser a varinha.

_Quantos anos você tem, Felina? – perguntou Sirius.

_Dezessete e você?

_Também. – Sirius sorriu mais ainda. – Somos maiores de idade.

_Vocês não fariam isso. – disse Severus.

_Olha, Sirius. – Pam começou. – Isso deve ser uma evolução! Cobras sabem falar!

O garoto riu.

_Essa foi boa. – então voltou para o sonserino e continuou: - Não? E por que não?

Severus enfiou a outra mão em um bolso, sem soltar o que segurava com a mão esquerda, e puxou a varinha. Sirius e Pam estavam distraídos demais para perceberam que Severus escondia alguma coisa que eles não podiam ver.

_Sectumsempra! – gritou Severus, investindo contra Sirius.

_Everte Statum! – Pam gritou enquanto o amigo desviava do feixe verde.

_Protego!

O feitiço de Pam voltou para ela e então a garota foi lançada para trás, enquanto Sirius e Severus duelavam. Ela também não tardou a se levantar e voltar para à atacar.

Talvez tenha sido por causa da luz, talvez por causa dos feitiços gritados qualquer que seja a razão, James que passava ali por perto rumo à Artigos Para Quadribol viu a luta dos três e resolveu interferir.

_Expelliarmus! – gritou, fazendo com que as três varinhas saíssem das mãos de seus respectivos donos e James as apanhou com habilidade digna de apanhador. Logo Pam, Sirius e Severus estavam olhando para o quarto garoto, confusos. – O que vocês acham que estão fazendo?

Severus andou em direção a James como um morcego, tomando sua varinha e dizendo:

_Fico feliz que tenha mais sanidade que seus amiguinhos, Potter. Então vou lhe dizer uma coisa. Da próxima vez não pegarei tão leve com eles.

E então foi embora. James respirou fundo indo em direção aos amigos e lhes revolvendo as varinhas.

_Vocês são insanos? O que achavam que estavam fazendo? Estamos no meio do Beco Diagonal, isso tem que significar alguma coisa!

_Ah, Pontas. Você está muito chato. O que aconteceu com você? – perguntou Sirius. – Estávamos apenas brincando. Não era sério.

_É, Pontas. – Pam concordou, sorrindo. – O que aconteceu? Você não era assim, você mudou. Devia ter vindo se divertindo com a gente. Afinal, tudo o que importa é se divertir, não é?

_Vocês são loucos, isso sim. – Ele comentou entre os dentes.

_Relaxa, cara! – Sirius disse. – Está tudo bem! Onde estão Peter e Remus? Não vieram?

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_Já estão na Artigos Para Quadribol. Eu estava procurando vocês. Não pareciam nunca!

_E agora nos achou, não é, Pontas? – Pam sorriu. – Vamos encontrar o Rabicho e o Aluados.

Sirius deu um tapinha no ombro de James de sair do beco, seguido por Pam, e deixando o amigo sozinho. James esperou alguns segundos antes de ir atrás dos amigos, olhando para trás e encontrando uma Lily boquiaberta olhando para ele. Sorriu, seu plano tinha funcionado. Não que fosse contar para Pam e Sirius é claro, eles nunca o entenderiam. Nunca saberiam o que o amor pode fazer com uma pessoa. Até mesmo fingir responsabilidade e ajudar um inimigo que não merece ser ajudado.

Até Hogwarts, Lily, James pensou. Esse ano você vai ser minha. Mesmo que para isso eu tenha que ser responsável.