Capítulo 16 - O Sol Em Sua Pele

Estava deitada sobre o peito de Jacob, estamos no sofá da casa dele e está escurecendo.

-Jacob. Eu gostei dela. Não sei como mas me liguei a ela.
-Julia, ela podia ter te matado! – ele tremia levemente.
-Mas não matou! Isso não significa nada?
-Eu não sei.
-Pede para o bando não mata ela – eu choraminguei.
-Desculpe meu amor – ele beijou a minha testa – mas esse é o meu trabalho e, além disso, não vou correr o risco dela matar mais vidas inocentes, você viu os olhos delas?

Eu mexi a cabeça negativamente.

-Ela tinha olhos vermelhos. Sangue humano.
-Mas e se eu pedir para o bando? – pense otimista.
-Sei que eles te amam e alguns até aceitariam mas eles estão sobre as minhas ordens e eu não quero que nenhum vampiro se aproxime de você.
-Suas ordens?
-É. Eu sou o alfa.
-Alfa?
-Assim, meu avô era o alfa e em meu sangue corre o poder do bando, eu já fui beta por escolha minha mas me desentendi com o bando e quando eu voltei, Sam se ofereceu como beta e me deixou no comando.
-Desentendeu?
-Depois. Vou me encontrar com eles daqui a pouco – ele olhou o relógio de pulso.
-Okay – ele me deu um beijo lento e apaixonado.

Jake me deixou em casa e depois se foi. Subi, tomei um banho quente, coloquei a calça do meu pijama de ovelhinha com uma regatinha de flanela e me joguei na cama, apaguei em pouco tempo.
Meu sonho foi o de sempre. A loira vinha até mim com a mão estendida, mas, agora ela estava diferente, os olhos numa cor... um vermelho leitoso e líquido... hipnotizante, seus cabelos iam até a cintura... era Ana Clara, era, mas, só se... ela era a minha salvação, de algum modo mas era.
Acordei com um frio polar que estava fazendo, me levantei para fechar a janela, olhei no relógio era 05h02min.

-Olá – olhei rápido para trás de mim.
-Oque você faz aqui?
-Eu vim me justificar – ela veio a minha frente saindo da escuridão, deixando o luar lhe iluminar – Eu gostei mesmo de você Julia.

Sentei-me na cama e ela se sentou ao meu lado.

-Não está com medo? Uma vampira em seu quarto.
-Eu não sei, mas eu confio em você. Por favor, prossiga.
-Sim – ela sorriu com a minha resposta e o sorriso foi embora, um frio polar bateu em mim novamente, só que mais intenso. – Luke me mandou essa manhã, ele é... como se fosse meu irmão, o meu pai o criou. E não sei por que – ela parecia confusa – mas ele está obcecado por você, claro que seu cheiro é maravilhoso mas eu nunca o vi tão...
-Ele te mandou hoje? Agora?
-Não! Eu vim para te alertar – comecei a tremer, pois estava insuportável o frio – desculpa.

Comecei a sentir menos frio e logo depois não sentia mais nenhum frio.

-Quando eu me exalto, por ansiedade, frustração ou raiva, deixo o ambiente mais frio.
-Sério? Que legal!

Paramos com o papo do Luke, ela me explicou coisas sobre os vampiros que...

-O Sebastian é mesmo o meu pai, ele usou a minha mãe para me ter e depois... ela morreu quando eu nasci. – senti uma vontade enorme de abraçá-la, mas me contive, ela ainda era “nova” e a sede era forte.
-Sinto muito.
-Então três anos depois de eu completar os 18 anos, meu pai transformou Luke para ser meu parceiro, mas ele é só mais um vampiro idiota sedento de sangue. Minha família está toda aqui, ele, o Luke está tentando convencê-los de ajudá-lo, mas estou tentando tirá-lo de perto de você.
-Mas como... sabe... os vampiros fazem para, subir? – falei para aliviar o clima.

Ela riu muito agora.

-O sangue que nós bebemos é oque corre em nossas veias é assim que eles fazem para subir o bonequinho. – ela falou rindo.

Rimos mais um pouco com esse papo de vampiros e o sexo.

-Tenho que ir.
-Mas já?
-Sim, eles já devem estar sentindo a minha falta.

Ela foi a frente da minha janela.
Juro que nunca vi nada mai lindo. Sua pela brilhava ao sol como se tivesse vários diamantes embutidos. Maravilhoso.

-Adeus.