Tudo Estava Bem

Capitulo Unico


“A cicatriz não o incomodara Harry nos últimos dezenove anos. Tudo estava bem.”

A menina fechou o livro. Quantas vezes ela não havia lido essa frase? Mas simplesmente não podia deixar de sentir o aperto no coração. Havia acabado! Como assim “estava tudo bem”? ele era o-menino-que-sobreviveu afinal. NADA ficava “tudo bem” por muito tempo para ele.

Ela olhou em volta. Silêncio. Onde estavam os berros, feitiços, passos, choros e risadas que estava ouvindo a minutos? E onde está o castelo, a floresta, as pessoas que, a pouco atrás, ela poderia jurar que estavam bem do seu lado?

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Tinha acabado.

De novo.

Por que não importava quantas vezes ela re-lesse as séries. Não importava quantas vezes ela re-assistisse os filmes. Nenhuma frase nova apareceria, os gêmeos não fariam piadas novas, Voldemort não iria bolar outros planos. Seus dedos não iriam roçar as páginas novas, ansiosos para virar a folha e descobrir que feitiços aguardavam.

Mas não era possível resistir as tão convidativas paginas, já um pouco gastas, de um Harry Potter, e nem a capa de um DVD que esta em sua estante. Era tão viciante, tão inacreditável, tão perfeito, tão mágico. Seus olhos brilhavam cada vez que segurava com ternura as lombadas dos coloridos livros ou ouvia a conhecida musica tema do filme.

Ela se arrumou no sofá, quanto tempo estava lendo? Duas, três horas? Não havia soltado o livro. Quantas vezes já o tinha lido? Perdera a conta. Suspirando profundamente, com o coração batendo um pouco mais depressa, passou a mão nos olhos para secar o resto das lágrimas que ali ficaram.

Abriu o livro novamente na última pagina e releu a ultima frase, na esperança que algo mudasse, mas logo deu risada da própria idéia e saiu da sala, deixando o livro aberto.

Talvez, mas eu não posso ter certeza, se a jovem tivesse ficasse observando as palavras impressas por mais alguns segundos teria visto mais um pouco da mágica de Harry Potter, nada comparado ao que já foi feito em sete livros atrás, mas o bastante para abrir um sorriso em qualquer nascido-trouxa, que podia jurar de pés juntos que sua coruja se perderá e estava atrasada alguns anos, mas que iria chegar. A ultima pagina daquele livro brilhara levemente, e estava lá, visível, para qualquer um que quisesse ver, em qualquer cópia daquela obra, de todos os lugares do mundo, uma pequena frase acrescentada, uma frase capaz de fazer milhões, talvez bilhões de olhos brilharem, e bilhões de sorrisos abertos.

No final da página, do lado do costumeiro “tudo estava bem” se encontrava, escrito numa caligrafia fina e delicada que qualquer um que se aventurou nas páginas poderia reconhecer, a pequena frase “Por enquanto”.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.