Voltas De Um Coração

2º Capítulo - Amigos de papel


Suspirei alto, ao ver o professor de matemática adentrar na sala. Aquela matéria já era tediante por si mesma, e com esse professor lecionando-a apenas piorava tudo.

-Ei Amu! Quer jogar jogo da velha? – Utau minha melhor amiga perguntou, com o papel e canetas a mão. Sem nada melhor ou mais produtivo para fazer apenas concordei.

Assim passamos a aula de matemática, com o professor explicando matéria nova na lousa e eu e minha colega lutando bravamente. Ao final da aula, já somara 40 jogos, sendo que trinta eu perdera e os outros dez deram velha... Era vergonhosa minha capacidade de raciocínio quando eu estava com sono, ainda mais contra Utau.

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Não, que ela fosse burra. Ela apenas não gostava de pensar muito... Desde que eu a conhecera à dois anos, ela sempre fora assim, meio desligada com relação ao estudos e sempre a primeira quando o que importava era moda. Ela é o que pode chamar de patricinha, porém uma patricinha amiga de NERD. Loira, olhos azuis, esbelta e magra; minha amiga mais parecia uma modelo... Só para cooperar com minha alto estima, digo de passagem...

-Vamos logo, Amu! Pare de ficar sonhando, daqui a pouco o intervalo acaba! – Utau falava tentando me desgrudar da cadeira, sem sucesso é logico. Apenas revirei os olhos com essa atitude infantil dela, todos os dias da semana ela insistia para que eu fosse ao jardim da escola com ela, porém como a boa NERD, que sou (Apenas lembre-se de uma coisa, nem todo Nerd é estudioso ou presta atenção nas aulas, sou um exemplo) sempre passo os curto períodos de meia hora do intervalo na biblioteca, meu cantinho.

-Desculpa, loira. Mas tenho que devolver uns livros na biblioteca. A gente se ve na aula de japonês! – Falei animando-me com a ideia de sair daquela sala abafada. E ainda com o olhar incrédulo de Utau em minhas costa, fui andando, quase correndo, para A Biblioteca da escola.

Após passar atropelando todos no primeiro andar, chegei ao meu destino. Entrei na imensa sala cheia de livros e prateleiras, sentindo no ar o cheiro agradável de livros, tanto velhos como novos e o som silencioso das folhas sendo viradas. Aquele era o paraíso!

-Ola senhorita Manami! – Cumprimentei-a sorrindo feito boba, enquanto colocava os cinco livros, que pegara da ultima vez – Eu adorei todos esse livros! Obrigada por recomenda-los!

A senhorita Manami, era uma mulher de 30 anos ainda jovem e disposta a aproveitar a vida, porém bibliotecária. E desde que eu entrara naquela escola ela tinha sido uma das pessoas mais agradáveis que eu conhecera, sempre conversando comigo sobre livros e autores. Acho que sua presença calma e reconfortante apenas tornava o ambiente da biblioteca mais agradável.

-Há novos livros na seção de romances est., caso você tenha interesse – Ela comentou vagamente, atraindo minha atenção.

Fui sem hesitar para a ala de romances estrangeiros, ansiando por uma nova e emocionante história romântica. Eu sei que minha imagem, meio punk meio Nerd, não remetia de forma alguma a uma pessoa romântica, mas fazer o que... Peguei o primeiro livro da terceira prateleira, e lendo rapidamente a contracapa, achei o que eu queria. Esse seria o escolhido da semana!

Já lendo o prólogo do livro encaminhei-me para as mesas no interior da biblioteca, porém como sempre com minha sorte fuzilante esbarrei no primeiro idiota, que vinha em minha direção.

-Olhe por onde anda, droga! – Falei ao ver o livrinho escolhido voar para o chão. Xinguei mentalmente todos nomes feios que eu conhecia, e tenho o orgulho de admitir que são muitos.

-Só a NERD punk mesmo para ser tão baka – Ouvi aquela voz rouca, reconhecendo de imediato a pessoa. Só agora eu observava em quem havia trombado; Tsukiyomi Ikuto.

Engoli em seco, respirando fundo e recuperando a compostura. Ali estávamos nós novamente na biblioteca, só que diferente da ultima vez, eu já lhe confessara meus sentimentos e fora rejeitada. Eu havia superado, ou pelo menos achava.

-Desculpa se eu não vi que um babaca cego vinha andando na mesma direção! – Lançei-lhe meu sorriso mais agradável, peguei o livro no chão e fui andando.

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De longe o ouvir resmungar certas coisas indecentes. Ri comigo mesma, apesar de minha vingança não ter começado ainda, o gostinho da vitória era bom em qualquer situação.