With You
OneShot
Estávamos em minha casa. Naquele dia estava chovendo. Estávamos brincando com alguns games. Nate estava com seus quebra-cabeças, Mihael estava com sua barra de chocolate. Tínhamos 13 anos na época.
- Ei Mail, vamos fazer uma pipoca? - Mihael me chamou
- Boa ideia Mihael, vamos para a cozinha - olhei para Nate e Mihael - Vamos? - Acenaram sim com a cabeça e nos dirigimos para a cozinha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Cadê a pipoqueira Mail? - Nate perguntou
- Ali ó... - apontei para um armário. Eu estava pegando a pipoca - Mihael, pega o óleo na prateleira...
- Certo
Pegamos as coisas e fizemos a pipoca em aproximadamente 10 minutos. Colocamos sal e começamos a comer.
Um bom tempo se passou até terminarmos com a pipoca. Começamos a conversar e a brincar depois.
- Nate, hora de ir embora - disse sua mãe.
- Ah mãe, já? - Nate olhou com uma cara de desaprovação
- Sim meu filho, já está tarde...
- Tudo bem mãe - ele me olhou - Tchau Mail, tchau Mihael.
- Tchau Nate - eu disse
- Falô Nate - disse Mihael e depois disso Nate se foi com sua mãe.
Não demorou muito e Mihael também foi embora. Fiquei sozinho em casa com meus pais. Fiquei ainda com eles durante um bom tempo, depois fui dormir.
Os dias foram se passando. Estávamos no verão. A estação que eu mais gostava, mas também a que eu mais me preocupava, pois os terremotos ganhavam mais força. Eu, Nate e Mihael continuávamos mais unidos do que nunca. Eu amava muito esses meus dois primos e como nós éramos da mesma idade nos dávamos bem.
Tudo seguia uma rotina normal. De manhã escola e de tarde nos encontrávamos em meu apartamento. Eles moravam um pouco mais afastados de mim. Eu morava no centro da cidade. Nate morava ao leste e Mihael ao oeste. Mas nós sempre dávamos um jeito de nos encontrarmos. Era sagrado. Vez ou outra pousávamos na casa de Nate e Mihael.
Mas foi no dia 04 de Abril, que tudo ficou diferente.
With You
OneShot
04 de Abril de 2009 - 03:12 a.m
- MAIL, MAIL, ACORDA! - senti alguém me sacudir, abri os olhos sonolento
- Mãe...? Já tá na hora de ir pra escola? - perguntei sonolento
- MAIL, RÁPIDO, PRECISAMOS SAIR DAQUI. ESTÁ OCORRENDO UM TERREMOTO!
- O QUÊ? - num momento de desespero me levantei da cama rapidamente e me juntei a minha mãe. Meu pai estava na porta de casa. Ficávamos hospedados no segundo andar.
- VAMOS! - ele disse
Começamos a descer rapidamente as escadas, e conseguimos chegar rápido a portaria, de lá fomos para fora do apartamento. Ficamos lá fora até o tremor passar. Uma pessoa começou a gritar minha mãe.
- LUCY, EI LUCY!
- Olhei para trás - TIA JANE, TIO BENJAMIN, MIHAEL! - corri para abraçar meu primo - Que bom que conseguiu sair a tempo primo - sussurrei enquanto o abraçava
- Que bom mesmo Mail - ele respondeu
- Lucy, será que James conseguiu sair com Alicy e Nate a tempo? - Minha mãe, a tia Jane e o tio James eram irmãos
- Por Deus que sim minha irmã.
Mas a conversa foi interrompida, pois as notícias começavam a correr. A apresentadora apareceu numa das várias tevês que estavam espalhadas na cidade.
- E agora as últimas notícias - ela começou - Um dos prédios da zona leste da cidade desabou após o tremor. A escala Richard aponta que a intensidade do terremoto era de 8.7. No centro e na zona oeste a escala apontou 5.2 o que poderia ser considerado um tremor sem muitos danos. Falando da zona leste da cidade Karen Shinn para o Jornal Agora - depois desviamos a nossa atenção para as pessoas que começavam a se amontoar no local.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Três dias se passaram, mas pra mim estava sendo uma eternidade. Meu pai tinha comprado uma casa e fomos todos pra lá. Na zona leste onde o prédio do apartamento tinha desabado os bombeiros começavam a retirar os escombros e possivelmente os corpos.
Havia uma tevê na casa e aquela apresentadora apareceu.
- E agora as últimas notícias - todos prenderam a atenção no televisor - Mais três corpos foram identificados sendo eles James River, Alicy River e Nate River. Voltaremos a qualquer hora com mais notícias - depois disso a programação voltou ao normal.
Eu paralisei, meu primo estava... Morto...?
- Na - Nate... - sussurrei, Mihael estava ao meu lado, ele me abraçou e eu comecei a chorar com todas as forças que eu tinha. Eu não podia acreditar nisso, eu não queria acreditar - Mi - Mihael... O Nate... N - NÃO! - eu dizia entre soluços.
Meu primo, meu amigo, meu irmão... Ele se foi... Aquele dia foi o pior de todos da minha vida. Encomendamos os caixões e fizemos o funeral no dia 08.
Na sepultura estava escrito: Aqui jaz a família River, companheira e irmã em todos os momentos.
E depois daquele enterro dez anos se passaram.
Meus pais e os pais de Mihael morreram em um acidente de avião dois meses depois da família de Nate. Eles foram para um passeio na Califórnia, mas o avião deles pegou uma tempestade muito forte e caiu. Ninguém sobreviveu. Eu e Mihael estávamos em casa, não queríamos sair de jeito nenhum. Talvez tivéssemos pressentido o acidente.
Desde então começamos a morar juntos, mas já faz um tempo que eu não vejo mais Mihael como um primo e sim como um amor impossível. Sei que é errado gostar de meninos, pois sou um, mas Mihael é especial pra mim. Não quero que ele me deixe. Ele esteve comigo quando perdi Nate, e também quando eu perdi meus pais. E eu também sempre estive com ele nos momentos mais difíceis de sua vida.
Mihael sempre viciado em chocolates e eu nos meus games. Eu tinha todos. E amava aquilo. Nós trabalhávamos numa lanchonete. Por meio período.
Já era tarde e estávamos cansados, estávamos voltando pra casa. Depois de chegar, entramos nela e um pequeno tremor começou.
- Ah não, outro terremoto não - Mihael disse.
Eu me encolhi num canto da sala e comecei a chorar. As lembranças do que tinha acontecido com meu primo vieram, e como consequência me lembrei de meus pais depois.
- Mail...?
- Nate, mamãe, papai... - eu dizia entre soluços.
Mihael me abraçou - Mail, tá tudo bem, eu estou aqui. Já passou.
O abracei com força e chorei mais - Mihael...
- Tá tudo bem Mail, eu estou aqui com você... Sempre vou estar - ele olhou para mim e começou a aproximar seu rosto do meu. Meu beijou.
Eu correspondi, depois ele parou e me olhou um pouco. Sorriu - não chore mais, tudo bem?
Sorri - T - Tudo bem primo... - lhe dei um selinho - Vou tomar um banho...
- Que tal nós irmos tomar um banho juntos - ele deu ênfase a palavra nós
- Tudo bem...
Fomos para o quarto e tomamos um banho juntos. Aquela água quente caindo sobre nós, nossos corpos grudados... A melhor sensação de toda a minha vida. Passar meu tempo, o resto de minha vida junto com meu primo, meu amor Mihael.
Nos deitamos, eu olhei para Mihael.
- Primo - eu comecei
- Sim...?
- Te amo, muito... - coloquei uma mão minha na dele e apertei não muito forte
- Eu também Mail. Te amo muito... - ele apertou a mão dele na minha e depois me deu um beijo - Eu sempre vou estar junto com você Mail, sempre vou estar.
Após isso adormecemos. Sim Mihael, nós sempre ficaremos juntos... Sempre...
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