Fairy Tales - Fairy Love

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“Toc, Toc, Toc” o barulho era uniforme demais para ser uma mão de carne batendo na porta, o que chamou atenção de Kinana.


– Olá Jere-kun - disse ela sorrindo enquanto abria a porta.


Ele arqueou as sobrancelhas, enquanto abaixava a mão de ferro.


– Sabe, geralmente sou eu quem sabe das coisas antes de vê-la, mas agora entendo porque elas não gostam disso - disse ele dando os ombros - O...


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– Sim, ele está - disse ela enquanto saía da frente da porta para lhe dar espaço para ele passar - Por favor, entre.


A funcionária da Fairy Tail era o cúmulo da amabilidade, então ele já estava confortavelmente instalado no sofá e tomava uma xícara de café quando Cobra desceu as escadas do segundo andar com um ar sonolento.


– Você sabe que horas são? - perguntou ele bocejando.


– Eu pareço um relógio? - perguntou o mago revirando os olhos - Mas dessa vez o motivo pelo qual eu vim é mais interessante que minhas habituais vistas anuais.


– Cansaram de me convidar para a guilda-que-deixa-o-conselho-com-uma-pulga-atrás-da orelha? - perguntou Cobra rindo.


– Sim, mas não se sinta demais sobre a insistência, mais membros seriam algo útil, e na lista de requisitos exige um passado que necessita de expiação de pecados e algum grave problema de personalidade.


– Ele tem razão querido, você tem essas características raras - disse Kinana com um risinho,dando-lhe um afago na cabeça com uma mão, enquanto apoiava com a outra uma bandeja na mesa de centro - Biscoitos? - ofereceu ela enquanto Cobra bufava.


– Você não deveria estar do meu lado? - resmungou ele, enquanto o visitante se servia de um biscoito e elogiava a cozinheira.


– Você é gentil - disse ela sorrindo.


– Não, eu sou incapaz de fingir ser legal - garantiu ele - Cobra-san, você está bem? Está ficando meio roxo...


“A cabeça dele vai explodir” notou ele mentalmente, mas o mago apenas suspirou.


– Você veio aqui por alguma causa tangível ou apenas para nos agraciar com seus flertes terríveis e essa sua cara adorável? - perguntou ele de forma ácida.


– Ouch, essa magoou - riu ele, enquanto tirava um caderno de dentro da sua mochila - Não, eu tenho uma razão mais nobre para isso. Dê uma olhada nisso.


Cobra pegou o caderno e olhou longamente, virando as páginas com um ar pensativo.


– Que tipo de runas estranhas são essas? - perguntou ele franzindo a testa. Jereffer tomou o caderno da mão dele, girou para que ficasse na posição correta, e entregou de volta.


– Letras - disse ele piscando com um olho, que tinha uma efeito estranho com ele usando um tapa-olho. Cobra assentiu, agora tudo fazia sentido.


– Um belo padrão de partículas mágicas de Etherano em plano refusivo refletido - disse Cobra depois de um longo tempo - Achou os portões do paraíso?


– Não, se fosse isso, eu já teria leiloado isso entre velhos ricos e avarentos, que não podem esperar conseguir isso de outra maneira - disse Jereffer sorrindo - A questão importante aqui é: é possível de identificar uma forma orgânica em meio disso?


– Provavelmente, eu acho que poderia escutar, ou farejar - disse Cobra, terminando de ler os padrões contidos ali e devolvendo - Você pode me falar exatamente o que é isso agora?


– Tenroujima em seu estado atual - disse ele dando os ombros.


A surpresa pairou no ar. Vindo da cozinha, o som de um prato sendo derrubado rasgou o silêncio.


– Você está bem, Kin-chan? - perguntou ele olhando para trás.


– S-sim, eu apenas derrubei algo - a voz dela estava meio pasma, mas ele não duvidava do motivo disso.


Subitamente, Cobra riu.


– Eu consigo ouvir... você quer me provocar para eu ter que reafirmar minha masculinidade ao conseguir realmente fazer isso - disse ele sorrindo - Um plano hábil.


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– Na verdade eu estava apenas curtindo com a sua cara, mas soa mais inteligente dessa forma que você colocou -disse ele alegremente - E então, o que me diz?


– Eu digo que eu vou abrir uma exceção na minha regra sobre ser usado como cão de caça em demandas alheias - disse ele seriamente, enquanto se levantava.


– Só uma exceção? Eu pretendia pedir sua ajuda depois para achar minas de ouro - brincou ele, enquanto Kinana voltava a sala, agora sem seu avental culinário.


– Eu estou saindo, meu turno na guilda começa daqui a alguns minutos, tem mais biscoitos no forno, mas esperem esfriar - disse ela enquanto parecia procurar algo - Querido, você viu...


– Eu consigo ouvir suas chaves balançando presas a porta da cozinha - disse Cobra inclinando a cabeça levemente.


– Ah, obrigado - disse ela, interrompendo sua busca nas gavetas - Até Jere-kun, cuide do Cobra, ele tem hidrofobia, mas é teimoso demais para admitir.


Jereffer tentou suprimir a gargalhada.


– Sim, eu prometo trazê-lo de volta sem que tenha se afogado ou entrado em choque - garantiu ele, a voz revelando a diversão mal-contida.


– Certo, e não se esqueça de pegar um agasalho querido, a umidade faz com que os dias esfriem rápido - disse ela antes de sair. Cobra estava meio roxo, que devia ser a sua variação de corar, encarnado a porta agora novamente.


– Vá buscar logo uma blusa, e não se esqueça também da sua bóia - zombou Jereffer - Das muitas formas de se morrer, eu não quero que a minha seja estrangulado pela sua namorada.


– Se você fizer mais uma piada nas próximas horas, quem vai te estrangular serei eu - resmungou ele enquanto subia as escadas.


– Você teria que entrar em uma fila crescente de interessados - alertou ele.



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– Eu não entendi qual foi o critério de divisão - disse Cobra em plenos pulmões, a voz sendo levada pelo vento - Por que você ficou com o planador e eu com o jet-ski?


Planando a alguns metros da água, Jereffer, riu, acelerando para emparelhar os meios de transporte.


– Se eu cair daqui, eu vou de cabeça para o fundo - disse ele em um tom adulto -A diferença que eu consigo nadar. E vamos lembrar que fui eu que consegui aluguéis para hoje.


– Sim, eu conseguia ouvir... você já conhecia ela - protestou Cobra.


– Sim, é fantástico quando prostitutas sobem na vida, elas abrem negócios variados... - ele riu ao notar a expressão de Cobra - Meu modo de vida lhe ofende? É de se esperar que vilões não tenham esse tipo de frescura.


– De que droga você está falando?


– Oras, você acha que caso alguém um dia conte a história da nossa época, o que nós somos? - perguntou ele com um sorriso - Resolver virar um perito em preservação de répteis e ter uma vida caseira não é considerado uma forma clássica de consertar erros.


Ele tinha um bom ponto.


– Moralidade e vilania não são coisas relacionadas - disse ele, desviando o curso da conversa.


– Um filósofo certa vez disse que moralidade é uma coleira social usada por sociedades inferiores para limitar a capacidade de seus indivíduos.


– Sim, mas vale se notar que esse filósofo morreu de sífilis em uma idade precoce - lembrou Cobra acidamente.


– Você tem um bom ponto - admitiu Jereffer - Mas agora paremos de debater filosofia, teologia e o sentido da vida e vamos nos apressar, eu tenho que te entregar de volta inteiro ainda hoje.


– Posso lembrar que demoramos mais do que o usual na viagem até o porto de Hargeon porque você quis parar para comprar histórias em quadrinhos?


– Em raridades - defendeu-se ele - Eu gosto de coisas velhas. Agora paremos de tagarelar e aceleremos.


E assim eles fizerem, mas foi por pouco tempo. Algumas milhas a frente, havia algo estranho ocorrendo.


Era como uma cúpula invisível, uma enorme área onde a água parecia fervilhar e pulular, o ar pulsando. Quando Jereffer tentou ultrapassar, ele foi arremessado para trás com violência, o planador soltando faíscas e caindo em parafuso.


Cobra manobrou para o lado e perscrutou a água com os olhos. O mago emergiu, cuspindo água e resfolegando.


– Bom, eu não preciso da sua audição ou faro para saber que achamos Tenroujima - disse ele, enquanto nadava de costas até o Jet-ski, apoiando um braço para poder flutuar - O que diabos foi isso?


– Uma espécie de barreira mágica - disse ele - Eu consigo ouvir, é como um leve sussurro, palavras de proteção em volta de algo, e também consigo ouvir... respirações.


O mago sorriu, e pela primeira vez não se parecia apenas com contentamento ou zombaria.


– Isso reduz a uma merreca a minha volta do mundo dos mortos, mas não vou reclamar - disse ele, enquanto movia os dedos pelo ar. Um segundo planador surgiu das letras invisíveis - Eu preciso fazer essa noticia chegar a Fairy Tail, e de uma forma mais plausível que uma mensagem misteriosa. Eu apostaria meu braço perdido que a chave para desbloquear isso são pessoas com a marca da guilda deles.


– Por que você simplesmente não vai lá e fala isso? - sugeriu Cobra - Mesmo com sua identidade publica, você já falou bem à Fairy Tail uma ou duas vezes, quando ainda havia algo de interessante a se falar sobre eles.


– Sim, ordens do Mestre Iwan, ele também acreditava no retorno deles, e acha que o Gajeel não estaria mais disposto a ser seu espião - ele riu ao pensar daquilo - Comigo já são dois espiões reversos que ele coloca sob seu teto. E ninguém seria tolo o suficiente para confiar em alguém da Raven, mesmo uma pessoa agradável como eu, e o número de mulheres para se reduzir ficou precariamente baixo.


– Certo, certo, mas você não respondeu minha pergunta!


– Ou você vive como vilão ou morre tentando virar herói, está na regra - brincou ele - Não quero dar trabalho para o cara que escrever sobre isso com meios-termos. Eu estou indo para Poleiro do Corvo, precisa de ajuda para chegar em casa vivo?


– Não, mas caso aconteça algo, quem vai morrer é você - disse Cobra ativando o gerador mágico. Um selo surgiu e deu impulso no gerador.


Jereffer bufou, enquanto planava na mesma velocidade.


– Melhor não arriscar, é um instinto natural evitar a fúria feminina - disse ele dando os ombros - Aperte bem a sua bóia!


– Aquela regra sobre as piadas ainda está valendo - resmungou o Dragon Slayer.



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15 horas depois...

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A impaciência na sala comum da base voadora da Crime Sorcière era palpável, mas vinhas em níveis variados das diversas fontes.


Ultear estava largada em um sofá fingindo estar apenas relaxando, Meredy assistia a reprise de um show de pop usando Jereffer como travesseiro, Jereffer lia suas novas aquisições sem se dar conta de estar sendo usado como travesseiro, e Jellal não tentava nem mesmo fingir controle sobre sua ansiedade, e andava de um lado para o outro pela sala.


– Jelly, você está fazendo barulho - reclamou Meredy aumentando o volume - Sente-se, ou fique de pé, mas parado!


– Como eu poderia... - começou ele, mas foi interrompido pelo mago de encarnação.


– A questão não é poder, você vai, ou eu vou pregar seus pés no chão - disse o mago em tom cortante - Ou te colocar na sala de confinamento.


– Não construímos aquilo apenas para caso você ficasse descontrolado devido a vestígios daquela magia? St...


– Sim, então ela vai conter você com a mesma facilidade que um gigante segura um gatinho - disse ele ignorando a tentativa de piada. Jellal estava sempre compensar as inúmeras zombarias de que era alvo.


– Não se preocupe, eu tenho certeza que a minha amiga na Pegasus entregou a mensagem aos caras purpurinados, que deverão montar em seu navio-pegaso-voador a toda velocidade para avisar o restolho de magos que sobraram naquela guilda. E também convencia uma outra amiga a alugar para eles uma galé por qualquer merreca que eles tenham para pagar. Somando isso a períodos de tempo aceitáveis, essa ilha vai surgir a qualquer momento. Mas como qualquer momento pode demorar, então coloque o seu traseiro em uma cadeira.


Ele parou por alguns minutos, antes de recomeçar a andar. Eles pairavam bem perto da área onde a ilha devia estar e eles veriam pelas enormes janelas qualquer mudança, mas Jellal estava inquieto demais para ficar apenas parado na frente da janela.


Meredy estreitou os olhos, e levou a mão para a espada que se encontrava encostada na parede.


– Je-nii, como se muda a forma dessa coisa para um martelo? - perguntou Meredy se sentando.


– Para que você pretende usá-lo?


– Quebrar o joelho do Jellal - disse ela com ferocidade. Jereffer já observara que existiam duas situações em que sua pequena e divertida amiga mostrava a violência esperada de alguém criada pela Ultear, elas eram quando interrompiam algo que ela estava vendo ou fazendo ou quando seu estranho instinto de proteção a ele se ativava, frequentemente em casos em que ele estava com uma garota.


– Não seja cruel, acerte na panturrilha - disse ele, colocando a mão no cabo e girando, a espada se desfazendo e refazendo em um martelo de guerra.


Jereffer não prestou atenção enquanto Meredy e Jellal se estatelavam em uma luta que era na maior parte brincadeira, mas estava bem atento a todo o resto, e logo achou ouvir o som de água se movendo, muita água sendo levantada.


Aquilo também acordou Ultear de seus devaneios.


– Isso é...


– Parece que sim - disse Jereffer se levantando e indo olhar pela janela. Ao passar por Meredy e Jellal, ele disse um “Não briguem, crianças” que os pôs de pé para protestar.


Mas todas as piadas, resmungos ou falas morreram perante a visão que eles tinham: uma enorme esfera mágica translúcida, com a ilha dentro, se levantava da água.