A última vez que Lewis viu o pai, estavam correndo em direções opostas. Subiu as escadas aos tropeços, tentando ignorar a discussão que acontecia no andar abaixo, mas era bem difícil. Quando finalmente atingiu o segundo piso da casa, sentiu o coração martelar o peito por dentro, ofegante e cansado. Não tinha preparo físico para uma fuga de emergência, definitivamente.

Chegaram não fazia uma hora quando o ministério apareceu, e Lewis sequer tivera tempo se perguntar ao pai o que estava acontecendo. Os aurores simplesmente arrombaram a porta e estuporaram Lisa, anunciando a prisão de ambos por qualquer coisa que o garoto não ouvira. Peter puxara a varinha e mandara o filho correr, pegar a irmã e se esconder no porão, e fora o que Lewis fizera. A porta do quarto de Mary não estava longe.

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Se jogou contra a maçaneta, e a porta cedeu um pouco, sem abrir. “Mary, sou eu! “ Avisou, e logo se sentiu tragado para dentro do ambiente rosa e roxo, recepcionado pela irmã de pijamas e segurando um rolo de macarrão numa mão e a varinha na outra.

“Quem está embaixo? “

“O Ministério. O pai mandou a gente ir pro porão. “

“Porque? A gente precisa ajudar! “ A garota apertou o rosto, parecendo uma chinchila raivosa, e começou a marchar até a porta. Lewis não teve escolha, e lançou um feitiço para trancar a passagem. “Lewis! “

“Você vem comigo, sua teimosa! Anda! “ Segurou o pulso dela e a trouxe próxima dele, mirando a varinha no chão abaixo deles. “Não grita! Bombarda! “

Com um estrondo, o chão abaixo dos dois cedeu, e os irmãos se viram estatelados no piso da cozinha, protegidos do duelo apenas pela porta. Lewis se levantou e puxou Mary com ele, estourando a porta dos fundos também enquanto corria a toda pelo quintal, parando num alçapão escondido atrás de alguns arbustos floridos. Costumavam brincar ali quando eram crianças, mas nunca imaginou que fosse fugir dos aurores num daqueles.

“Anda, entra aí! “

Mary reclamou, mas escorregou escada abaixo e o deixou descer. Lewis descendeu até a escuridão completa, fechando a passagem atrás de si antes de acender a varinha. “Quando tempo vamos ficar aqui esperando? “

“O tempo que levar, Mary! Tem um copo aqui? “ Lewis apertou o peito acelerado, achando seriamente que ia enfartar. Até que a irmã encontrasse uma estante com louça, amaldiçoou cada pão doce que já comera na vida, e quando finalmente pôs as mãos no copo, murmurou “Aquamenti! “

Bebeu uma boa dúzia de copos de água, e depois se deixou escorregar até o chão do bunker, tentando acalmar Mary.

“Você acha que o Ministério vai matar o pai? “

“Não, eles não podem fazer isso... “

“E o que eles vão fazer, então? “

“Eles podem, sei lá, prender ele. “

“Prender o pai? “

“Não sei! Pode ser, pode não ser.... Vou precisar que você fique calma, fazendo o favor. “

“E o que vamos fazer? “

“Depois... Vamos atrás de Padfoot e Prongs.... E dos outros. Isso, vamos atrás de todo mundo. “

“E fazer o que, Lewis? “ Guinchou Mary, “Pregar uma peça neles? “

“Estou me esforçando pra ajudar, ok? Você é insuportável! “

Mary calou-se, e baixou a cabeça. Lewis suspirou. “Desculpa. Também estou nervoso, não sei o que fazer. Harry deve saber o que fazer, ele sempre sabe. A gente vai atrás dele. Sam está lá também, vocês podem ficar juntas. “

No escuro, Mary soluçou e assentiu, se aproximando dele e o abraçando. Lewis deixou a cabeça pender para trás.