L No Hana 2

Cap. 5 - Segunda Vítima


– Tá, agora que chagamos em Osaka, aonde vamos? – Hana perguntou.

- Temos que encontrar um lugar isolado e seguro para chamarmos o helicóptero. – L respondeu calmamente enquanto comia dangos no caminhão. – Vamos ter que descer agora, pois esse caminhão mesmo disfarçado chamaria muita atenção.

O caminhão já estava parado em beco que a escuridão da noite o fazia parecer mais sombrio do que já era. A escuridão dominava tanto que poderia dar arrepios em qualquer um, mas em todos os presentes lá, apenas Hana sentiu-se insegura com aquela pesada aura.

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Watari conversara com alguém lá, provavelmente um conhecido que tomaria conta do caminhão. L pediu para que se separassem, já que eles não são muito o tipo de pessoas que passariam despercebidas. Então ele e Hana iriam de um lado, Watari e Near de outro, e Matt e Mello juntos. Porém, todos chegariam no mesmo lugar.

Hana e L foram andando pelo centro da cidade, passando entre as pequenas aberturas que havia entre o tumulto de pessoas. Entretanto, parecia que estava mais cheio do que de costume.

- Por que será que tem tanto tumulto hoje? – Hana perguntou enquanto segurava a mão de L para não se perder entre todas aquelas pessoas.

- Ah, você viu? Misa-Misa vai fazer um desfile aqui hoje! Já comprei os ingressos – uma menina na rua falou. Hana arrepiou, esperando que L não tivesse ouvido. Era por isso então que estava tão cheio. Porém, isso não faria diferença mesmo, já que havia uma grande propaganda de Misa bem na frente deles.

- Que bom... – Hana comentou irônica.

- Olha, Misa está... – L começou.

- Sim, já vi. Não precisa confirmar isso. – Hana respondeu embravecida. Ele então continuou guiando-a pela aquela multidão de gente, focado sempre na saída daquele lugar.

Andando desesperados a fim de sair daquele inferno, acabaram nem notando algumas pessoas abrindo espaço entre o tumulto.

- Dêem espaço para Misa passar. – dizia um homem de terno e óculos escuros.

- Licença senhor, mas ela precisa passar urgentemente. – outro ao lado do homem se direcionou a L.

- Sim... – ele dizia tentando olhar entre os seguranças para ver Misa, recebendo um tapa da garota por o comportamento ridículo dele.

- Ela nem se lembra de você... Ela abdicou o Death Note, lembra-se? – ela disse baixinho, um pouco cabisbaixa, enquanto Misa passava ao lado deles sem os reconhecer.

- É, eu sei. – ele roubou-lhe um beijo. – Minhas sinceras desculpas por agir tão estupidamente.

“Droga” ela pensou. Por que não conseguia ficar brava com ele? Era tão difícil assim ter que discordar dele? E apesar de estar brava revoltada por não poder discutir com ele, ela sorriu. E abriu aquele sorriso que ele tanto adorava.

Após isso, continuaram a caminhada para o local combinado, agora que saíram do centro. De vez em quanto, passavam por uma rua isolada, com pessoas não tão privilegiadas, e até pessoas de má índole. Esses, por fim, traziam assombrosos olhares para cima de Hana, a qual tremia a cada passo naquele lugar. Isso fazia com que L a abraçasse cada vez mais forte.

- Por que... Por que temos que passar por aqui? – Hana sussurrou, tremendo agarrada no braço dele.

- Mas não temos outro lugar para passarmos... – ele a segurou mais forte, tentando passar sua confiança a ela. – Eu já disse, e vou repetir. Nunca vou deixar ninguém encostar em você, só eu posso te tocar.

Finalmente, teve algo que a fez sentir-se bem, confiante. Abrindo um sorriso singelo. E pela sorte de Hana, apenas alguns minutos de caminhada naquele terrível lugar, e chegaram a um campo aberto, um pouco alto em relação à cidade. Podia se ver apenas a cidade de baixo, aos arredores não havia nada sem serem plantas.

E no horizonte, avistaram Matt e Mello, e do outro lado, Near e Watari. Assim que todos já estavam próximos, L falou:

- Que bom que chegamos todos juntos. Watari, chame o helicóptero.

- Sim, Ryuzaki.

O detetive então foi em direção a uma árvore e sentou-se na sombra, levando Hana consigo.

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- Estou cansada. – ela declarou, deitando no colo dele. Logo em seguida, Near se aproximou e também se sentou na sombra daquela pequena árvore.

- E aí, Near? Cansado também? – Hana perguntou amigavelmente, mas obteve apenas uma confirmação com a cabeça. Ela achava aquela criança muito adorável, mesmo sendo um pouco solitário. Não sabia se era por conta da timidez, ou porque simplesmente não gostava muito de falar com pessoas.

- Pronto Ryuzaki. Daqui a pouco chegarão com o helicóptero. – Watari informou.

Mello e Watari aguardavam pelo o transporte em pé, e às vezes o senhor tentava puxar alguma conversa com o garoto, mas sempre sem sucesso. Matt acabara se sentando também, mas apenas para jogar. Hana continuava tentando manter uma conversa com Near por mais de 10 segundos.

- Near, um dia você me ensina a fazer aqueles castelinhos de dados? – ela perguntou animada, ainda deitada no colo de L, que apenas sorria com a felicidade dela ao conversar com o menino.

- Sim. – respondeu direto e frio, como sempre. Hana queria fazer o garoto sorrir de qualquer modo, não aturava mais esse comportamento.

- Near, fique sabendo que eu ainda vou ser sua amiguinha! – ela gritou, se sentando. Near deu um sorriso discreto, e L sorria. Ela então comemorou: - Viu?! Você já sorriu e...

- Você é muito histérica... Parece criança... – Near falou tentando segurar o riso.

- Eer, então você tava rindo de mim? – ela perguntou e depois olhou para L, que também ria um pouco. – Ei, pare de rir da minha cara! Agora não sei se fico brava ou feliz por Near ter sorrido.

Então, eles apenas continuaram sorrindo.

–----

- É um hotel meio grande, não? – Hana falou mais para si mesmo, abismada com a grande e luxuosa recepção do hotel onde Bryan estaria. Era em tons brancos e dourados, e o dourado parecia realmente que a sala brilhava.

- Olá, por gentileza, gostaríamos de contatar o senhor Bryan Buttom. – L disse para a recepcionista.

- Por acaso, você não saberia em que quarto ele está? – ela perguntou.

- Na verdade não... – L respondeu.

- Então aguarde um instante. – ela pediu e foi checar no computador. Logo depois, foi verificar algo como se fosse os cartões que abriam os quartos. – Parece que ele não está no momento, mas se quiser eu ligo para o quarto dele, só para confirmar.

- Sim, por favor. – L já estava um pouco preocupado, mesmo sabendo que poderia se tratar de um desencontro.

- É, ele realmente não está lá. Se quiserem aguardar um pouco por ele, podem aproveitar tudo o que o hotel oferece. – ela respondeu amigavelmente. – Ele já deve ter saído há um bom tempo atrás...

- Que hotel generoso... – Hana comentou baixinho. O detetive agradeceu, e levou Hana para fora do hotel, onde estavam Mello, Matt e Near.

- Ele não está lá. – respondeu firme.

- Que bom, outro que já partiu dessa vida. – Mello resmungou enquanto comia sua típica barra de chocolate.

- Não seja tão pessimista. – Hana o repreendeu. – A moça disse que poderíamos esperar no hotel...

- Então o que estamos esperando? Viemos até um hotel de luxo e não vamos aproveitar nada? – Mello perguntou animadamente.

- Não acho que isso seria uma boa ideia... – L falou, e Near concordou.

- Nhá, são dois que não gostam de fazer nada. – Hana reclamou, afinal também queria aproveitar os entretenimentos do hotel. – Então só eu e Mello vamos ficar aqui?

- Não me coloque junto... – Mello reclamou, mesmo querendo ficar no hotel.

- Venha Mello. – ela o puxou pelo pulso, deixando ele e L irritados.

- Tá, todos ficam aqui. – L falou tirando a mão de Hana de Mello.

- Depois fala que a ciumenta sou eu... – Hana sussurrou.

- O que? – ele perguntou.

- Naada. – ela riu.

Eles então conversaram com a mulher e ela os deixou ficar no hotel enquanto esperavam Bryan. Eles tiveram bastante tempo para aproveitar, pois aquele homem nunca aparecia. L até se divertiu jogando tênis com Hana.

Quando já se passara um tempo razoável, eles decidiram perguntar para a recepcionista se ele já havia chegado, mas ela respondeu que não. Então decidiram ir à piscina. Claro que L e Near ficaram do lado de fora, com roupas. Hana tinha feito questão de irem comprar roupas de banho, mas os dois não quiseram.

- Venha Ryuzaki! Vai me dizer que tem medo de água?! – ela perguntou na borda da piscina. Ele ainda ficava a admirando como ficava linda com o cabelo molhado.

- Eu não vou entrar na água. – ele continuava decidido.

- Tudo bem... – ela então foi conversar algo com Mello, que depois saíram da piscina.

- Desde quando vocês ficaram tão amigos? – L perguntou desconfiado. Ela então contara baixinho com o loiro até três, e aproveitando que o detetive havia se levantado, o empurraram na piscina.

- Hana! – ele falou chocado para ela, que apenas ria.

- Sério, vocês são os únicos aqui com roupa. – ela continuava a rir. – Já que entrou na piscina, tira logo essa blusa.

- Não, eu vou sair. – ele respondeu indo em direção a escada, mas ela pegou na blusa dele e o afundou.

- Hana!! – reclamou de novo.

- Ok, ok. Eu paro com isso. – ela beijou a bochecha dele.

- Você é muito má. – ele sussurrou que nem uma criança, fazendo-a ela rir mais.

- Você realmente vai ficar de blusa na piscina? – Matt perguntou rindo.

- Sim. – respondeu irritado.

- Quanta vergonha Ryuzaki, como se eu nunca tivesse te visto sem roupa... – ela sussurrou no ouvido dele, fazendo-o corar levemente.

- Ahn, desculpem-me senhores. Mas precisamos comunicar algo... – um homem veio falar com eles na borda da piscina. – Queiram me acompanhar até a recepção.

Eles então saíram da piscina, e todos voltaram para a recepção. A mulher que falaram antes e o homem se afastaram um pouco e então comunicaram.

- Bem, sobre o senhor Buttom... – a mulher começou.

- Parece que o amigo de vocês fora... – o homem tentava encontrar as palavras certas, mas acreditava que não havia outra forma de dizer – fora assassinado.

- Tsc. – Mello resmungou, como se dissesse “Eu falei...”.

- Estávamos preocupados com ele, então quando a camareira foi entrar no quarto, se deparou com o senhor Buttom em um estado lastimável.

- Estaremos procurando a falha no nosso sistema de segurança – a mulher continuou. – Então, agora creio que podem se retirar, iremos chamar a polícia e...

- Não será necessário. – Ryuzaki falou na frente, e então mostrou algo como um distintivo. – Nós somos da polícia, iremos investigar. – Mentiu sobre serem da polícia. Ela não acreditou muito nisso, mas não tinha como negar o que ele mostrou.

Após se trocarem, ela os encaminhou até a porta do quarto, e depois saiu correndo, com medo. Abriram o quarto, se deparando com uma cena horrível. O homem estava deitado na cama cheia de sangue. Ele havia cortes em seu corpo, marcas de batidas, hemorragias externas. O quarto estava bagunçado, e a única coisa que parecia ser a arma do crime, era uma corda.

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- Estrangulamento. – Hana falou. Mesmo vendo sangue em todos os outros casos, ela ainda se arrepiava e sentia náuseas ao ver aquele líquido vermelho. E só de imaginar aquele gosto metálico, poderia vomitar.

Mesmo o quarto não estando tão sujo, era como se as paredes estivessem pintadas de vermelho, e mesmo estando claro, a tensão negra daquele lugar o fazia escuro suficiente para não poder enxergar a sua própria mão.

Ela havia visto apenas os corpos por imagens, mas nunca chegou a ver o cadáver em si. Era estranho ver uma pessoa pálida deitada na cama, ensanguentada. A sala parecia que estava começando a girar, Hana estava ficando pálida apenas pelo cheiro de morte, sua cabeça já não conseguia racionar naquele local retorcido. Ela ameaçou a cair, mas L a segurou.

- Tem certeza que quer ficar aqui? – ele sussurrou.

- Sim... – ela falou colocando a mão na cabeça, como se tentasse fazer as coisas pararem de girar. – Eu tenho que ajudar...

Eles não encontraram nenhum papel ou uma pista, o que significava que devia ter algo no próprio corpo, já que fora machucado depois de morto. Matt tirava fotos de tudo, para que depois conseguissem analisar melhor.

- O número do quarto. – Near finalmente então disse. – E os números de ferimentos. E aqui, parece ter escrito números romanos no corpo dele com sangue. Provavelmente deve ser o tempo que ele levou para matá-lo. E no final, se conseguirmos fazer o cálculo de tudo, irá dar o número... – ele então mexeu no cofre que havia no armário –... Da combinação do cofre.

- Excelente, Near. – L o elogiou.

Dentro do pequeno cofre havia um pedaço de papel e uma flor manchada de sangue. L pegou a flor, e teve vontade de amassá-la por B estar fazendo algo ridículo como isso, mas isso também lhe lembrava alguém, então apenas a soltou no chão. Em seguida, pegou o papel, onde apenas estava escrito “Resolva”. Não havia mais nada escrito no pedaço.

- Deve ter mais alguma coisa aqui. – L pensou. Hana até tentaria ajudar, mas estava chocada demais, se encolhendo num canto, tentando não se deixar cair.

Então os garotos começaram a observar o quarto, enquanto raciocinavam. E no final, observando praticamente tudo na cena do crime, contando cada coisa, conseguiram de algum modo montar uma equação que coube exatamente no pedaço de papel. Hana conseguiu perceber que o resultado dera coincidentemente o número do quarto que estavam hospedados. Mas não passava de coincidência, ou da vista distorcida dela.

- Agora se usarmos a numerologia... – Near falou, e então trocou os números por letras, formando o nome que parecia ser de um lugar.

- Vamos então, já descobrimos o suficiente. – L falou, preocupado com Hana. Ele a ajudou a se retirar do local, pois seus joelhos estavam tremendo.

Ela ainda não conseguia tirar aquele número de sua cabeça, tinha quase certeza que algo aconteceria no próprio quarto que estavam hospedados.