Olympian Routine

Reconciliações


Cap. 23
- Vamos lá, Pinheirinho – Nico gritou do lado de fora – Abre a porta, por favor. Nós precisamos conversar.
- Desista, Di Ângelo.
- O que eu tenho que fazer pra você me perdoar? – Ele disse, forçando o trinco – Seja lá o que eu fiz.
Tentei jogar meu travesseiro na porta, mas ele acabou batendo na parede. Ótimo, eu tinha perdido minha pontaria também.
- Você me fez ser expulsa da caçada – Falei pela milésima vez – Nunca vou te perdoar.
- Eu já entendi essa parte, Thalia – Ele disse, batendo a cabeça contra a madeira – Eu fiz você se apaixonar por mim. Oh, que crime.
- Não deboxe de meu raciocínio – Berrei, e Nico bufou – Eu sou a vítima da história, não você.
- Você já parou pra pensar que eu também saí perdendo? – Ele gritou nervoso, batendo na porta – Você realmente acha que estava nos meus planos me sentir dessa maneira por alguém?
Não respondi. Sai da cama e engatinhei até a entrada, me sentando no chão. Segurei meus joelhos, encostando a parte de trás da cabeça no batente da porta.
- Sentir como? – Murmurei.
- Apaixonado, Thalia. Apaixonado – Ele falou, provavelmente revirando os olhos – Agora sério, abre.
- Ou o quê Di Ângelo? – Indaguei, bufando – Vai derrubar a porta?
- Talvez – Ele disse, me fazendo rir – Eu sou mau, Grace.
- Sei.
- Dúvida? – Ele gritou, e eu disse que não – Pois bem, eu vou arrombar seu chalé.
Eu gargalhei, mas assim que notei que ele não estava mais ali, parei. Levantei rapidamente e destranquei a porta no exato momento em que Nico corria em direção a ela, fazendo ele se chocar contra mim.
Senti uma pressão absurda em meu peito, e eu cai com a força. Nós rolamos pelo quarto até a porta do banheiro, então paramos. Ele estava em cima de mim, e minha cabeça pousava no azulejo gelado.
- Sai de cima de mim, Di Ângelo – Berrei, e tentei socá-lo. Ele simplesmente segurou minha mão, impedindo meus movimentos – Ugh! Eu te odeio.
Ele sorriu, e colocou delicadamente minha mão para baixo. Seus joelhos estavam apoiados do lado do meu corpo, deixando-nos perigosamente perto. Nico passou seus dedos frios na minha bochecha, e se aproximou de mim. Eu podia sentir novamente seu hálito fresco de menta, e o cheiro de sua pele. Nossos narizes estavam a centímetros, e nossas respirações se misturavam.
- Me perdoa? – Ele falou, e assim que percebeu que eu não o responderia, me beijou.
Fechei os olhos fortemente, e coloquei minhas mãos em sua nuca. Sem pensar, eu o puxei para mais perto.
Arranhei suas costas de leve, e ele gemeu baixinho. Mudou suas mãos de minha cintura para meus quadris, e nos girou. Deitou-se no chão e me puxou para cima, encaixando-me em seu corpo.
Nós nos baijávamos de forma descontrolada, ele desarrumava meu cabelo e eu agarrava em sua camisa. Confesso que me segurei para não tirá-la.
Nos separamos em busca de ar. Nossos peitos iam e voltavam, ofegantes. Eu continuava de olhos fechados, absorvendo tudo aquilo e sentindo os beijos que Nico distribuia pelo meu rosto.
- Você me paga, Di Ângelo – Disse, sorrindo – Você ainda vai se ver comigo.
Larguei o peso do corpo em cima do seu, sem me importar com sua reclamação. Deitei a cabeça em seu peito, e o abraçei pela cintura.
Eu podia escutar o som de seu coração ficando cada vez mais lento. Sua pele, ao invés do gelo costumeiro, parecia estar pegando fogo. Mas eu não liguei.
- O quê você quer dizer com isso, Para-raios? – Ele disse, pousando a cabeça no chão e me puxando mais para cima.
- Que nós não estamos quites ainda – Falei, me aconchegando em seus braços – Você ainda vai ter que fazer alguma coisa por mim, para me recompensar.
- Tipo o quê? – Perguntou, sem dar muita importância.
- Vamos ver... – Disse, saindo se seu colo e sentando de pernas de indio no chão – Você vai me levar no show do Green Day.
Ele bufou, sorrindo.
- Sem problemas – Disse, sentando da mesma forma – Eu adoro rock.
Ignorei a vontade de voltar para seus braços e levantei em direção ao armário. Abri-o e começei a procurar algumas coisas, quando Nico de aproximou de mim. Ele me abraçou por trás e pousou o queixo em meu obro, dando um beijo em meu pescoço.
- O que ta fazendo? – Disse, me apertando mais contra seu corpo.
- Me arrumando, oras – Falei, tirando uma saia preta de dentro do closet – Ou você quer que eu vá usando pijamas e chinelos?
Nico pareceu confuso por um minuto, depois me soltou e começou a rir. Eu olhei para ele como se não entendesse o motivo da rizada e me virei para colocar a peça de roupa em cima da cama.
- Você quer ir agora no show? Como assim, Pinheirinho? – Indagou, sentando-se no puf que eu tinha no canto do chalé.
Ri de leve com o apelido idiota e dei de ombros, tirando todas as minhas blusas do Green Day do armário. Acredite, eram muitas.
- Sim, eu só preciso me arrumar e nós vamos – Comentei depois de um tempo – A propósito, vá buscar néctar e ambrosia, por que o show é bem longe e nós vamos viajando pelas sombras.
- Quem disse? – Falou, colocando os pés na cama.
- Eu disse – Retruquei indo até ele e tirando suas pernas de cima da cama – Agora vai, eu tenho que me aprontar.
Ele saiu bufando, mas antes deu um sorriso grande. Não entendi o por quê, então resolvi ignorar. Me troquei (Roupa: http://www.polyvore.com/thalia_show_green_day/set?id=47027384) e aproveitei para fazer uma mala de emergência. Depois de um tempo você se acostuma, sendo um semi-deus.
Coloquei coisas básicas: Um casaco, barrinhas de cereal, minha faca, água, um mapa, dracmas, alguns dólares e meus documentos. Peguei uma camiseta masculina do Green Day que eu tinha comprado por acidente e esperei até Nico chegar com o que eu tinha pedido a ele. (Camiseta: http://www.polyvore.com/nico_show_green_day/set?id=47027780)
Sentei na varanda por alguns minutos até que ele apareceu. O show, que eu já havia comprado os ingressos meses atrás, começaria ás oito. Nós andamos um pouco na beira da estrada, e quando nos cansamos, Nico nos levou o resto do caminho.
Apesar de não ter desmaiado como de costume, ele estava realmente cansado, mas tentou não deixar transparecer. Nós havíamos parado em frente ao McDonald’s, então eu o obriguei a entrar e descansar um pouco bebendo néctar.
- Certo – Disse, entregando a bandeja para ele e pegando o mapa – Agora nós vamos andar um pouco em direção ao norte, virando nessa rua aqui – Falei, apontando.
Ele só assentiu e mordeu seu Mc Lanche Feliz. Ri de leve vendo que ele prestava mais atenção no brinquedinho do que em mim.
- Eu sou meio pirado, não é possível – Comentou, pegando uma batata – Quero dizer... Quem, em sã conciência, faria isso que eu estou fazendo por você?
Ri, concordando e roubando uma batata.
- Você é um amor, Vampir.
- Eu sei – Comentou, dando de ombros – Só não se acostume.
- Sim senhor – Falei, voltando a prestar atenção no mapa e no relógio, calculando em quanto tempo nós precisávamos sair dali – Ok, termine seu Néctar e vamos, não quero chegar atrasada.
Ele assentiu, bebendo mais um gole pequeno. Peguei minha bolsa e saímos na direção que eu tinha falado, estranhamente, de mãos dadas.
É, parece que algumas coisas haviam mudado.

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