Fairy Tales - Fairy Love

Capítulo 23: O Dia dos Incidentes


Natsu dormia pacificamente, até sentir algo colidir repetidamente com o seu abdômen.


– Acorde!Acorde, Natsu-san! - uma Wendy excessivamente animada saltava com os joelhos em cima dele na tentativa de acordá-lo, enquanto Happy a ajudava.


Natsu bocejou, piscando os olhos.


– Wendy, andou exagerando no café essa manhã? - perguntou ele a puxando de cima de si e a colocando-a sentada do seu lado - É muito cedo para ser usado como trampolim.


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Wendy, com os olhos brilhantes, lhe mostrou uma revista.


– Eles publicaram! - disse ela empolgada, enquanto mudava de página rapidamente.


Ele viu que ela lhe mostrava a pagina de moda infantil, e como destaque estava ela, em um kawaii maiô que se parecia com um morango em relevo.


– Você está demais, Wendy-chan! - elogiou ele colocando a mão na cabeça dela. Ele percebeu que o fato dela estar mostrando para ele devia ser porque ninguém notou que as fotos dela haviam sido publicadas.


– Obrigado, Natsu-san! - se ela não fosse tão fofa, Natsu acharia que ela estava tentando quebrar seu pescoço com aquele abraço.


– Ok, Ok - disse ele tentando desgrudar a pequena Dragon Slayer do céu de si - Happy, você queria me mostrar algo ou só estava aproveitando a bagunça?


– Aye! - disse o gato, pegando uma caixa que estava no chão - Veja, minha encomenda chegou!


– Desde quando você compra coisas por correspondência? - disse Natsu, enquanto se inclinava para ver o Happy trazia na caixa.


Era alguma espécie de peixe dentro de um cubo de gelo, com a coloração rosada e a forma lembrava vagamente a um coração.


– Vocês acharam ele bonito? - perguntou Happy ansioso - É que é para ser um presente.


Natsu riu.


– Wendy, faça um refrão comigo - disse ele enrolando a língua, antes de dizer - Ele gossssxta da Charle!


– Não zombem dos meus sentimentos! Eu estou magoado com você - disse Happy ofendido, virando o rosto.


– Ok, desculpa - disse Natsu despreocupado com a reação do seu parceiro inconstante - Vou preparar o café, quer peixe?


– Aye! - disse o gato animado.


Uma gota de suor escorreu na parte traseira da cabeça da Wendy.


– Você não acabou de dizer que estava magoado?


– Gatos têm memória recente curta - disse Happy, enquanto guardava sua preciosa encomenda.



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Um pouco mais tarde, naquele dia...


Enquanto mastigava apressadamente um cano de metal, se dirigia à Fairy Hills.


Ele pressentiu problemas ao ver a Titânia em pé no hall, parecendo estar em sua melhor saúde e humor. Ela estava ocupada no momento dando uma bronca no Salamander por algum motivo.


– Eu sei que eu tenho responsabilidades - disse ele mal-humorado - Mas não é minha culpa que não é possível encontrar a Cana. Devo lembrar que como moradora do dormitório...


– Eu sei, é responsabilidade minha saber onde ela está - disse Erza em o seu tom rígido batendo com a mão em punho na placa da armadura - Eu falhei. Por favor, me bata.


Natsu pareceu cogitar por um instante, antes de sacudir a cabeça.


– Acho melhor não - disse Natsu - Vou ajudar o Gray e ao Elfman na procura. Juvia...


É provável que ele fosse dizer algo sobre ser o dia dela posar, mas Juvia surgiu tão solicita que dava a impressão de ela já estar na espreita.


– A Juvia ajudará na busca do Gray-sama!


– Não, não ajudará - disse Natsu com um suspiro, a mão correndo exasperadamente pelo próprio cabelo - Vá para o estúdio da Sorcerer e peça para a Taurin não matar ninguém até eu chegar.


Juvia pareceu desapontada.


– Aye-e - disse ela olhando para as próprias mãos com uma cara de cachorrinho com fome.


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Natsu parecia estar necessitando bater em alguém.


– Eu já comentei que o Gray vai me fazer companhia no estúdio hoje? - perguntou ele, e em questão de segundos a Juvia já havia partido em disparada em direção ao estúdio, numa velocidade que colocava Jet no chinelo.


Natsu suspirou, era demais para um Dragon Slayer só.


– Até mais tarde, Erza, eu tenho que achar a Cana... e agora E o Gray - disse Natsu, ativando as asas da armadura - Happy, comigo, temos muito a fazer.


O gato azul, que voava hiperativo pela sala, o seguiu com um “Aye!”.


Gajeel trincou os dentes quando Erza voltou seu olhar para ele.


– Você está atrasado - disse a maga de cabelos vermelhos.


– Eu nem sabia que eu tinha um horário - disse Gajeel com um rosnado - Eu já estou fazendo um enorme favor de arrumar aquele monte de merda...


– Como a Erza disse, estamos atrasados - disse Levy, brotando sabe-se lá de onde, puxando o Dragão de Ferro pelo braço - Até depois, Erza.


Gajeel, surpreso, se deixou ser arrastado até bem perto da escada do porão.


– Que diabos você está pensando? - disse ela com um sussurro rouco - Bater de frente com a Erza?


Gajeel rosnou ofendido.


– Só porque vocês ficam com os joelhos tremendo quando essa... - ele ia dizendo, antes de ouvir uma voz dizer atrás dele.


– Alguma reclamação?!


– Estávamos indo começar o trabalho - disse Gajeel, puxando Levy com ele.


– Você dizia...? - disse ela divertida, enquanto tentava não tropeçar nos degraus escuros.


– Calada - resmungou o Dragon Slayer de Ferro.



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Em algum lugar desconhecido, naquele dia...


– Você não deveria estar trabalhando ou coisa do tipo? - perguntou Ultear, quando viu o mago de encarnação surgir.


– Eu não estou aqui, isso é projeção de pensamento - disse ele, atravessando uma porta sólida - Como passaram a noite?


Ultear bufou mal-humorada.


– É claro, obrigado por nos abandonar nessa ruína enegrecida - disse Ultear - Por que eu não consegui contatar ninguém da Grimoire?


– Porque esse lugar é escondido por uma dúzia de magias diferentes - disse ele com simplicidade - Depois de uma pequena pesquisa, descobri que deixar vocês aqui foi desnecessário.


– O que?! Você não pode estar falando sério!


O jovem mago assentiu.


– Eu descobri que ninguém a serviço do conselho pode usar rastreamento mágico, é uma técnica dificílima, apenas três magos em Fiore a usam, todos de Aliança de Baram - explicou ele - Na verdade, o ataque ao rinque não teve nada a ver com você Jellal, isso só ocorreu porque alguém te viu Ultear, você se tornou um tanto popular depois de destruir a antiga sede do conselho.


Ambos ficaram estáticos. Aquilo parecia muito óbvio agora que ele dizia.


– Em todo caso, vocês não podem ficar aqui para sempre - disse ele - Em um momento histórico de generosidade, eu posso criar um portal. Escolha qualquer lugar: Outros continentes, Edolas, o Mundo Espiritual se preferir paisagens exóticas. Qual vai ser?


– Magnólia - disse Jellal decidido.


Ultear piscou surpresa, enquanto Jereffer se limitou a lhe lançar um olhar avaliador.


– Que assim seja - disse ele por fim - Mas vamos até lá fora, eu não consigo fazer isso aqui dentro.


Jellal caminhou decididamente em direção à porta, enquanto Ultear ainda parecia paralisada.


“Eu não sou pago o suficiente para aguentar toda essa merda!” pensou Jereffer exasperado.


– Por favor, não me faça ter que dar um conselho do tipo “O melhor a fazer é deixá-lo seguir seu coração” ou algo que se leria em um livro de auto-ajuda escrito por uma senhora obesa virgem de 40 anos - disse ele - Então apenas mova seu traseiro para fora também.


Ultear sentiu a necessidade de bater em alguém, mas sabia que aquela projeção era imaterial.


Do lado de fora da construção, Ultear pode ver que na verdade eles estavam em um complexo de construções em declínios, todas carbonizadas ou derrubadas.


– Onde nós estamos exatamente? - perguntou Ultear, enquanto o mago de encarnação escrevia algo, enquanto se recostava casualmente em duas lápides que ali haviam.


– Em uma antiga aldeia de magos fora-da-lei - disse ele concentrado - Eu morava aqui quando era criança.


– Parece bem ao seu gosto - observou ela zombeteira.


– Obviamente não estava destruído na época, o Conselho bombardeou a vários anos - disse ele terminando - Aqui está, passagem expressa para Magnólia.


Jellal estava com pressa para atravessar o portal, mas foi parado antes que assim o pudesse.


– Ultear, você devorou o cérebro dele durante a noite? - perguntou o mago - Me explique, meu caro colega azulado, como você sendo um prisioneiro que está passando a cada segundo na TV pretende se esconder em Magnólia?


Ele não havia pensado naqueles pequenos detalhes.


– Exato - disse o mago escrevendo algo na frente do rosto dele - Isso pode ajudar, e na pior das hipóteses, vão cogitar se você não é um primo distante do Dragão de Ferro da Fairy Tail.


A com algumas poucas palavras, logo Jellal já estava dificilmente reconhecível, a tatuagem do rosto desaparecida e o cabelo alongado e escurecido até ficar tom breu, os traços se tornando mais intrincados.


– Já deve servir - disse ele - Agora retire o traseiro daqui e tente não morrer.


Aquela era a sua definição de despedida simpática



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Enquanto isso, no subterrâneo de Fairy Hills.


Levy havia achado uma tarefa em que ela era realmente útil.


Era um tanto entediante ficar remendando canos, já que eles existiam a centenas, mas pelo menos ela se sentia útil.


O principal problema de trabalhar naquele conserto era o calor: com o lacrima de aquecimento quebrado, todo o calor que devia brotar agradavelmente das paredes do dormitório (e da guilda, como eles descobriram) vazava para aquele porão.


Ela havia acabado de remendar um cano de que deveria servir para carregar calor quando teve a sua atenção roubada quando ouviu passos pesados atrás dela.


– Ei, Devoradora de Livros, você por acaso não trouxe água com você? - perguntou Gajeel.


Levy tirou a atenção temporariamente do cano que consertava, na intenção de indicar onde estavam as coisas que ela trouxera até ali embaixo, mas foi distraída por algo.

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Gajeel observou por um tempo a pequena maga escritora fazer algo que parecia ser pensar, enquanto torcia o seu colete na tentativa de desencharcá-lo de suor é óleo.


Ela gaguejou alguma coisa, apontando com o dedo para o corredor.


Gajeel achou que ela perdia a fala frequentemente sem motivos.


– Sabe, meu aramaico está meio enferrujado, você poderia repetir no nosso idioma? - disse ele sarcástico, atirando o colete por cima do ombro.


– Eu disse que há um galão junto com a minha mochila no fim do corredor - disse ela irritada por não ter sido compreendida.


Gajeel observou ela escrever “Liquid Iron” e aplicar descuidadamente no cano.


– Sabe, muito vapor quente passa nessas coisas, você deveria tomar mais cuidado - mandar uma pessoa irritada tomar mais cuidado ou fazer algo direito nunca funciona, mas ele estava farejando o problema no ar.


– Eu sei como fazer isso - disse teimosamente.



Levy estava irritada, ela odiava quando achavam que ela não conseguia fazer algo.


Enquanto pensava em ofensas efetivas contra o sarcástico Dragon Slayer de ferro, ela aproximou mais o rosto para enxergar melhor os pequenos trincos no metal do cano, mas sem colocar realmente a sua atenção naquilo.


Ouve um “creck” alguns segundos antes, o que lhe deu tempo de ter a reação automática de levantar as mãos na frente do rosto.


Com um súbito jato, vapor branco quentíssimo e espesso, e em questão de segundos ela sentiu ser empurrada violentamente para o lado.


Tetsuryūkon– ela ouviu Gajeel dizer, tossindo devido ao vapor.



Gajeel estava completamente certo quanto ao seu instinto.


A falta de atenção daquela rata de biblioteca o levou aquele momento, a ter que enfiar a sua mão na droga de cano fervente e torcer o metal até conter o vazamento.


Mesmo depois de o vapor parar de jorrar, levou algum tempo até que ele se dissipasse.


Ele percebeu que podia ter tirado a Devoradora de Livros do caminho com um pouco mais de força do que lhe pareceu, ao ver ela caída a vários passos de distância. Ele caminhou até ela.



Levy ainda estava tentando tirar o vapor dos pulmões quando Gajeel se abaixou ao seu lado.


– O que foi que eu te disse, ein, Devoradora de livros? - disse ele, o tom não deixava saber ao se ele estava bravo ou preocupado.


Levy tentou içar seu corpo apoiando as suas mãos no chão, mas a dor provocada ao pressionar sua mão direita lhe deixou subitamente sem ar e com lágrimas nos olhos.


Gajeel já havia aberto a boca para falar mais algo, mas percebeu as suas lagrimas antes que ela pudesse as enxugar, e quando falou, seu tom era um tantinho mais suave.


– Deixe-me ver a mão - disse ele estendendo a palma da mão. Ela colocou a mão queimada relutantemente ali, soltando um grunidinho quando entrou em contato com a pele áspera das mãos dele - Não está tão ruim, venha, vamos colocar algo nisso.


Colocando um braço em volta do ombro dela, ele a colocou de pé com facilidade, a conduzindo pelo corredor escuro.


Ela se deixou ser conduzida pelo lugar escuro, e eles tiveram que andar um bom tempo para achar a sala onde o Gajeel estava trabalhando.


Sem nenhum consentimento ele a levantou e a colocou em um banquinho.


– Fique parada - disse ele, enquanto remexia na sua caixa de ferramentas, e retirou dali um spray.


Ela estendeu a mão.


– Para que serve isso... AI! - disse ela puxando o braço quando o spray acertou a sua mão, fazendo as queimaduras avermelhadas arderem.


Ele puxou o braço dela de volta pelo pulso.


– Isso serve para você não pegar alguma bactéria ninja que cresce nessa escuridão úmida e tenha que ter a sua mão amputada - disse ele irônico, enquanto puxava um tubo de pomada e colocava um pouco na mão dela.


Aquilo causou uma sensação de frescor divina.


– Gajeel... Me desculpe - disse ela, sabendo que se machucara por teimosia.


– Você não deve pedir desculpas por fazer algo estúpido - disse ele por fim - É só não fazer novamente.


Levy sorriu.



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Naquela noite, na guilda...


Natsu bebia no balcão, tentando ignorar o dia cheio de incidentes.


Desde a grande demora para achar a Cana á ter que passar o dia inteiro tendo o Gray como companhia (ele não poderia deixar o estúdio, a Juvia não era perfeitamente confiável, existia a possibilidade de alguém falar algo sobre o “Gray-sama” dela).


Mirajane enxugava algumas canecas, os olhos digladiando com o relógio que parecia não querer dar o horário dela ir embora.


Ela percebeu que não teria uma noite tranquila quando uma Juvia deprimida sentou em frente ao balcão.


Ela suspirou, e notou que Natsu fez o mesmo. Ela se aproximou do mago de cabelos rosa.


– Alguma ideia do motivo dessa inundação iminente? - sussurrou ela, se debruçando sobre o balcão.


– Tenho uma teoria - disse ele dando os ombros - Porque eu sinto que terei que fazer algo sobre isso?


Mira sorriu, o Dragon Slayer estava começando a ficar perceptivo.


– Mesmo que seu faro não tenha nenhuma utilidade nesse caso, não podemos deixar ela na pior, é um risco de segurança publica - disse Mira - E a vantagem é que você sempre faz as pessoas rirem.


Natsu suspirou, sem saber ao certo se aquilo era um elogio. Seria uma longa noite...