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Who can say where the road goes,

Quem pode dizer para onde vai à estrada?
Where the day flows?

Para onde o dia flui?
Only time

Só o tempo


A pequena Hanna chorava ao colo de sua mãe Johanna, pois seu irmão Noel não a deixara brincar consigo, nem com Axel, seu irmão gêmeo e nem com Teddy, o filho caçula dos Mellark que herdou o nome do avô paterno. Primrue, a filha mais velha dos Mellark, que herdara as habilidades de caça da mãe escalara a árvore mais alta e com copa mais vasta que havia ali por perto, para poder olhar as escondidas e a vontade o jovem Finnick Odair Junior seminu ensinar seu primo mais velho Neil Abernathy a nadar no raso lago que havia ali.

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Katniss Everdeen Mellark vinha entrando as gargalhadas na clareira da floresta onde estavam todos reunidos, ao lado Gale Hawthorne seu velho amigo de infância, Gale trazia as costas a carcaça de um veado abatido, enquanto Katniss segurava as mãos um par de esquilos abatidos com o arco e as flechas que vinham as suas costas.

Beetee travava uma intensa batalha com a enorme fogueira planejada por ele para durar daquela tarde até o amanhecer do outro dia, Annie trazia lenha ao lado de Effie Abernathy que fazia uma careta a cada paço sobre a relva úmida da floresta e via seu salto afundar.

Haymitch fitava toda a cena, sentado ao lado de Peeta, vez ou outro observando-o.

A imagem não fazia sentido para Peeta. Ao mesmo tempo que parecia tudo certo e no lugar, parecia tudo errado e desconcertado. Não fazia sentido ver Gale jogar o veado morto na direção de Beetee que tomava conta da fogueira e correr para o lado de Johanna, cumprimentado-a com um saudoso beijo nos lábios e pegando sua filha Hanna ao colo e depois vê-lo danar com os gêmeos.

Não fazia sentido ver Katniss ralhando com Primrue para que essa descesse da árvore e fosse entreter Hanna. Não fazia sentido ver um desconhecido com anel de noivado correr para o lado de Annie, colocar a mão sobre sua barriga, dizer qualquer coisa e pegar as lenhas que essa carregava.

Nada fazia sentido.

E o que menos fazia sentido era que todos os presentes ali, que Peeta conhecia e os que desconhecia, chegarem nele e dizer “bem vindo de volta Peeta, ficamos feliz que esteja bem e se recuperando”.

Aquela era a comemoração de Peeta, por ele estar vivo.





– Já se lembrou de algo, Peeta? – perguntou Dondarion, um jovem curandeiro ruivo, que Peeta descobriu ser parente distante de Darius.

– Ás vezes acho que sim – murmurou Peeta sem olhar diretamente para o doutor – Ás vezes acho que as lembranças são novos sonhos, dos quais eu não irei acordar, e quando acordo, eu não sei se estou realmente acordado ou sonhando.

– É normal essa confusão, mas aos poucos seu cérebro irá novamente saber discernir ou real do não real, paciência Peeta.

– Mas... – Peeta balançou a cabeça frustrado – Foi tão real, tudo o que eu vi. A ida para a Capital, a nova rebelião, a explosão final... Tão real... E todos estavam lá... Você estava lá... Mas...

– Não era real – interrompeu Dondarion sabendo que se deixasse Peeta empolgar ele poderia ter um lapso.

– Como pode ser tão real?

– Bom Peeta, você sofreu um atentado, chegou muito perto do limite do antigo Distrito 13, que hoje é um país independente de Panem, e foi baleado. A bala se alojou em uma parte especifica do seu cérebro, que em tempos antigos teria o levado a óbito no instante, mas com a tecnologia vinda da Capital e com seu rápido socorro foi possivel operar, porem você chegou muito perto de não resistir, e não havia remédio que poderia lhe curar, o único medicamento era seu próprio corpo saber como se auto curar. Enquanto o processo ocorria dentro de si, suas lembranças foram afetadas, você não as perdeu, você as reviveu de forma misturada. Juntando o presente, com o passado. Você encaixou todas as pessoas que conhece agora em um contexto passado, quando a rebelião ocorria, e de alguma forma, essa foi sua cura.

Peeta soltou um pesado suspiro.

Sua cabeça latejava quando se forçava pensar de mais no assunto.

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Levou tanto tempo para se curar do telesequestro, tanto dor e tanto sofrimento, e agora Peeta sentia que estava passando por tudo isso novamente.

– E como eu sei que isso é real? Essa conversa? Como eu sei que não são meus sonhos que realmente são reais?

– Peeta, isso é algo que você apenas sabe, não há explicação.





Peeta não perdera a memória, apenas estava com ela embaralhada de mais para dizer o que realmente era real e o que não era. A noite acordava assustado, depois de um sonho ou pesadelo e chacoalhava Katniss até ela acordar para que ela pudesse lhe garantir que o sonho não era real.

Mas quando amanhecia Peeta tinha certeza de que era real, não havia explicação, como dissera o Doutor, mas ver Teddy lhe implorar para poder ir trabalhar com Peeta, ou Primrue suplicar para poder brincar com as flechas da mãe, era o que dizia a Peeta que tudo era real, nem em seus melhores e mais criativos sonhos sua mente teria capacidade de criar algo tão perfeito.

Peeta também sabia que tudo era real quando Katniss sussurrava um “eu te amo” antes de sair e quando chegava.

E enquanto o tempo passava, Peeta se recuperava.

Se recuperou uma vez, e agora se recuperava de novo, e se recuperaria quantas vezes fosse preciso. Sendo real ou não, Peeta lutaria com si e com o mundo para ser o Peeta que Katniss conheceu e se apaixonara muitos anos antes, lutaria contra tudo e todos, e contra sua memória para ser o orgulho de seus filhos.

E de alguma forma ou outra, Peeta sempre seria um homem a ser admirado, por vencer a pior batalha que se pode travar, a nossa batalha interna.



And who can say when the day sleeps,

E quem pode dizer quando o dia termina
If the night keeps all your heart?

Se a noite guarda todo o seu coração?
Night keeps all your heart

Noite guarda todo o seu coração...


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.