Capítulo 3 - Para Hogwarts Finalmente

_Está nervoso, querido? perguntou a Sra. Black, para o filho mais novo e melhor. Não precisa ficar. Você vai ser um perfeito Black, entrando na Sonserina e se relacionando com puros-sangues.

Sirius continuou com os braços cruzados sobre o peito. Sabia que cada palavra dirigida ao irmão mais novo era na verdade diga com o propósito de atingi-lo. Faze-lo se sentir mal por estar no Grifinória e talvez assim fazer amizades decentes, de acordo com seus pais.

Mas, ele continuou indiferente a tudo isso, apenas andando até o trem, onde estava escrito em grandes letras Expresso Hogwarts.

O outono tinha demorado a chegar. Para Sirius pelo menos. Mas, finalmente tinha chegado o dia primeiro de setembro, e ele iria voltar para Hogwarts finalmente.

Iria encontrar Peter e Remus, que não via desde o ano anterior, e também Pam e James, é claro. Além de certa ruiva esquentada, uma morena briguenta, uma aspirante a loira idiota e uma garota de rosto redondo. E Ranhoso. E Frank. Não podia se esquecer do colega de quarto. E os professores. E todos os outros que só podia encontrar em Hogwarts.

Não, Sirius não sentia falta apenas das pessoas que encontrava em Hogwarts. Sentia falta de tudo o que Hogwarts podia oferecer. O campo de quadribol, as cozinhas, as salas de aula, os jardins, a Floresta Negra e tantas outras coisas

Ele próprio pegou o malão e colocou dentro do trem, enquanto via seus pais colocando o de Regulus.

O mais novo abraçava a mãe, enquanto Sirius, sem se despedir, partia para dentro do trem, a procura dos amigos.

Sabia que eles estariam lá.

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_Pela saia de Merlin, Pam! Ajeite sua barba gritou a mãe, quando Pam apareceu na sala.

A garota não pôde deixar de rir. Merlin usava saias? E desde quando ela tinha barba?

_Eu quero dizer Pelas barbas de Merlin, Pam! Ajeite sua saia!

Pam riu mais ainda da confusão da mãe e deixou que ela colocasse a blusa por dentro da saia.

_Estamos atrasadas de novo. resmungou Pam, olhando para o relógio da sala.

_Droga! De novo? Corre! desta vez quem estava em pânico era a Sra. Porter e não Pam como no ano anterior.

A mãe a puxou para dentro do carro e pisou no acelerador. Era realmente uma sorte que a estação ficasse tão perto da casa, já chegaram rápido e desta vez Pam nem ao menos hesitou enquanto atravessavam a parede para a Estação 9 ½.

Ela viu a grande locomotiva a vapor e, exatamente como da última vez, a mãe a ajudou a colocar a mala no trem e ela andou pelos corredores pequenos e apinhados de gente. Só que desta vez, ela sabia onde devia entrar.

Não demorou muito e Pam abriu a porta da cabine, ofegante graças à correria para chegar ali.

_Algum dos cavalheiros quer fazer o favor de me ajudar? ela perguntou irônica.

_Também sentimos sua falta, Pam. disse Remus e ela não pode deixar de sorrir ao reconhecer as palavras que James tinha dito a mais ou menos um mês, no Beco Diagonal.

O garoto ficou de pé, para pegar o malão e a vassoura de Pam e a gaiola de Athena, mas Pam não deixou, o abraçando antes.

_Oh! Meu filhinho! Mamãe sentiu saudade! ela disse rindo.

Remus também sorriu.

_Também sentia saudades suas Pammy.

_Pammy? ela se afastou, olhando-o com as sobrancelhas erguidas.

_Pammy. ele confirmou e os dois riram.

_É uma vingança por causa do Remmy, não é?

Sirius se levantou também.

_Deixem que eu faço isso. e ele colocou tanto a gaiola como o malão e a vassoura no bagageiro.

Os três se sentaram. Sirius ao lado de James e de frente para Pam. Pam no meio de Lupin e Peter.

Ela abraçou Peter de lado.

_Também senti sua falta, Peter. disse ela, soltando Peter. Como está Queimado?

_ Ele morreu. o garoto disse com os olhos se enchendo de lágrimas.

_Oh! exclamou Pam. Não fique assim. Ele era um rato velho não é mesmo? E você vai poder comprar outro. ela olhou em volta, buscando o apoio dos outros.

James, Sirius e Remus assentiram.

_Viu só? Vai ficar tudo bem, tenho certeza.

O garoto assentiu, preocupado em não deixar nenhuma lágrima teimosa cair.

Fez-se silêncio por alguns momentos e foi James quem o quebrou.

_Eu não perguntei isso antes, Pam - ele disse, parecendo constrangido. Mas, quando você disse que vai participar do time de Quadribol Não disse em qual posição.

_Goleira, é claro. Por quê?

_Porque eu bom. ele pensou por alguns instantes, escolhendo as palavras cuidadosamente. Porque eu achei que você iria querer ser apanhadora.

_Apanhadora?

_É. Você disse que era melhor do que eu

Então ela entendeu e começou a rir. Rir não, gargalhar.

As faces de James assumiram um tom rubro.

_Me desculpe! ela exclamou, ainda rindo. É só que é tão hilário! Você achou mesmo que eu fosse querer competir com você? Bons amigos não fazem isso. Por mais que você fosse ruim em sua função, eu nunca tentaria competir com você!

Agora James estava levemente irritado.

_O que você quer?

Mas Remus o interrompeu, para impedir um possível desastre.

_Mas, o que vocês foram fazer no Beco Diagonal? Minha mãe me disse que você, Pammy, tinha dito que você, o Sirius e o James iriam para lá.

_Fomos comprar o material. disse Sirius. Foi divertido. O James e a Pam compraram as vassouras deles. E o James teve que pagar dois galeões para a Pam. ele sorriu, lembrando-se da cara do amigo.

Remus franziu a testa.

_Por quê?

Pam, James e Sirius se alternaram para contar toda a história sobre a carta de aniversário para o último e sobre a aposta.

_Foi seu aniversário, Sirius? Parabéns. disse Remus.

_Parabéns também. disse um distante Peter, que ainda devia estar pensando em Queimado. Era muito apegado ao rato.

_Mas, e então, Pam? Com o que você resolveu gastar os dois galões? disse Sirius, tomando o cuidado de não mencionar o binóculo que a amiga comprara, na frente de Remus.

Pam sorriu maliciosa.

_Ah! Vocês vão ter que esperar até chegarmos a Hogwarts para ver!

Apesar de Remus, James e Sirius terem insistido para ela contar, a garota simplesmente balançou a cabeça.

_Não! Só em Hogwarts!

Depois disso eles conversaram sobre assuntos variados. Remus comentou que tinha assinado o Profeta Diário, Peter ficara sabendo que a Profª. Funke que tinha sido dada como desaparecida no mês passado então eles teriam um novo professor de Defesas Contra as Artes das Trevas.

_Quem vocês acham que vai ser desta vez? perguntou Sirius.

_Não sei - disse Remus, pensativo. Só espero que seja um professor legal. Li os livro de Defesa Contra as Artes das Trevas e não acho que a matéria deste ano esteja assim, tão difícil.

_Nerd - cantarolaram James e Sirius, em tradicional coro.

_Mas, quem vocês esperam que seja o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? perguntou Sirius, displicentemente.

_Hum Não sei. Imagina se for um caça vampiros! sugeriu Pam, parecendo animada com idéia.

_Ou um caça-fantasma! disse James.

Peter encolheu-se um banco.

_V-vampiros F-fantasmas?

James riu ao ver que o amigo estava com medo.

_ É. E bichos-papões também!

Sirius riu debochadamente.

_Bichos-papões? Esses não assustam. Já não basta os dois que tem lá em casa?

_Tem dois bichos-papões na sua casa? perguntou Peter com os olhos arregalados de pavor.

_Claro que tem. E atendem pelo nome de Orion e Walburga Black. Ou, como eu tenho que os chamar, papai e mamãe.

James riu.

_Estamos falando sobre monstros de verdade

­_ Eles são monstros de verdade! protestou Sirius. Mas, se você quiser um monstro assustador mesmo, então que tal o lobisomem?

Desta vez não só Peter se encolheu, como Remus sentiu um arrepio na coluna.

_Lobisomem? disse Peter, agora totalmente apavorado.

James, Pam e Sirius riram. Remus, porém, nem ao menos conseguiu mexer os lábios.

Lobisomens? ele pensou.

_É. O lobisomem é uma criatura cruel, que mata apenas pelo gosto de matar. continuou Sirius. Eles não têm consciência do que estão fazendo, sabe? São inconscientes e irracionais.

_Inconscientes? Irracionais? agora Peter parecia petrificado de terror.

_Isso mesmo, - concordou Pam, achando graça em assustar o amigo. Uma besta, uma fera incontrolável, que gosta de ver sangue. Um monstro.

_Menos do que um animal. acrescentou James, enquanto balançava a cabeça.

O coração de Remus despencou estômago adentro, enquanto ouvia os amigos falarem isso. Até mesmo sua mamãe tinha dito que ele era uma fera.

_Violento, sanguinário, terrível. disse James, fazendo o mais baixo se encolher mais ainda.

Pam, Sirius e James riram de Peter, Remus, porém não mexeu um músculo.

Inconsciente, irracional, uma besta, fera incontrolável, violento, sanguinário, terrível, menos que um animal. Pensou Remus, enumerando o que tinha ouvido. Um monstro. E é claro, eles estão completamente certos sobre mim.

_Remmy? chamou Pam, o retirando de pensamentos. Você está bem?

O garoto assentiu, mal acreditando que a garota que antes tinha falado que ele era um monstro, agora estava tão preocupada com ele.

Mas, era claro, ela não sabia. E ia continuar sem saber. Pelo menos pelo tempo que ele conseguisse esconder. E ele era muito bom com segredos.

_Quero dizer. disse James. Eu não conheço nenhum lobisomem para saber com certeza. Mas eles são assim não é verdade?

Sirius, Pam e Peter assentiram prontamente.

_Claro que sim. murmurou Pam.

_Monstros. concluiu Sirius, encerando o assunto.

Pam, Sirius, Peter e James ainda debateram outros assuntos, conversas das quais Remus apenas participou com Ahãms e Hums, apenas para mostrar que estava presente.

Nada iria o animar tão cedo, nem todo o chocolate do mundo.

Era claro que os amigos estavam certos. Era isso mesmo o que ele era, sem tirar nem pôr.

Um monstro.

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Quando o trem finalmente parou, Pam não conseguiu reprimir um sorriso ao saber que estava de volta à Hogwarts. De volta ao seu lar. Ato no qual foi acompanhada por James, Sirius, Remus e Peter.

Deixando as malas e Athena e Ártemis dentro do trem, eles entraram nas carruagens que conduziriam até o castelo. As carruagens eram tradicionais e andavam sozinhas. Era a primeira vez que a usavam. No ano anterior, tinham ido de barcos até Hogwarts, e Sirius sabe que era para onde Regulus estava indo naquele momento.

Eles ainda debateram alguns assuntos sem importância antes de olharem pela janela para poder ter o primeiro vislumbre de Hogwarts.

Hogwarts Era isso. Eles estavam de volta. Finalmente.