A Casa De Praia

Incapacidade de pensamento e cheirinho de café


Já estava entardecendo quando o iate atracou de volta.

E Amy não perdeu nenhum instante a mais ali.

Mesmo sabendo que aquele não era o barco de Isabel (aquele barco no qual ela quase virou comida de tubarão), mas isso não diminuía nem um pouco o embrulho em seu estomago.

Ou a confusão de seus pensamentos.

Depois da conversa por telefone com Nellie, ela simplesmente não coseguia continuar a ler normalmente.

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E isso era realmente sério!

Ela encarou a capa do livro e respirou fundo.

Simplesmente não conseguia!

Normalmente quando o personagem fazia algo imprudente ou precipitado, Amy sentia vontade de jogar o livro na parede.

Agora, ela queria jogar a si própria contra a parede!

Ou melhor, jogar Ian na parede e ainda tacar o livro nele.

Por que esse menino havia de complicar tanto a sua capacidade de raciocínio?

Nesses últimos anos ela quase nem pensou nele, então, pela lógica, só precisaria se afastar dele.

Estava decidido: Ela não poderia se apaixonar por ele novamente, nem que ela tivesse que se mudar, sei lá, para o Himalaia.

Já estava até pensando se conseguiria um emprego como piloto de trenós quando se tocou que alguma coisa parecia... errada.

Agora, deitada em sua cama e abraçada com seu travesseiro, notou que havia um aperto enorme em seu coração ao se deparar com a ideia de deixar Ian.

Mas por que ela se sentia assim?

Ele já havia a deixado e, detalhe, para MORRER!

A partir daí, foi impossível impedir as lágrimas de fluir como um rio.

O quando ela queria ir até o quarto ao lado e se perder naqueles olhos com os braços do menino em volta dela, dizendo que tudo ficaria bem.

Mas se fizesse isso, algo dizia que iria se machucar novamente.

Mesmo desejando confiar em Ian com todas as suas forças, foi esse o pensamento que permaneceu em sua cabeça enquanto adormecia suavemente no travesseiro molhado de lágrimas.

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Sinead Starling andava impacientemente no aeroporto de Paris.

Provavelmente, já havia passado com a mala de rodinhas nos pés de mais pessoas do que conseguisse lembrar, mas isso não importava.

Fazia pouco tempo, havia recebido uma ligação de Ian Kabra.

Sabia na hora de quem era a ligação.

O sotaque britânico e esnobe do outro da linha era inconfundível.

Impacientemente ela atendeu o telefone.

Trocou algumas palavras rápidas com Ian, sendo essas foram responsáveis por sua saída rápida da capital Francesa.

Quer dizer, se fosse por ela, já estaria longe dali para constatar por si própria a suposta “ traição”.

Ela não confiava nem um pouco em Ian e em quase ninguém daquela família.

Então por quê mesmo estava indo?

Ela não sabia, mas em breve, também chegaria ao Havaí.

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O dia seguinte estava radiante.

Sabe aqueles dias em que tudo parece estar propenso a dar certo? Com os pássaros cantando, céu azul e cheiro de pão quentinho de manhã?

Era exatamente assim aquela manhã.

Quando Amy se levantou da acama, ainda com os olhos meio vermelhos, todos já estavam deliciando-se com o café.

Nesses últimos anos, a família Holt havia ido à um curso de culinária em família( ideia de Mary-Todd) e todos aprenderam pelo menos alguma coisa e Eisenhower, como adorava destacar, teve o melhor rendimento no preparo de um sorvete de abacaxi ( fato confirmado pelo diploma do curso e uma foto de todos os Holt vestidos de cozinheiros que esta exposta na cozinha da casa).

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O fato é que, agora comer com os Holt não é mais um atentado a saúde publica.

- Hum...- exclama Amy se sentando entre Dan e Meadison.- O cheiro ta ótimo.

- Não é para menos né?- disse a mãe da família.- A senhorita nem deu as caras no jantar de ontem.

- Não estava me sentindo muito bem,- diz ela passando a manteiga em um pãozinho.- Acho que o passeio de barco não me fez muito bem.

Ian quase engasgou com o café quando escutou isso.

Boa Ian! Pensa ele, Convida a garota para um passeio em que, além de não passarem tempo juntos, ela fica enjoada!

- É né Natalie!- diz Dan olhando para a menina.

- Bom,- diz ela.- Quem disse que foi o barco? Pode ter sido reação adversa a sua cara.

- HA! A Amy nem liga mais pra minha cara. Toma essa senhorita eu tenho uma resposta pronta para tudo na vida!

- Se você esta dizendo.

O menino deu um gole no chocolate quente com uma cara de vitorioso.

Os parentes só emitiram pequenos sorrisos para a cena.

- Então...- disse Hamilton.- Quais são os planos dessa família tão unida para esse dia tão lindo que nos espera?

- Eu estava prestes a perguntar a mesma coisa.

Quando se viraram, encontraram Sinead Starling sorrindo com a mala ao lado do corpo.