(Carolyn’s POV)

Acordei no meio do inferno. Garotas que gritavam por que os garotos lhe tinham rasgado o vestido, ou por que deixaram cair um pingo de vodka em cima de um trapo qualquer que elas chamavam de roupa. E havia uma que estava histérica por que a mãe dela já lhe tinha ligado sete vezes e ela não atendeu. Por falar em mães que ligam não sei quantas vezes seguidas, chequei o meu telemóvel. Não tinha nenhuma chamada não atendida. Ah, okay.

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Esqueci-me que estava num beliche. Ainda por cima: um beliche num tour bus! Bati com a cabeça no beliche de cima e acho que alguém se virou. Quem foi o bebâdo bastante sóbrio que conseguiu trepar para ali? O meu beliche não era o rentinho ao chão, era o segundo a contar de baixo, mas o terceiro não era fácil de subir! Levantei-me e vi que era… aquele era o… o… santa mãe do coelhinho da páscoa que deita ovinhos pelo cu, o Ronnie Radke estava a dormir ali!

Esfreguei os olhos, por que ainda estava meio bebada do sono, e fui para a casa de banho. Ou melhor, pensei em ir, por que houve uma pequena invasão por parte das raparigas que tinham lá ficado a dormir. Suspirei e corri-as todas de lá quase ao pontapé. Dormem no meio da minha sala e ainda se apoderam da minha casa de banho! Devem de achar que estão em casa delas, né? Tomei um banho e fiquei mais desperta. E não me saía da cabeça que o Ronnie Radke se tinha enfiado no terceiro beliche. O super poder dele deve ser não cair da cama a baixo.

Quando cheguei à sala as garotas já se tinham ido embora e eles estavam com ar de quem tinha uma dor de cabeça do caralho! Fui à cozinha e encontrei a caixa com os comprimidos para a ressaca. Levei uma garrafita de água e eles que partilhassem! Ah! E estavam lá sete gajos. Só conhecia os quatro da minha banda e o Ronnie Radke. Os outros dois não me eram estranhos, mas eu demorei quase quatro anos para decorar o meu nome completo e querem que eu decore o nome dos outros?

- Obrigado. – falou um dos desconhecidos.

- Ah, de nada! – tirei um comprimido e enguli-o, bebendo água de seguida. Odeio tomar comprimidos com água, mas tem que ser.

- Como é que tu conseguiste dormir com o barulho que as garotas fizeram? – perguntou o André.

- Parece que nem estás a falar com a única pessoa daquela maravilhosa tenda que dormiu. Mesmo que fosse só por cinco minutos.

- Ya, okay. Realmente não sei como é que o Panda não te acordou.

- Tás a brincar? Eu estava camuflada com o cobertor e com as outras três aves raras em cima de mim!

- E ninguém tirou fotos, que triste. – reclamou o Luke – Ah, by the way. A tua mãe ligou-me.

- Por que carago é que ela te ligou a ti?

- Ah, só para saber se a viagem tinha corrido bem.

- E tu não estavas bebâdo, pois não?

- Por acaso, não. Mas podia estar. Ela ligou-me depois de termos saido do ensaio. Nunca mais me lembrei. – sentei-me ao pé do Luke.

- Tenho sono. – resmunguei. O sono soube-me a pouco.

- Se não tivesses sono, era de admirar! E quem é que foi o desgraçado que bebeu da minha última garrafa de vodka pura? – falou o André que tinha ido ao frigorifico ou uma cena assim!

- A Carolyn! – falaram os meus companheiros de banda em coro.

- Até parece! – respondi.

- Se fosse preta, okay, ainda podia ter sido uma das outras garotas ou assim… agora pura, só tu é que bebes! – falou o Mário.

- Mentira. Tu também.

- Das garotas.

- Ah, oh! Até parece! Tanta garota que bebe!

- Nem quero pensar no teu estado de manhã. – disse o Luke.

- Sóbria. Ao contrário de vocês! – o meu telemóvel tocou e o The Drug In Me Is You começou. O Ronnie riu e eu vi quem era – Olha, é o Fã! – coloquei em alta voz – Hey.

- Está em alta voz, né?

- Como seria de esperar. – returquiu o Pedro.

- Como esttão a correr as coisas por aí?

- Bem. – falei eu – E como estão a correr as coisas com a puta number one?

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- Ah, não fales assim dela!

- Assim como?

- Tu sabes, Carolyn. – rolei os olhos.

- Tenho lá a culpa de ela ser uma cabra da pior espécie!

- Já foram amigas uma vez, lembras-te?

- Ya, até ela ter decidido parar de falar comigo por que não percebia um exercicio de matemática! Se isso não foi estupido, tens que rever os teus conceitos de estupidez. – eles riram. É, eu sei. Só uma pessoa que eu conheço para acabar com uma amizade de três anos por causa de um exercico de matemática!

- Okay, okay. Tu tens o teu ponto. Mas ela mudou, a sério.

- Ahan, e eu também mudei. Não sou mais PERV, virei santa.

- Isso é impossivel!

- E fez-se luz!

- Tarte de Abóbora, eles estão ao telé. – falou ele. Eu ri com o apelido carinhoso. Tarte… isso lembra-me um filme que eu vi em filosofia. Virgens Suicidas. Temos que ver isso novamente.

- Hey! Quem tá ai? O Mário, o Pedro, o Luke e o André? Digam-me que aquela cabra de merda não está aí!

- A pessoa extremamente decente está aqui, sua meretriz de quinta categoria.

- Sua quê? – eu ri. Só eu que sabia que meretriz quer dizer puta?

- Nada, esquece. Não queres gastar o teu latim, pois não?

- Vê lá…

- Se quê? Me lêm a sina? Eu não tenho problemas com a bruxa. Damo-nos muito bem as duas.

- Só tu para seres amiga da mete-nojo.

- Quem mete nojo és tu e estás a falar comigo, não é?

- Hey, hey, hey, hey! Parou! Rute, se fazes favor, vai embora. Eu quero falar com eles sem ter que ouvir insultos.

- Não eu não vou embora. Se tens alguma coisa a falar com eles é à minha frente! – eu rolei os olhos. Tal e qual a cara da Rute.

- Hey, nós temos que ir ensaiar. Falamos depois. – dissemos todos adeus e eu desliguei – Aquela puta de merda, vaca desmamada, filha de uma mula encornada… - comecei a resmungar e só parei quando me despejaram água para a cabeça. Acalmou-me. Pelo menos isso – Já parei.

- Vai dar uma voltinha pelo meio das árvores, e daqui a meia hora no Mac.

- Okay, André. És mesmo chato.

- Chato o teu cu.

- O teu cu.

- O teu.

- O teu. – deitei-lhe a língua de fora e fui embora. Gente como a Rute dá-me vontade de cometer um homicidio!

Encontrei o meu iPod no bolso do casaco e fiquei a deambular por aí a ouvir música. Merda, merda, merda. Por que tinha que ter colocado aquela ali? Eu sabia que essa musica me fazia chorar… Merda pós Fingertips e pá You’re Gone!

(Ashley’s POV)

Passei a noite deitado na minha cama a pensar. Eu… eu estava perdido. Sem saber o que fazer. Eu sabia que eu gostava dela, mas eu tinha medo que ela não gostasse de mim. Já ouvi tanta garota dizer que me amava sem o sentir realmente que agora estava com medo que a Carolyn tenha sido só mais uma que me mentiu. Mas ela parecia que estava a falar tão a sério! Por que é que eu tinha que gostar dela?

Saí da cama e vesti-me. Precisava de sair daquele tour bus. Daquele quarto.

Vi uma garota parecida com a Carolyn e um sorriso apareceu nos meus lábios. Mas depois vi que podia não ser ela. Eu estava a sonhar, só podia. A não ser que eu desconhecesse aquele lado da Carolyn. Segui em direção à garota com a camiseta dos Teletubies e sorri ainda mais quando vi que era ela.

- Carolyn… - ela olhou para mim e choque e raiva cruzaram os seus olhos. Ela tirou os phones dos ouvidos.

- O que estás a fazer aqui? Eu não disse para me deixares em paz?

- Carolyn… escuta… eu…

- Tu nada! Deixa-me em paz! – ela levantou-se e deu meia volta. Eu agarrei-a pelo braço.

- Eu amo-te… - sussurrei junto ao ouvido dela. Ela arrepiou-se e beijou-me. Finalmente, as coisas estavam a correr como eu queria desde o início!