A Filha De Dionísio
A Morte Não Me Aguarda - Parte Um
Já tinha conhecido o chalé de Dionísio e trocado de roupa, quando decidi ir começar a arrumar os preparativos para minha grande festa. Sai do chalé, tranquila, mas o meu primeiro passo foi em falso. Eu não lembrava da divina escadinha na entrada. Escorreguei e cai de joelho no chão, quando fui tentar levantar pisei em meu próprio cadarço, bati com a cabeça em uma pedra e tudo ficou preto.
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Brincadeirinha....
Acordei em uma sala como aquelas de hospital, por algum motivo a única cor que eu enxergava era roxo, tudo estava roxo. Caminhei até um cara de terno, grande, forte e mal encarado que estava sentado em uma cadeira e guardando uma porta de elevador. Ele me parecia a pessoa menos séria dali, já que seu terno era roxo, então me aproximei.
– Vai para qual andar?
Ele não respondeu
– Qual seu nome?
Ele continuou me ignorando.
– Gosta de coelhos?
Ele me encarou e apontou para seu crachá como se o seu nome “Caronte” fosse a resposta para todas as minhas perguntas.
– Ahn... Bom senhor, pode me dizer onde estou?
– Na entrada para o mundo inferior.
– O que? Mas... Eu estava no chalé e de repente, eu, am... Como... Fala sério!!! Que tipo de sonho maluco é esse?!
Eu acho que deveria ter agido um pouco menos... Grande e alto, porque todos que ali estavam me olharam com aquelas suas caras estranhas.
Então ele me encarou.
– Será outro caso de amnésia pós morte? – Resmungou, provavelmente achando que eu não estava escutando. – É deve ser isso mesmo. Bem, não é um sonho, é real você morreu. Lembrou agora?
Eu o encarei incrédula e depois comecei a rir.
– Morri? Não, não, não. Você deve estar me confundindo com aquela tal de... Semideusa, acontece que sou uma Meio-Sangue, chamada Cibelly.
Ele me fitou, cético.
– Sua memória não voltou? Ou você bateu com a cabeça muito forte, ou era muito burra e vida... Então vamos pelo jeito que menos gosto. Cibelly, minha cara, você quer atravessar o lindo elevador de metal?
– Sim! – Concordei entusiasmada.
– ENTÃO VOCÊ TEM DE PAGAR!
De algum modo não voei longe com o grito de Caronte, e só consegui pensar em “Que bafo!”, porém não comentei nada e respondi.
– Ok, vejamos. – Mexi nos bolsos de minha nova calça. – Tenho... Quatro reais, um chiclete, um papel de bala, um botão, um pedaço de linha e... Ah! 50 centavos! E uma uva também.
Caronte parecia estar de saco cheio de ficar ali.
– Isso ai serve garota. Mas a uva tem que estar roxa.
Eu disse que estava, afinal estava vendo tudo roxo mesmo. Entreguei as coisas para ele e entramos no elevador. Enquanto descíamos, lembrei de uma coisa.
– Ahn... Moço, não posso te dar os quatro reais. São para minhas maças.
– Maças? – Ele quis confirmar.
– Exato. Tenho que leva-las para minha mãe logo. Ela deve estar preocupada.
Ele riu escondido e depois voltou a ficar sério.
– Você não deve se preocupar com sua mãe ou maças agora.
O elevador deu um tremilique e meu coração congelou.
– Caronte, esse é um daqueles brinquedos de terror em que o elevador despenca? Tipo o da Disney?
– Não Cibelly, nada vai despencar.
– Uhm, e quando o passeio termina? Quando eu vou voltar?
Antes que ele respondesse a porta do elevador se abriu. Revelando coisas que eu não pude acreditar.
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