A Vingança de Allison Castellan

19. Eu sabia o que deveria fazer.


Eu queria poder sumir, não para sempre, somente tempo suficiente para que as coisas pudessem se resolver sem eu precisar me envolver. O único barulho que podia se ouvir era o de minha cabeça batendo no ármario.Com o que eu ainda tinha de coragem eu sai de dentro do armário sem ter ideia do que eu iria fazer em seguida.

Meu olhar foi atraído por uma fotografia em cima do criado-mudo. Era uma foto minha quando recém-nascida, estava suja e rasgada nas bordas. Ao virar do outro lado percebi que May ou melhor, minha mãe havia anotado palavras em letras vermelhas.

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Hospedeira. Possessão. Allison. Morte. Hospedeira. Hospedeira. Morte. Suicído. Traição. Quione. Traição. Gaia. Renascimento. Hospedeira. Morte. Ally. Suicídio. Traição. Gaia. Hermes. Allison. Renascimento.

- O quê? - murmurei.

E então uma visão me atingiu.

Eu estava no Olimpo, em um trono de ouro. Eu vestia um longo vestido branco e uma coroa estava sobre minha cabeça.

Os deuses estavam ajoelhados aos meus pés. Quione estava ao meu lado, sorrindo. Eu também estava sorrindo, não o meu sorriso, um maligno e parecia pertencer a outra pessoa. Meus olhos... o que havia ocorrido com eles? Estavam assustadoramente anormais, coloridos, parecia que eu estava... Possuida.

Acordei do transe assustada quando ouvi algo caindo do outro lado do quarto. Os cubos de madeira com letras desenhadas que eu brincava quando eu era pequena estavam espalhadas no chão. Um vento gelado passou pela janela, e assim os cubos se mexeram. Ao me aproximar percebi que tinham se formado palavras.

V O C Ê S A B E O Q U E D E V E F A Z E R

- Não... não... não... - comecei a chorar desesperada. Eu sabia exatamente o que eu deveria fazer. May me chamou de Hospedeira por um motivo. Ela teve uma visão do renascimento de Gaia. Eu iria servir como uma hospedeira, e Gaia iria ser minha parasita.

Por isso que May havia tentado me matar quando eu era um bebê?

- Quem é você, por que quer que eu faça isso? - sussurrei.

Os cubos se moveram novamente.

E U S O U L U K E

Cai para trás. Meu irmão não iria pedir para eu fazer isso.

- Prove. Se é mesmo o meu irmão... Responda. No meu aniversário de 7 anos, o que eu queria de presente? - perguntei já chorosa.

Novamente os cubos se moveram.

U M D R A G Ã O

Sentei de joelhos de frente aos cubos e chorei.

- Por favor. Não me faça.... - soluçei- eu não quero.

E então os cubos se moveram uma última vez antes de voltares para a pilha que estavam antes.

E U S I N T O M U I T O

- Allison? - ouvi Hermes chamar do andar debaixo. Não eu não posso encará-lo, não agora. Então fiz a única coisa que eu sabia fazer direito. Eu fugi.

Pulei da janela sem me importar com a altura. Senti meu pé se ferir mas naquele momento eu não me importei.

Eu sabia o que deveria fazer.

Corri em direção ao carro.

Eu sabia o que deveria fazer.

Entrei e sentei no banco do motorista.

Eu sabia o que deveria fazer.

- E então? - questionou Clarisse.

Eu sabia o que deveria fazer.

- Eu sei o que devo fazer. - respondi com minha voz falhando.

Eu sabia o que deveria fazer.

Dei a partida e não mostrei nenhum sentimento durante o resto da viagem.

Eu sabia o que deveria fazer.

Eu tinha que me matar.