Ela foi procurar a pessoa que podia responder as suas perguntas. Queria saber se era possível realizar o seu maior sonho: ser livre. E recebeu a resposta que esperava: seu sonho era impossível. Ela não conseguia viver mais daquela maneira. Não continuaria na mesma. Ainda mais agora, quando não tinha mais esperanças. Sua vida não fazia mais sentido: não tinha amigos e tinha medo de fazê-los, não tinha família, ninguém a quem podia dar e receber carinho. Não confiava no homem que amava, e por isso, eles não ficavam juntos. Sua vida era vazia, não restava nada a não ser ... acabar com tudo, sair daquela prisão que era a sua existência, mas não a sua alma. Escreveu uma carta e apontou sua arma para a cabeça. Fechou os olhos e pensou no fim. Mas em vez do barulho do tiro, escutou a campainha e logo após uma voz que chamava o seu nome. Era a voz dele. Resistiu, apertava o gatilho ou o atendia? Guardou o revólver. Deu alguns passos e abriu a porta. Lá estava ele. Eles conversaram. Ele dizia que não podia mais protegê-la, que ela não devia continuar resistindo, por que não agia da forma habitual? Ele não entendia, algo havia se quebrado dentro dela. E ela não se importava mais com isso, não queria apenas sobreviver, queria viver. Quem sabe se tudo fosse diferente para os dois? Quem sabe?

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