Psicose

Em meio ao fogo Cruzado.


Como Bill foi capaz de me esconder isso? Eu podia ter evitado tanta coisa.

– Lukas, faça uma cópia deste artigo. - Ordenei em voz alta.

– Mas Dill, talvezisso não esteja certo...

– Lukas, faça logo essa droga de copia!! - Gritei enfurecida.

Ele rapidamente atendeu a meu desejo, fazendo a copia e entregando-a em minhas mãos. Sai correndo escada abaixo e sai pela porta dos fundos, afim de que, meu pai não me visse.

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Corri o mais rápido possívelde volta para casa, não ficava tão longe assim e mesmo que fosse do outro lado do mundo, eu iria, só para esclarecer as coisas.

Arrebentei a porta do meu quarto, e lá estava Bill, sentado na minha cama com a cabeça abaixada, como se estivesse com vergonha de algo.

– Por que não me contou sobre isso? - Joguei a folha em sua cara, e ele simplesmente não moveu um músculo se quer. - Bill! Estou falando com você! - Mesmo gritando não recebi nenhuma resposta.

– Tudo bem então, eu leio para tentar refrescar sua memória. - Procurei a dedo a linha, e li em voz alta. - "Após concluir sua missão, o não-humano rompe toda e qualquer ligação com seu protegido, desaparecendo completamente de sua vida após isto, levando com si, todas as lembranças as quais tiveram. Ou seja, o humano não lembrará nunca mais de seu não-humano, ou de qualquer outra lembrança que se relacione a ele."

– Você pode explicar isso Bill? - Eu estava completamente descontrolada.

– Eu... - Parecia não conseguir falar.
– Como assim? Então quer dizer, que além de sumir para sempre eu vou te esquecer? É isso?

– Sim. - Bill ainda não olhava para mim.

– Bill, como assim. Você não me disse que depois que descobríssemosquem matou minha mãe, você iria embora... Por que? - A essas horas, eu já estava dilacerada, chorando mais que meus olhos permitissem.

– Desculpe... Eu...

– Desculpe? Não é tão simples assim Bill. Eu te amo, e o que faço com isso? Jogo fora? Você quer que eu jogue tudo fora antes ou depois da lavagem cerebral? - Eu estava indignada, como ele pode não ter me contado?

– É que, eu me apaixonei por você e resolvi viver cada momento como se nada mais importasse. - Respondeu ainda sem olhar para mim.

– Aé? Como assim? Então você vive o seu momento e eu que me dane depois? Eu entreguei o meu coração pra você, pra que? Pra você ir embora e não deixar mais nada?

– Dill...

– Não! Isso não tem explicação. E agora, eu tenho que escolher entre ficarcom você ou descobrir quem matou minha mãe, é isso? - Perguntei furiosa.

– Não é uma escolha. Nós vamos descobrir quem matou sua mãe e você vai viver sua vida, bem, como sempre foi!

– Bill, olha para mim! - Ele não fez como eu pedi, então gravei minhas unhas em seu maxilar, fazendo-o olhar. - Eu não tenho mais nada se não tiver você! Entende?

– Mas você não vai mais se lembrar de nada, essa dor que você sente vai passar, acredite. - Tentou argumentar.

– Não, não é assim, eu nunca vou te esquecer Bill, nunca mesmo. Eu te amo, e o amor a gente não esquece assim, de uma hora para a outra.

– Dill, isso não é uma opção. Você esquece, com certeza vai esquecer. - Bill... Estava... Chorando?

– Você esta chorando? - Perguntei aproximando-me dele, e tendo eu mesma uma resposta. - Eu não quero te perder Bill, não mesmo. - Gritei enquanto abraçava-o com toda minha força.

– E nem eu, mas tem de ser assim! - Nossas lágrimas misturavam-se.

– Não, não tem! E desisto de saber sobre minha mãe, eu já a perdi, não tem mais jeito. Mas eu não vou me permitir ser burra a ponto de perder você! - Deixar meu passado para trás, foi sem sombra de dúvidas uma das coisas mais difíceisda minha vida, mas perder Bill estava fora de cogitação, fora de qualquer acordo.

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– Você não tem que fazer isso Dill. Vamos viver nossa vida, e depois você esquecerá tudo...

– Por que tem que ser assim? Quem dita estas regras idiotas? Quem Bill?

– São as leis naturais. As coisas acontecem por que tem de acontecer.

– Bill, você me ama?

– Claro que sim. - Disse olhando em meus olhos. - Escute Diana, eu te amo!

– Mesmo? - Insisti.

– Mesmo. A muito tempo atrás os humanos eram seres fortes. Tinham quatro braços, e quatro pernas, eram simplesmente estupendo. Eram simplesmente os seres mais fortes e belos da face da terra, Tinham tudo o que queriam, a terra os dava tudo o que precisavam. Mas o homem, ambicioso por sua vez, resolveu desafiar os Deuses, atacando-os de diversas formas. Sentindo-se ameaçado, os Deuses se vingaram de todos. Foi então, lançado um raio na terra, tão forte que separou o forte e majestosohumano, deixando sua outra parte perdida mundo a fora. Hoje em dia, dizem que saberemos quando encontramos a nossa outra metade, que nos tornaforte e imbatíveisquando abraçamos quem amamos, é como se completasse, como se tudo se encaixasse, e sabe? Eu tenho certeza de que você é a minha parte perdida. - Concluiu sorrindo com os olhos e com a boca, abraçando–me forte e fazendo com que eu chorasse ainda mais.

– Bill. Eu não vou te deixar ir. Não mesmo. - Disse convicta.

– Dill, nós teremos que nos separar, de um jeito ou de outro. - Rebateu tristonho.

– Como assim?

– Eu tenho um prazo, caso não conclua minha missão posso desaparecer para sempre, sem ao menos conseguir me despedir de você. E você se lembrara de mim.

– Você não podia ter escondido isso de mim Bill.

– Eu sei, eu sei. Mas isso te causaria menos sofrimento, entenda. Não quis dividir minha dor com você, eu poderia suportar te olhar todos os dias e saber que a cada 24 horas, nosso destino é separado.

– Eu não quero isso Bill, não mesmo. Por favor, não vá.

– Eu ficaria se pudesse. Com todo meu coração.

– E se eu morrer? Não poderíamosficar juntos? - Provavelmente isto daria certo.

– Era disso que Adrianestava tentando de proteger, se você se afastasse de mim, nós nunca iríamos nos apaixonar, e você nunca desejaria morrer. Não pense nisso, nunca mais você entendeu?

– Por que não? - Perguntei confusa.

– Por que isso te causaria muita dor.

– Mas Bill, posso tomar alguns remédios e dormir para sempre.

– Não funcionaria assim. Você teria que morrer do mesmo jeito que eu.

– Pulando de um prédio?

– Sim.

– Morreria por você. Se é esse o único jeito, eu faço. - Tentava parecer corajosa, mas eu tinha medo. É claro que eu morreria por Bill, mas me atirar de um prédio, parecia um tanto assustador e tenebroso demais.

– Eu jamais deixaria que isso acontecesse.
Então era isso. Eu estava entre a cruz e a espada. Descobrir quem matou minha mãe, e perder Bill para sempre. Ou, morrer por ele. Eu estava perdida, estava no meio do fogo cruzado!