Capítulo 11

Pronto! Ferrou tudo agora! Ele vai descobrir quem eu sou, vai querer saber sobre quem eu sou de verdade! Ou pior, vai dizer que me ama perdidamente e eu vou morrer! Calma Lilian, vai dar tudo certo, é só você respirar fundo e não abrir a boca, ao menos que seja necessário. Espere para ver o que ele vai dizer.

— Quer se sentar? – Perguntou Tiago apontando para uma mesa vazia. Nós dois nos sentamos.

— Vão querer alguma coisa. - Perguntou a garçonete. Ela era muito bonita, e aparentava ter quase nossa idade, ela parecia nervosa, mas não de estar brava, ela olhava o tempo todo para o Tiago com um tipo olhar que eu conhecia bem.

— Eu quero uma cerveja amanteigada. - Falou Tiago sorrindo para a garota. - E você? – Ele olhou para mim.

— O mesmo. – Respondi. A menina foi buscar as bebidas, mas toda hora ficava olhando para traz.

— Bom... – Começou Tiago. - Eu quero te pedir desculpas por ter te beijado aquele dia.

— Ah... Era isso?

— É... Você deve ter bons motivos para ter me empurrado daquele jeito, sei que foi meio do nada, que eu agi por impulso e eu também não devia ter te beijado mesmo... - Antes que ele terminasse a frase, a garçonete derrubou toda a cerveja amanteigada nele, provavelmente ela deve ter tropeçado, afinal, ela olhava mais para o Potter do que por onde andava.

— Desculpa! Desculpa! – Falou a garota desesperada limpando a sujeira.

— Tudo bem, Meredith, não foi nada. - Falou Tiago. - Depois nos falamos Parker, até mais... Ah! Aqui está o dinheiro das cervejas amanteigadas, pode ficar com o troco. - Ele entregou o dinheiro e foi embora.

— Você é namorada dele? – Perguntou Meredith para mim.

— Não! Não! Nem pensar! Somos... Amigos. – Respondi “Para ser mais direta, ele é meu avô”.

— Ah... Mas, amigos amigos, ou AMIGOS AMIGOS?

— Amigos amigos.

— Como se chama?

— Lili... Quer dizer Luna Parker.

— Sou Meredith Butler, é um prazer.

— Prazer é meu. – Ficamos por um momento em um silêncio constrangedor. – Bom, Meredith, eu tenho que ir, nos vemos depois.

— Até mais Luna.

Me levantei e fui indo para a porta de saída, quando Lili gritou.

— Ei Luna, não quer se juntar a nós?

— Desculpa Lili, é que... Eu tenho que fazer uma coisa importante. – Respondi já com a mão na maçaneta.

— Ok, então nos vemos mais tarde.

Sai pela porta e andei meio sem rumo, parei na grade que separa a casa dos gritos do povoado, e só aí comecei a raciocinar o que estava acontecendo. Tiago terminou a frase dele assim “... não devia ter te beijado mesmo", ele parou como se tivesse algo a mais para dizer. Esse “mesmo” me intriga... e acho que eu já sei qual seria a continuação dessa frase, seria: ”mesmo eu gostando muito de você.” Por Merlim! Isso é péssimo! Meu avô está definitivamente apaixonado por mim! Calma Lilian, vamos arrumar um jeito de concertar isso. O que faria um garoto parar de gostar de uma garota? Já sei! Vou perguntar para o Black o que o Tiago mais detesta. Mas onde está aquele infeliz quando se precisa dele! Bom, acho que ele disse que ia na... Zonko’s! Peguei novamente o caminho para a vila e corri para aquela loja de brincadeiras que meu irmão Tiago adora. Ele faz jus aos nomes que recebeu. Cheguei na porta da loja que estava lotada, entrei e logo avistei o Sr. Black, que estava quase beijando uma menina loira, e como eu estava precisando acabar com aquele clima, puxei ele daquele quase beijo pelo braço.

— Eu estava ocupado! – Falou Sirius.

— Estou pouco me ferrando, preciso da sua ajuda.

— Você vai visitar o Ranhoso de novo?

— Não. Eu quero saber como... Primeiro, você já gostou de verdade de uma garota, Black?

— Já! Nesse momento, por exemplo, eu gosto de verdade da Benson; - Ele apontou para a garota loira que estava quase beijando.

— Você é péssimo. Mas isso não vem ao caso. Por quais motivos você pararia de gostar de uma menina?

— Bom, acho que se ela me mostrasse ser outra pessoa, ou se de repente... tipo, se meu melhor amigo gosta dela e ela gosta dele, aí eu não ia tirar ela dele, mas não significa...

— Isso! Boa ideia! Vem comigo! - Eu peguei no braço dele para puxá-lo de novo.

— Espera! Você acha que eu vou para onde você quer quando você quer?!- Eu encarei ele com o meu belo olhar fulminante meio “Lilian Evans”. – Ok, eu vou, mas é porque eu quero. Me dá só um segundo. – Ele se virou e beijou a Benson. - Vamos.

Nós pegamos a estrada que levava para Hogwarts, já que é bem provável que ele tenha ido para lá se trocar.

— A propósito. Falou com o Pontas? - Perguntou Sirius.

— Estávamos conversando e então a garçonete derrubou cerveja amanteigada nele.

— A Meredith?

— É. - Falei quando já passávamos pela porta do saguão de entrada.

— Meredith. Esse nome é engraçado.

— Ela não é meio nova para ser uma garçonete?

— Mas é mesmo, ela tem 15 anos.

— Então por que ela não estuda em Hogwarts?

— Ela é um aborto.

— Oh...

— Então ela trabalha no Três vassouras para ajudar os seus pais. Ela é afim do Pontas.

— Isso eu percebi.

— Parker, por que você não pode me dizer o porquê de você estar fazendo isso?

— Isso o que?

— Tentando juntar o Pontas com a Evans?

— Já disse que eu não posso te explicar, Black.

— Você conhece o mapa do maroto?

— Sim. – Quando dei essa resposta vi que estávamos praticamente na porta da sala comunal da Grifinória.

— Então, já que você não pode explicar por que você quer juntar o Pontas e a Evans, - Ele me parou e me olhou nos olhos. - Você pode me dizer por que na noite passada, quando você dormiu na porta da sala precisa, no mapa do maroto apareceu, exatamente onde você estava, o nome Lilian Luna Potter?

Por Merlin! As coisas vão ficando cada vez pior. Ouvi um barulho, olhei para o lado e vi o Tiago saindo da sala comunal, “a hora é agora o momento é já”, isso se passou pela minha cabeça em segundos. E o que eu fiz? Bom... Eu beijei o Black.