Throw Away

Capítulo 10


-Ridículo! – Alvo exclamou ao meu lado, andando de um lado para o outro furioso.

Suspirei. Eu tinha tentado fugir do clubinho do Slug para ganhar um almoço inteiro de chatice com o Alvo. Eu não merecia isso.

-Alvo...

-Quem ele pensa que é? Ele não tinha o direito de pedir para os professores me vigiarem. Eu odeio ele, ele não podia fazer isso e...

-Alvo, ele é o SEU pai. – disse calma, jogando meus braços para trás da cabeça e me ajeitando melhor na grama. – E ele está preocupado com a sua saúde. Simplesmente isso, menino. Fica quieto e agradeça aos céus por não ser filho de algum ricasso idiota.

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-Mas...

-Eu não vou repetir, Alvo. – disse paciente. – Você pode falar o quanto quiser, mas eu não vou escutar mais, está bem? – disse fechando os olhos.

O garoto suspirou e com passos pesados, saiu de perto de mim.

Ele estava fazendo drama. Eu reconhecia o drama dele de longe.

A verdade era que o Alvo estava com alguns probleminhas simples. Ele tinha asma, recém detectada e como um bom garoto, deveria maneirar nos treinamentos físicos. Isso incluía não se matar nos treinos como o capitão do time da Grifinória fazia. Ou era isso ou um dia inteiro na enfermaria, recebendo poções para dilatar as vias respiratórias e uma boa bombinha de berotec trouxa. (N/A: remédio usado em casos de bronquite e asma. Eu sei, eu uso eles.) Mas ele não queria admitir que tinha uma fraqueza, não queria ceder ao orgulho de maneirar em algo que amava para cuidar de sua saúde.

E quem não o conhecia melhor que o seu pai? Tio Harry tinha pedido para os professores ficarem de olho nele, verem se ele não estava dando o sangue, e nesse caso o pulmão, para ganhar a competição de quadribol.

E ele estava certo. Se eu fosse o responsável por ele, faria o mesmo.

Escutei alguns passos novamente perto de mim e suspirei, abrindo um sorriso.

-Percebeu que o seu pai estava certo, Alvinho? – perguntei sem abrir os olhos. Eu sabia que ele iria voltar e dizer que eu estava certa, afinal, era a verdade.

Escutei uma risada musical e abri os olhos, encontrando íris prateadas me observando.

-Oi. – disse calma, voltando a fechar os olhos. Já se fazia uma semana que nós havíamos conversado. E desde então, não tínhamos nos falado mais.

-Me diga uma coisa, Dominique: como consegue fugir das reuniões do Slughorn? – me perguntou curioso.

Ri baixinho. Bom, eu não era a única que apreciava elas. Eu tinha certeza que ele me chamava para as reuniões porque meu pai era banqueiro e eu era popular. Porque se fosse pelo meus dons de poções, ele já teria me expulsado das suas aulas.

-Bom, fingi que tinha um treino de quadribol. – disse.

Scorpius riu friamente, sua risada formando ecos em meu ouvido.

-E desde quando você é do time da lufa-lufa? – perguntou curioso.

-Desde o momento em que estamos desesperados demais para arranjar um apanhador a tempo dos jogos começarem. – respondi calmamente. – Eu sei que não sou a melhor, mas não tinha pessoa mais qualificada para isso do que uma Weasley. – acrescentei de olhos abertos, observando ele se sentar ao meu lado.

Ele assentiu.

-E você é boa? – me perguntou.

Dei de ombros.

-Eu não sei, talvez sim. – disse começando a passar meus dedos nas mechas ruivas. – Mesmo assim, não tenho experiência nenhuma no campo, ou seja, vai ser uma catástrofe o primeiro jogo.

Ele me olhou e acabei perdendo minha linha de pensamento ao ver sua pele translucida sendo iluminada pelo sol, junto com seus cabelos claros refletindo a luz. Não era possível, ele conseguia ser mais bonito que meu irmão, que era veela.

-Dominique! – escutei a voz de Erik logo atrás de mim e automaticamente sorri. Estávamos namorando e eu não podia negar, ficar perto dele era bom. – Onde você foi? O almoço naquele clube foi horrível. Como você conseguiu fugir? – perguntou sentando ao meu lado e me dando um beijo na testa.

-Tenho meus dons. – respondi rindo.

Erik revirou os olhos e fez um toque de meninos com Scorpius.

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-Fugiu também? – perguntou para o loiro.

Ele assentiu.

-Na verdade, sai mais cedo. – disse frio novamente. – Mas não escapei de tudo. Ainda tive que escutar a mesma ladainha de sempre. – completou preguiçosamente.

Erik riu.

-É incrível, mas meu pai passou por isso, meu avô e agora nós. Quantos anos ele tem? – perguntou divertido.

-Bastante, mas ele deve saber umas poções para aumentar o tempo de vida. – disse apoiando minha cabeça no peito de Erik.

Scorpius assentiu e se levantou calmamente.

-Tenho aula de adivinhações agora. A gente se vê na aula de Herbologia, então. – disse caminhando pomposamente de volta para o castelo.

Nós dois ficamos mais um pouco juntos, até que o sinal tocou.

*_*

Entramos de mãos dadas na aula de Transfiguração e me sentei no final da sala, como sempre. Erik se sentou na primeira carteira, para prestar atenção na aula.

Em minutos a professora entrou, deslizando com seus cabelos negros pelo corredor de carteiras, carregando uma pasta cheia de pergaminhos.

As nossas provas.

Me afundei na carteira e esperei ela entregar minha prova, sorrindo animada em minha direção.

Espera... Ela estava me olhando com animação? Impossível.

Peguei minha prova como se ela fosse uma bomba e olhei a primeira página dela.

Meu queixo se deslocou. Em minha frente, grande e feliz, se encontrava um enorme O de ótimo.

Aquilo era impossível, eu tinha deixado minha prova em branco.

Assustada, folhei a prova, percebendo que todas as questões estavam preenchidas, corretas e com a minha letra. COM A MINHA LETRA!

-Meu Merlin. – sussurrei prestando atenção em uma observação escrita no fim da última folha. A letra era diferente da minha, mas passava quase que despercebida por aqueles que não conhecessem minha letra.

Obs: Estude da próxima vez.

Senti meu estomago afundar. Quem teria alterado os dados da minha prova? Ou melhor, quem tinha feito a maldita prova por mim?

E a pior questão: Por que?

Olhei ao meu redor e meu olhar recaiu na carteira de Erik. Só podia ser ele, era o único que sabia da minha prova em branco.

Esperei o sinal tocar e corri em direção ao garoto, antes que Nate e seus amigos o rodeassem.

-Erik, por que você fez isso? – sussurrei irritada.

Ele me olhou confuso.

-Fiz o que? – perguntou parando em minha frente.

Bufei.

-Você alterou os dados da minha prova para eu tirar um O! – disse sentindo meus olhos pegarem fogo. Eu podia jurar que estava com uma expressão assassina.

Erik deu um passo para trás, provavelmente surpreso com minha reação.

-Eu não alterei nada, Dominique. E como assim, você tirou um O em uma prova em branco? – perguntou mais confuso ainda.

Olhei para ele sem entender mais nada. Se não foi ele, fora quem?

-Deixe eu ver a sua prova. – disse estendendo a mão.

Eu tirei minha prova da mochila e lhe entreguei. Erik revirou as páginas boquiaberto, tentando encontrar algo de errado com a prova. Não achando nada, suspirou.

-Tem certeza que você a deixou em branco, Dominique? – perguntou calmo.

-Está me chamando de louca? – rebati arqueando a sobrancelha em desafio.

Ele negou com a cabeça rapidamente.

-Mais isso é meio surreal, não acha? Afinal, que teria a coragem de roubar a sua prova e a refazê-la? – perguntou a mim curioso.

Dei de ombros sem saber o que responder.

-Eu realmente não sei, Erik. – disse calma. – Eu só espero que essa pessoa não tenhas segundas intenções em relação a isso.

Ele assentiu.

-Qualquer coisa me avisa, está bem? – disse e eu assenti.

Eu só sabia de uma coisa: eu não dormiria naquela noite pensando naquilo.

(Reviews e indicações, pessoal!!!)

Teaser...

-Dominique, o que são esses arranhões em sua pele?

...

-Você deveria ter ido na enfermaria, Dominique. – disse calmo.

...

Não podia ser... Aquilo ia começar a me perseguir a troco de que?