Miss Heartfilia

Resposta


O pedido em si era inusitado e se tratando de Natsu confuso. Lucy estava apenas uma semana na Fairy Tail, mas entendia, principalmente depois daquele dia, que o garoto não era muito esperto para assuntos do tipo.

Entretanto, ela já tinha sido enganada por ele antes, não intencionalmente, suponha, ainda assim foi. Afinal o sorriso inocente e olhar de igual virtude se quebrou ao lhe presentear com uma maçã roubada. E agora isso.

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Continuou a olhar sem demonstrar que responderia tão cedo, estava envolta a grande surpresa que foi ouvir aquela pergunta e pior, diante de todos.

Diante de todos. Somente percebera nesse instante a situação constrangedora que Natsu a envolvera. Sentiu seu rosto ruborescer, como de praxe. Ouviu uma cadeira se afastar, mas não teve coragem em se virar e verificar de quem se tratava.

—Que tipo de brincadeira é essa agora, Natsu? – A voz inconfundível de Gray desestabilizou do que restava da mente racional de Lucy.

—Não é brincadeira, idiota! – Rebateu o garoto. – Então? – Disse voltando-se a Lucy.

—Natsu, deixa-a em paz! – A trovejada de Erza não o abalou, ele continuou à espera de uma resposta.

Lucy estava em choque, em seus anos como a filha da família Heartfilia, a linda garota loira, ela ouvira cantadas de inúmeros rapaz e até em alguns casos promessas de casamento. Nunca, em nenhum momento de seu passado, ou presente, algum de seus admiradores chegara até ela de supetão e lhe indagou com igual desenvoltura como Natsu fizera. Não tinha como respondê-lo com semelhança desembaraço.

—Luce! – Insistiu. – Eu realmente preciso que diga sim, preciso de você de verdade!

Aquilo vez com que seu coração, desavisado, enchesse de satisfação egoísta e murmúrios preenchesse as suas costas. Certamente as palavras de Natsu os pegou de surpresa.

O garoto mostrou-se impaciente quando a pegou pela mão, e embora com o protesto dos outros, em especial de Gray, ele arrastou-a para fora daquele lugar. Fosse pela razão certo ou não, ela o deixou leva-la sabe lá para onde.

Para um beijo de verdade’ a ideia plantou-se, perigosa, em sua mente. Sentiu a face queimar com a possibilidade que pela quarta vez, e com um segundo garoto, beijaria naquele dia. Não conseguiu conter a agitação em seu coração.

Quando estava a um passo de passar pela entrada e sair do prédio, Natsu estagnou. E com a parada repentina Lucy foi de encontro a ele, quase fazendo-os irem ao chão, Natsu a segurou antes, envolvendo sua cintura e extinguindo o espaço entre eles.

Lucy sentiu o hálito dele ir de encontro ao seu rosto e seu olhar surpreendido suavizar para se iluminar com o sorriso que seus lábios se abriu. Seu coração agitou mil vezes mais.

—Você será a minha namorada, certo?

Perdida no olhar dele e estando tão próxima ao corpo do garoto de cabelos rosas, Lucy se perdeu na pergunta e antes que pudesse pensar, seus lábios se abriu e a palavras ‘sim’ deslizou para fora.

O que não a fez se arrepender, o sorriso dele se abriu ainda mais e Lucy teve a total certeza que o mundo, naquele instante, deixou de possuir escuridão.

Estava entregue a esse momento, quando ele a soltou e voltou a pegar sua mão, mostrava-se confiante e seguro, notou ela. Só quando o viu voltar a andar em direção a porta, que enfim percebeu, havia confirmado para ele. Natsu e ela eram agora namorados e ela nem fazia ideia se tinha feito a escolha certa... Tampouco o que sentia por ele.

Passaram pela porta e Natsu a conduziu pela rua, que outrora, ela sozinha passara em busca de Gray. E no fim dessa seguiu para uma das ruas que se ramificava a primeira, e continuou em passos firmes até se colorarem diante de uma construção duvidosa. Uma casa velha, com aspecto de abandono, janelas de vidros quebrados, telhas faltando e tabuas pregada a porta. Ela o viu soltar um suspira determinado e então seguir para a casa, Lucy sentiu-se apreensiva com a ideia de entrar naquele lugar e não melhorou quando viu qual era a passagem que tinham que atravessar. Uma abertura abaixo de uma das janelas, tão estreita que por um segundo imaginou que Natsu ficaria entalado nela.

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—Venha! – Chamou Natsu do outro lado.

Ela agachou-se e o olhou pela abertura, ele tinha a mão estendida em sua direção e seu típico sorriso nos lábios.

Bufou contrariada e cedeu ao pedido dele, e com dificuldade, chegando a rasgar parte traseira do seu vestido, ela adentrou.

—Poderemos arrumar outros mais bonitos que este. – Informou Natsu, enquanto ela olhava o estrago. – Por sorte não fez um buraco que deixasse tudo amostra. – Comentou.

Com isso Lucy tinha que concordar, embora não fez por achar uma indelicadeza de Natsu. Como se ele fosse diferente disso.

—Qual a razão de me trazer até aqui? – Questionou enfim.

Ele lhe olhou divertido e lhe deu um sorriso travesso (ou quem sabe malicioso), que até então desconhecia. Recuou, com a terrível possibilidade que brotou em sua mente.

—Logo saberá. – Foi tudo que disse, para voltar a segurar sua mão.

Ela relutou em continuar e ele se virou para ela, confuso.

—Algo de errado?

—O que você quer de mim?

—Não posso explicar agora, somente me acompanhe.

Franziu o cenho a ponderar o olhar dele, não soube o porquê, mas resolveu fazer o que ele dizia. Então o seguiu.

A casa era térrea, e do contrário do que se aparentava do lado de fora, não estava a ponto de desabar e nem era pequena. Os dois seguiram por corredores, até que Natsu abrir uma porta e revelar uma escada que descia para a escuridão, não esperou com que Lucy se acostumasse com a questão de que teriam que descer, apenas o fez e ela deve que segui-lo.

Devido a escuridão apertou firmemente a mão de Natsu e procurou se aproximar dele, quem, ao avisá-la parou de andar. Lucy não viu, só ouviu, uma porta se abrir e o negror ser expulso severamente pela claridade excessiva do outro lado.

Ficou surpresa quando adentrou por completo no recinto. Era um salão amplo, com luzes fortes amarelados, mesas de madeira e cadeiras de igual material; havia um balcão ao fundo e bancos defronte a este; o mais impressionante era o número de pessoas que se encontrava no lugar. Homens e mulheres sentados nas cadeiras, jogando.

Baralho, dados, fichas compunham as mesas, junto aos jogadores famintos, que nem perceberam a entrada dela e de Natsu.

Caso aquela história já estava sem sentindo, com esse novo cenário que nada realmente se encaixava. Continuou segui-lo até que ele se aproximou de uma das mesas e parou ao lado de um rapaz de boa aparência. Cabelos preto, olhos escuros e pele excessivamente branca, que se acentuava com o terno preto que usava. Quando ele notou a presença de Natsu, afastou com o dedo indicador da mão esquerda a franja que lhe cai a testa e o mirou, um olhar calmo e despreocupado, qual em seguida lançou para Lucy.

—É realmente ela. – Disse ele num tom sereno, distinto para um lugar caótico como aquele.

Lucy estranhou o comentário dele, iria falar algo a respeito quando Natsu abriu a boca e despejou suas palavras sobre ele.

—Agora você pode tirar suas dúvidas, pergunte para ela seu merda!

Lucy franziu o cenho com atitude dele, afundando ainda mais na confusão que o garoto lhe proporcionava.

O rapaz a ponderou com os olhos pretos de uma frieza que só agora ela percebera e que lhe fez tremer e apertar mais uma vez a mão de Natsu.

—É verdade o que ele diz, que você, a bela garota da taberna é a namorada, dele? – Num gesto de desdém deixou sua mão prender para o lado, indicando Natsu.

A reação inicial da garota foi olhar para Natsu em busca de alguma informação, a parte que faltava daquele quebra cabeça sem noção, não obteve, porém. O garoto não desgrudava o olhar do outro, e seu semblante carrancudo, que lhe era visível somente pelo o perfil dele, ela conseguia entender que algo sério estava ocorrendo ali; outro indicio disso era o clima de tensão que os envolvia.

Voltou-se para o rapaz que aguardava sua resposta pacientemente, e num balançar de cabeça afirma.

—Gostaria de ouvir sua voz. – Insiste o rapaz.

Lucy sente a mão de Natsu apertar ao redor da sua, entendia que realmente estava acontecendo algo muito grave ali.

—Sim, somos namorados. – Diz ela, sentindo seu rosto esquentar, uma vez que lhe foi estranho admitir em voz alta.

—Quem diria, hein? – Disse num tom zombeteiro em direção aos outros que estavam sentados à mesa, até esse momento eram apenas espectadores de toda a cena.

—Garoto de sorte. – Um dele comentara.

—Agora posso ter meu gato de volta? – Questionou Natsu.

Lucy começava a encaixar as peças. O rapaz suspirou despreocupado e olhou para o homem sentado ao seu lado, inclinou-se e sussurrou no ouvido dele, logo que assim o fez o homem se levantou, não antes de dar uma piscadela para Lucy, que respondeu com um torcer de nariz.

—Quando você saiu daqui, estive conversando com meus colegas aqui. – Dizia o rapaz apontando num gesto rápido com a mão, os outros à mesa. – E acho que seria interessante termos aqui um palco. O que acha disso Dragnel?

—Tsc. Como me importasse com isso.

O rapaz deu um sorriso com um significado que não ficou claro a Lucy. O olhar dele em sua direção, por outro lado, mostrou que suas intenções não eram nada puras.

Desejou nesse instante voltar para o restaurante onde estava ou mesmo voltar para o orfanato, não estava se sentindo nem um pouco confortável naquele lugar e tampouco com aquele rapaz.

—Sabe, garota da taberna, aqui você poderia ganhar o dobro do que faturou naquela taberna, ou mesmo o triplo. O que acha em se apresentar aqui?

—O lugar da Luce, não é nesse tipo de lugares. – Interveio Natsu.

—Oh! Como ele cresceu. Além de conseguir uma namorada como ela, ainda se mostra homem suficiente para defendê-la. – Disse o Rapaz, que se levantou encorajado pelos risinhos de troça dos outros. -A pergunta foi feita para ela, e não para você. – Ele a encarou com intensidade. – Então querida.

—Não, obrigada. – Recusou a oferta.

Ele a ponderou longamente, para então voltar a se sentar.

—Certo então. Vejo-os por aí! Vamos continuar o jogo, homens? – Disse ao se dirigir aos homens sentados.

—O meu gato, onde ele está?

O rapaz bufou e apontou mais adiante, Lucy e Natsu virou o rosto para aquela direção, o homem que saíra antes estava vindo com o Happy no colo. Natsu soltou-se da mão de Lucy e correu para a direção dele. Antes que a garota pudesse se juntar aos dois amigos, o rapaz segurou sua mão, fazendo-a lhe olhar.

—Estarei na taberna domingo que vem para lhe ver. – disse soturno e soltou a mão dela.

Lucy apenas lhe lançou um olhar assustado e se retirou. Seu coração acelerara de modo negativo, deixando-a apreensiva. Sem dizer nada a Natsu que estava extremamente feliz com seu gato, apenas o seguiu para fora daquele lugar.

Desejando interiormente que aquele rapaz não aparecesse na taberna.