A Vingança de Allison Castellan

15. Garotas más não merecem ir para o Elísio.


O silêncio no carro chegava a me irritar. ALGUEM DIGA ALGUMA COISA! Estávamos literalmente no meio do nada e não tinha ninguém na estrada o que me permitiu andar em alta velocidade.

– Fome. – comentou Nate.

– Eu paro no próximo posto. – falei.

– Vontade de ir no banheiro. – disse Chris.

– Quando eu parar no posto você vai no banheiro.

– Só por cima do meu cadáver – exclamou Clarisse – Aqueles banheiros são imundos de caminhoneiros com doenças. Meu Chris não vai nesse banheiro, temos que ir em um hotel.

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– Minha vontade de comida é maior!

– Quer que eu faça xixi na rua?

– Na verdade sim!

– Nate! Como você é rude!

Freei o carro e destravei as trancas.

– Chris vai fazer xixi atrás da árvore. Nate se você não calar a boca eu vou te dopar. E Clarisse... só fica queta.

Assim que Chris saiu do carro eu bufei e fechei os olhos.

– Quer que eu dirija – Clarisse perguntou calmamente.

– NÃO!!!

– Nossa só perguntei.

Chris voltou e se sentou ao lado da namorada, quando foi passar o braço no ombro dela essa se afastou.

– Só encosta em mim depois de limpar a mão.

Cadê a Clarisse que não liga pra frescura? Cri cri cri cri. Agora eu entendo quando as pessoas dizem que um relacionamento muda uma pessoa, pra PIOR.

Liguei novamente o carro e acelerei.

– Fome. – murmurou Nate.

Me virei para o lado vermelha de raiva.

– Cala a boca ou eu vou impedir que você tenha filhos.

– ALLY CUIDADO! – Clarisse berrou.

Virei o rosto para rua novamente e gritei quando vi uma garota parada no meio da rua.

Graças ao reflexo eu desviei e parei em um canto da estrada. Olhei para trás procurando pela garota. Sem sinal dela.

Quando eu vi que Chris ia abrir a porta e sair do carro meu corpo agiu por vontade própria. Sai correndo do carro e tranquei deixando os três lá dentro.

– Ally abre a porta!

Ignorei Nate e fui para o meio da rua em busca da garota.

– Buuuu!

Me virei e lá estava ela.

– Não tenho medo de fantasmas. – resmunguei.

– Como sabe que eu sou um fantasma?

– Pele pálida, olhos sombrios e conseguir desaparecer. Meio óbvio e além disso assisto muito Supernatural.

Ela sorriu.

– Meu nome Emanuelle Whiteweather.

– Como consigo te ver?

– Minha mãe é ou bem... era Hécate. Aprendi um truque ou outro de magia antes de morrer.

Engoli em seco.

– Como você morreu?

Emanuelle suspirou.

– Você não foi a primeira garota a guardar rancor do parente divino. Eu odiava a minha mãe, ela só me reclamou dois anos depois de eu chegar no acampamento por que ela precisava que eu participasse de uma missão. Um dia em um ato de raiva gritei para os céus que queria que a minha mãe fosse para o Tártaro. – ela riu pelo nariz – Não gostou muito. Como lição ela me amaldiçoou temporariamente. Se a luz do sol tocasse a minha pele eu me queimava. Voltei para casa em NY onde estava a salvo da luz do sol. Um dia ouvi gritos da rua do lado, ouvi um rugido e eu sabia que era uma Benevolente. Sem estar pensando bem na cabeça sai correndo, mas no momento que o sol tocou a minha pele...

– Cachorra – sussurrei me referindo a Hécate. Será que não existe um deus sequer que se importe com seus filhos?

– Apesar disso a semideusa que eu fui salvar não se feriu. Fui considerada uma heroína por tentar salvá-la e fui enviada para o Campos de Elísios.

– Sua própria mãe... – falei.

– Ela se arrependeu. Fiquei com raiva por um bom tempo, mas então entendi que não foi culpa dela.

– Foi completamente culpa dela!

– Vingança não leva a lugar nenhum Allison!

– Como sabe meu nome? Foram os deuses que te enviaram? Se você quer me dar uma moral de vida...

– Foi seu irmão. – me interrompeu

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Travei.

– Mentira.

– Verdade. Ele também sabe que você vai acabar morta se continuar com isso.

Me aproximei de Emanuelle e falei com raiva.

– Eu sair viva dessa vingança nunca foi uma opção.

Voltei para o carro com raiva e antes de entrar ouvi ela gritar.

– Te vejo no Elísio Ally!

Assim que eu sentei no carro eu ri.

Quando eu morrer está mais para certo que vou ser mandada pro Tártaro.