— Você está procurando em lugares estúpidos. - Calv diz, sentado numa caixa com as pernas cruzadas. Lia bufa, parando de olhar no baú de maquiagens.

— Onde supostamente eu devo procurar uma arma de assassinato?

— Não numa gaveta de maquiagens. Você precisa procurar nas suas memórias.
Lia faz uma careta.

— Por que?

— Por que você perdeu algumas. E sabe disso. Precisa chegar até a noite na floresta, quando Charles foi assassinado.

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Ela prende a respiração por alguns segundos, mordendo os lábios.

— Como faço isso?

— Vem comigo.

Lia acompanha Major até seu vagão de trem, e fecha a porta. Tudo fica gelado derrepente. E talvez fosse porque ela estava conversando com um amigo imaginário morto.

— Deite. - Ela obedece, evitado fitar os olhos dele. - Você está pronta para lembrar?

Lia assente. Não. Mas sim.

— Vamos lá.

Major toca sua testa, e no mesmo instante tudo fica escuro. A temperatura muda, fica fresco como a noite.

E Lia se vê abrindo os olhos.

Estava parada do lado de fora do tanque.

Estava de volta aquela noite. Estava frio, seus cabelos estavam molhados e ela não conseguia parar de encarar a escuridão. E ouve barulhos, uma sombra passa a se formar na escuridão. Era Enoch.

— Certo, boa garota. Agora vem comigo. - Ele segura seu braço, puxando-a de volta para seu vagão. A colocou lá dentro, e ela se deitou.

— O que aconteceu?

— Você fez o que não devia. Mas não importa, não irá se lembrar amanhã. Boa noite.

E a porta do vagão foi fechada.

Novamente ela estava em outra memória.

Charles gritava com Lia. Ria, zombava e a humilhava. Desde criança. Ele era amigo de Camille, o que era compreensível, e Lia estava completamente esgotada e irritada. E uma tarde distante de verão, se lembra de Enoch o ameaçando.

— Coisas ruins vão acontecer se você não parar de ser um mala sem alça, e eu não vou impedir.

Lia abre os olhos abruptamente. Estava de volta no vagão, com Calv ao seu lado, e novamente o ar estava seco.

— Você podia ter lembrado muito mais. - Ele analisa as unhas como um psiquiatra. - Mas progredimos muito.

— Algo me diz... Que temos que falar com o maquinista Han.

— O que? Ele me assusta, isso é necessário?

— Sim. Não sei porque, mas... Tem algo dentro de mim faltando. Como a última peça do quebra-cabeça.

— Vamos falar com o idoso mudo, então.

Novamente estão fora do vagão, e os pés de Lia são ligeiros ao procurar Han. Ele estava abaixado mexendo em algo no painel do trem, e Lia o chama, fazendo-o virar.

Ele era baixinho da altura da garota, com os cabelos meio negros meio cinzas devidamente arrumados debaixo de uma boina xadrez. Era a síntese do que todo homem devia ser em 1896. Sempre usava suspensórios e sua camisa branca sempre manchada de carvão, e ele ama esse trem como sua vida. Seus olhos azuis como água encaram a menina com um sorriso.

A cumprimenta fazendo sinais, e ela acena de volta.

— Eu... Só queria perguntar se o senhor viu algo no camarim hoje bem cedo.

— "Ah" ele disse, em libras. "Meus pêsames"

— Obrigada.

— "Acordei bem antes do sol, mas não vi muito."

— Nadinha mesmo?

— "Não, e..."

Ele para de fazer sinais.

— "Na verdade... Vi Enoch sair do camarim logo antes da.. confusão começar."

Ela xinga um palavrão e ele arregala os olhos.

— Desculpe. Obrigada.

— Você estava certa. - Calv sorri, acompanhando o passo apressado dela. - Onde vamos agora?

— Mexer nas coisas de Enoch.

— O que? Tudo bem, todo mundo nesse circo me assusta. Podemos fazer algo que não seja... Aterrorizante?

Lia o ignora, continuando a andar. Seus dedos tremem, e ela não havia sorrido desde o que aconteceu. Mas ali, andando até o quarto de Enoch, não precisava sorrir.

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— Mesmo esquema, você fica aqui vigiando. - Calv assente, e Lia entra no vagão, fechando a porta atrás de si.

Era um vagão completamente diferente. Ele não dividia com ninguém. As paredes eram todas pintadas com reproduções fiéis de quadros famosos, deixando espaço para a mais futuras pinturas. Material artístico estava espalhado para todo lado, e tudo era muito sujo e bagunçado, provavelmente ele ficava ali a maior parte do tempo. O lençol não era arrumado a alguns anos, e ao lado da cama havia uma caixa com livros. Lia se abaixou, e começou a procurar.

As pessoas gostavam de esconder coisas em livros. Todos eram de pinturas e técnicas de arte. Viu algo sobre Da Vinci, Rembrandt, Manet. E no fundo, uma caixinha de madeira com as inscrições "Enoch". Irv Enoch. O que encontrasse ali definiria se devia acreditar em suas palavras ou não.

Um medalhãozinho circular de ouro é a primeira coisa que ela segura. Lia abre-o, revelando uma foto. Um homem, uma mulher segurando um bebê e seu pai. O pai dela estava no medalhão da família de Enoch. Por que?

— Isso não faz o menor sentido. - Ela respira fundo. Lia repara nas luvas grossas da mulher. Isso a deixa pensativa. Parecia um ponto vital para aquela relação.

E ainda na caixa haviam três cartas ali dentro. A primeira era do governo de Louisiana

"Á família Enoch,
O governo de Louisiana informa a lei recém exaurida que diz que toda e qualquer aberração com poderes e magia fora do normal, deve ser presa até segunda ordem.
Sabemos da presença da aberração Jisa Enoch, com poderes de causar a morte instantaneamente. Solicitamos que entreguem a senhora Enoch antes do anoitecer.
Do Governo de Louisiana, do Governo Americano."

Lia se lembra das palavras do pai de Irv. "Você não impediu que eles a levassem". Agora significava algo. Ela suspira. Isso é tão errado. Pobre Enochs.

Mas não havia tempo para lamentar. Abre a outra carta, e começa a lê-la.

"Irv,
Temo por minha vida. Acredito que meu irmão está a planejar minha morte. Mas tenho tudo sob controle, esse bastardo terá o que merece. Escrevo essa carta para pedir dois favores. Mantenha isso em segredo. Ninguém pode saber sobre meu irmão. E o último e mais importante, se isso acontecer, retorne ao circo. Cuide de Lia. Por favor. É tudo que eu peço.
Desculpe ser tão breve, mas o circo está conturbado.
Com amor, Eric Estraña."

Ela não aguentava isso. Seu coração não conseguia lidar com tudo isso. Lágrimas de raiva começaram a brotar, e seus dedos quase amassaram o papel. Ela queria Ben morto.

Seus olhos voltam a uma palavra específica no texto. Ben é bastardo. Oh, isso seria MUITO útil, já que o testamento diz que o circo iria para o "filho legítimo".

Mas ainda havia uma outra carta. De dias depois de Eric morrer.

"Senhor Estraña,
Serei bem breve. Você me pediu um favor, e eu já tenho sua resposta. Suas suspeitas estavam certas, Lia está doente. Os exam" e uma enorme mancha de água borrou a tinta em grande parte. Doente? Ela está doente? As letras legíveis retornavam com a próxima frase:

"..não pode ficar sem tratamento. Peço sua resposta e permissão para leva-la ao centro de tratamento de Denver, Colorado.

Doutor Rith Schulberg."

Isso ficava cada vez pior. Seu pai nunca recebera essa carta, e ela nunca teve tratamento nenhum. Ninguém nunca havia usado a palavra doença para se referir a ela, todos os médicos renomados não acharam absolutamente nada que não a classificasse como sadia.

Aquilo era blasfêmia.

Mas mesmo assim estava em uma carta com muita convicção destinada a seu pai. E ela precisava descobrir o que é.

Quando ia sair do vagão, ouviu um rangido vindo do chão. Ele era todo de lajotas grandes de madeira, e uma delas estava solta.

Lia respirou fundo, e se abaixou para tira-la do lugar. Enfiou as unhas com cuidado, se esforçando para levantar a lajota. O fez, com dificuldade, e encontrou o que precisava.

Ela era linda. Do tamanho do seu ante-braço, a ponta afiada como um raio. A inscrição "Estraña", com letras curvadas no cabo de ferro revelava seu dono. Esse facão era passado de geração para geração desde que os Estrañas existem. E ela achava que seu tio a guardava, mas pelo visto, Enoch ficou com ela.

Sangue seco estampava toda sua lâmina, revelando as atrocidades capazes de se fazer com uma coisa dessas. E Jeneviv tinha sido seu alvo.

Ele estava com a faca? Enoch matara Jeneviv?

Não fazia sentido algum, por que ele faria isso? Mas Lia ignora tudo completamente. Ela só sentia raiva. Ódio. Esses sentimentos transboravam em lágrimas. E havia uma coceira extremamente familiar.

Mas seus pensamentos homicidas são interrompidos por Calv, que entra correndo, atravessado a parede, afobado.
— Santo Deus. Você achou. - Ela assente, com os olhos vazos. - Não importa, Enoch está vindo.

Lia arregalou os olhos, começando a ouvir passos. Arrumou tudo, a caixinha embaixo de todos os livros, colocou o açoário no lugar, e entrou debaixo da cama, segurando a faca com força, e nesse momento a porta foi aberta. Major nem se mexeu, ninguém o via, mesmo. Ficou parado com as mãos tremendo no mesmo lugar.

Ele respirou fundo, e começou a andar, analisando tudo minuciosamente, suas botas sujas percorreram todo o quarto devagar. Sem pressa. E os dedos de Lia temiam, segurando a faca firmemente. Ele não dava sinal de querer sair, e se aproximava mais e mais da cama.

Se ajoelhou. Lia fechou os olhos. Pegou um livro, e foi pra fora do trem, fechando a porta com força.

— Ufa. - Ela disse, saindo dali debaixo o mais rápido que pôde.

— Eu fiz xixi na calça, tenho certeza.

— Você nem existe. - Ela diz, abrindo a porta e escondendo a faca no casaco que usava por cima do vestido. Haviam mais coisas naquele casaco.

— Certo, certo. O que vamos fazer agora?

Ela sorri pela primeira vez naquele dia.

— Eu tenho um plano.
(...)

Já anoitecera. Lia havia colocado seu collant rosa brilhante junto com sua bota até os joelhos. Naquele momento, ela andava sozinha.

Alguém tinha feito um milk shake com suas emoções e jogado tudo em cima dela. Todas as verdades escondidas... Ela estava afogando, e em alguma hora não conseguiria nadar mais.

O último vagão foi aberto. Os olhos iluminados das aberrações a encararam firmemente.

— Você não trouxe comida pra gente hoje! - A mulher barbada exclama, mas Lia ignora. Félix manda-a se calar, percebendo que algo estava errado. Muito errado.

Ela acende uma vela no canto, e se vira pra eles funebremente.

— Mais alguém morreu, certo? - O homem magro pergunta, respirando fundo.

— Ainda não. Mas vai acontecer. Hoje a noite o circo vai pegar fogo. - Ele arregala os olhos, e a mulher barbada ergue uma sobrancelha.

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— Como você sabe?

— Major Calvin me disse.

— O que? Isso é impossível! - Félix sorri, achando que é brincadeira.

— Ele está aqui. Pelo menos.. eu acho. As coisas vão se resolver hoje, eu tenho certeza. - Lia coloca as mãos na cintura, respirando fundo. - Mas não quero vocês aqui quando acontecer.

— O que está fazendo aqui, Lia? - Elane pergunta, com as sobrancelhas mais franzidas que suas roupas.

— Vim soltar vocês. - Ela mostra o canivete, e Billy fica visível, com um sorriso indescritível no rosto.

— É verdade? Você vai nos deixar ir? - Os olhos da garotinha se encheram de lágrimas.

— Sim. Só preciso que me contem tudo que sabem.

Eles se olham. Aquilo era um poço de segredos.

— Uma vez você disse que esse circo tem um longo histórico de assassinatos. E disse que eu devia mexer nas coisas do meu tio. Eu descobri coisas horríveis. - Lia faz uma pausa, e ninguém ousava nem respirar. - E preciso saber o que vocês sabem.

— Você vai mesmo soltar a gente? - Percebia-se os olhos totalmente lacrimejados de Nina, e nesse momento Lia se condena por não o ter feito antes.

— Sim.

— Conhecem a falar. - Nina ordena, e Félix respira fundo.

— Não sei como dizer... Mas....

— Meu tio matou meu pai? - Seus lábios se comprimem. Félix ia perguntar como ela sabia, mas Lia se adianta. - Achei uma carta de meu pai para Irv Enoch dizendo que suspeitava disso. - tenta fingir indiferença, mas falha miseravelmente.

— Sim. - Elane resmunga. Não ligava, so queria ser solta. E se a garota não matasse Ben, ela mataria.

— Enoch matou minhas tigrinhas. - Sua voz falha, e Félix arregala os olhos.

— Não. Isso não é possível. - Ela ergue as sobrancelhas. - Eu conheço ele, é uma pessoa boa.

Lia, ele nunca machucaria nenhum animal. Irv salvava filhotes de cachorros abandonados quando criança.

— Meu Lorde. - Ela respirou fundo, piscando freneticamente para conter suas emoções dentro do corpo. Como ela pode acusa-lo assim? Mas pessoas mudam. E ela sabia disso. - Eu não posso confiar nele.

— Também não pode acusa-lo sem provas. - Lia desvia o olhar para o chão, antes de voltar a fita-lo.

— Por que meu tio matou meu pai?

— Pelo dinheiro, é claro. - Elane sorri, mexendo em Bobby, seu boneco vodoo. - Não sei se você sabe, mas tu é herdeira de uma fortuna.

Ela ignorou, respirando fundo.

— É suficiente. Já sei o que tenho de fazer. - Lia arrebenta o cadeado de Billy, e ele sai como um raio, e pela primeira vez, Lia vê um sorriso em seu rosto.

— Obrigado. - E o vê falando pela primeira vez.

Ele ficou esperando enquanto ela libertava os olhos cheios de lágrimas de Nina.

— Deus perdoa você. - Ela anuncia, enquanto Lia quebrava a coleira de Nina.

— Espero que sim.

Ela respira fundo, acariciando o pescoço.

— Estou viva de novo.

Lia faz o mesmo com Félix e Elane.

— Você é uma boa pessoa, Lia. Assim como Lianna e Eric. Eles ficariam orgulhosos. E.. Cuidado.

E ela sabia que não era.

— Obrigada. - Responde, entregando o porta retrato a ele. - Quem é ela?

— A mulher de minha vida. - Ele responde, abraçando o porta retrato.

— Vai dar tudo certo.

Ele assente, e Lia abre a porta, olhando para ver se não tinha ninguém. Todos descem, se sentindo muito mais leves sem as correntes. Aquilo era a liberdade.

— Eu choraria se não fosse incapaz de sentir emoções. - Elane comenta, vendo lágrimas brotando nos olhos de todos os amigos.

Félix se recompôs, esticou seu braço usando seus poderes e fechou a porta do vagão.

— Nunca mais. - Comentou.

Todos deram as mãos, e ficaram invisíveis graças a Billy. Ela não sabia que ele podia fazer isso.

— Obrigado. - Eles dizem, e Lia ouve seus passos floresta a dentro. Rezaria por eles.

Seus pés seguem firmes, batendo contra a grama. O circo vai pegar fogo. Lia continuou andando, ignorando os olhares confusos dos companheiros de trabalho. Nenhum sinal de Elliot.

Ela entra no camarim, onde Ben estava arrumando a própria roupa. Ele a encara, com uma sobrancelha erguida.

— Você não vai se apresentar. Não tem tigres. - zomba.

— Não vim por isso. - Ben desvia os olhos do espelho, e a encara. - Eu sei o que você fez com meu pai. - lágrimas voltam a aparecer, e sua voz falha absurdamente, e toda sua raiva e mágoa começam a transparecer.
— Eu não sei do que você está falando, sua tola. - Ele se levanta, e Lia abandona completamente o sorriso, ficando vermelha de ódio.
— NÃO MENTE PRA MIM, SEU RATO! Eu sei a verdade, não adianta mais esconder! - Ela grita, se aproximando dele com lágrimas nos olhos. Ele cambaleia para trás.

— Não fale assim comigo. - Ele ergue o dedo na cara dela. - Eu matei seu pai, sim. Faria quantas vezes forem necessárias.

— Por que?!

— Ele roubou tudo de mim! - Ben grita, jogando tudo que estava na mesa no chão, num excesso de raiva. Lia nem pisca. Ele estava bravo. - E matarei você também se necessário.

— Você não aguentou que ele ficasse com tudo. Patético. - Ela sorri abertamente. Foi o sorriso mais sincero que já deu. Queria ve-lo cair. - Porque você é um completo idiota, e todo mundo sabe disso! Meu pai era um ótimo homem, e você nunca chegou aos seus pés! NASCEU SABENDO QUE É E SEMPRE SERÁ DESTINADO AO FRACASSO, POR QUE É ISSO QUE VOCÊ É, UM FRACASSADO.

Ele acerta um tapa em Lia que a lança contra a parede. Sua bochecha queimava, mas isso só tinha aumentado sua raiva. As lágrimas de raiva pararam, e ela tirou a arma de dentro da bota. Consegiu apenas ver seu rosto pálido antes de abrir outro sorriso.

— Apodreça no inferno, sua vadia imunda. - E atirou três vezes contra seu peito, com toda determinação do mundo, sem hesitar.

Um silêncio avassalador preencheu todo o ambiente. Ela não abaixou a arma. Se sentia absuradmente bem, e a coceira que sentia na alma passou.

Já havia sentido essa sensação.

Foi andando até ele calmamente, batendo o salto no chão despreocupada, e se abaixou ao seu lado.

— Você perdeu, seu pobre. - Lia cuspiu em seu rosto, vendo sangue sair de sua boca. Ele apenas gemia.

— Eu sabia... que você é doente.... seu pai também sabia... - e abriu um sorriso. - Você vai apodrecer numa cadeia, Lia... E depois no inferno...

— Meu nome é Lenna. - Ela ruge, e atira em sua cabeça novamente, fazendo espirrar sangue em seu rosto.

Ela pega o facão da família, agora limpo e brilhante, com a escritura "Estraña" em ouro. Abre um sorriso, vendo o próprio reflexo ali.

O circo vai queimar.