Depois da nossa semi-crise de histeria, fomos para meu quarto e só assim ela percebeu o quanto eu estava suja.

– Carai Sô, foi para Terceira Guerra Mundial? – Jane disse me olhando dos pés a cabeça.

– A vadia da Fuckquel me irritou e eu fiz isso nela, daí ela devolveu, e o Dani entrou na brincadeira, a Maria pegou a gente, e fez eu e o Dani limpar, por que aquela titica de galinha não quis. – disse rápido demais.

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– Calma garota, respira. – disse Jane.

– Vou me limpar e já te conto.

Limpei-me e deitei na cama junto da Jane e contei tudo em mínimos detalhes.

– Jane, agora você me conta tudo de você e do Josh gostosão. – disse rindo.

– Acho que estou amando Sô. – disse ela viajando.

– E como é amar, Jane? – perguntei olhando para a sua cara de bobinha.

– Eu não sei, só sei que o amo. – ela dizia sorrindo.

– Jane, eu acho que gosto do Guut. – disse meio com vergonha, mas não precisava ter com a Jane.

– E como você se sente, tatá? – perguntou Jane.

– Nas nuvens. – disse com um sorriso bobo que pareceu em meus lábios.

– Parecemos duas bobas apaixonadas. – disse Jane.

– E nós somos. – disse a ela.

Eu a abracei forte e disse:

– Jane você sabe que você é minha única família né, e que mesmo que eu sendo doidona, criança e que você tenha que me suportar, você é a melhor irmã do mundo e eu te amo mesmo.

– Ownt, se declarando para mim. – disse ela sorrindo. – Também te amo, cachorra dos infernos.

– Lindo o seu amor por mim viu Jane, eu me abro para você, quase solto meu intestino pelos tímpanos e você me chama disso, vira-lata do capeta. – disse e nós rimos.

– Vou dormir Sô, amanhã tenho que acordar cedo por causa dos seus pais. – disse ela beijando minha testa.

– Tudo bem, boa noite Jane.

Ela saiu do quarto e eu me arrumei para dormir.

Eu não sei o que estava acontecendo que eu vi tudo embaçado, torcido, eu não conseguia saber onde estava, via rostos familiares gritarem, e eu estava chorando e vi minha mão sangrando... Acordo ofegante, e toda suada. E com muitas lágrimas em meus olhos. Eu sabia, já tinha aquele sonho antes.

Levantei da cama, assustada e fui em direção do quarto da Jane. Abri a porta e cheguei perto dela e a chamei.

– Nane, deixa eu dormir aqui? – perguntei.

– O que aconteceu Sô? – perguntou.

– Esta acontecendo de novo. – disse chorando.

– Deita aqui. – disse. – Shhhhh vai ficar tudo bem. – dizia tentando me acalmar.

Ela fazia carinho em meus cabelos como se fosse minha mãe, eu sei que parece infantil, mas eu realmente estava com medo.


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