Omission

But now she's gone yes she's gone away


O dia amanheceu chuvoso, meus parentes não biológicos estavam ali presentes para a cerimônia onde minha mãe iria ser velada e depois colocada debaixo da terra para todo sempre.
Logo que acordei fui ao banheiro, ver como estavam as marcas, e ao olhar-me no espelho lembrei: “ainda não acredito que matei minha própria mãe”. A culpa já estava tomando parte de meu ser novamente. Tomei um banho rápido, e ao sair Anthony já estava se alimentando quando me chamou para acompanhá-lo:
- Não vai comer antes de sair Tracy?
- Claro Anth. – Sentei-me ao seu lado, e tomei uma xícara de café, depois fui tomada por uma ânsia de vomito, mas resolvi não ir ao banheiro, pois havia prometido a Anthony que não faria mais isso, apesar de ser uma coisa quase impossível.
Terminamos o café da manha e então nós descemos para pegar um taxi, no caminho inteiro eu fui sem dar uma palavra com Anth, pois ainda estava chocada com a morte dela. A única coisa que eu pensava era em Rachel.
Ao chegar lá, entrei de cabeça baixa, não cumprimentei ninguém, o corpo já estava sendo velado, eu olhei de canto para minha tia, ainda com as lagrimas caindo.
O caixão onde guardava o corpo de minha mãe era branco com detalhes de ouro, sua expressão era calma e serena. Ainda dava para notar o ferimento que a bala lhe causou, os médicos tentaram esconde-la, mas isso não passou de uma idéia, pois ainda era bem visível.
Passei a mão sobre os seus cabelos, e se rosto, beijando depois a sua testa, depois me sentei em um banco que estava ali por perto, Anthony ainda ficou de pé, e sussurrou umas poucas palavras, entendidas por mim como: “Descanse em paz agora Rachel...”
Enquanto eu me lamentava alguns parentes chegavam, deixando a “sala” um pouco cheia, nenhum veio falar comigo, pois eles sabiam que eu era a autora de tudo aquilo que estava acontecendo, e provavelmente não falariam comigo tão cedo. Somente uma de minhas tias veio me consolar, dizendo que tudo ficaria bem, e que tudo voltaria ao normal o mais breve possível, finalizando suas palavras com um abraço.
Estava na hora de enterrá-la, caminhamos por um pequeno vale gramado, com alguns de meus tios carregando-a. Minha cabeça ainda continuava baixa, em sinônimo de redenção, de arrependimento. Lagrimam doloridas escorriam pelo meu rosto, e Anthony nada falava apenas me consolava com seu abraço. Com um botão de rosas na mão eu tentava acompanhar os passos rápidos de meus tios.
A cova já estava pronta, e então a colocaram. Ajoelhei-me e então joguei o botão de rosas que havia em minha mão, em cima do caixão. Agora a terra estava sendo jogada sobre ela, guardando-a para sempre naquele buraco. Terminado tudo isso, eu e Anthony ainda ficamos por mais um tempo lá. Anth sentou-se na grama, enquanto eu “conversava” com Rachel.
Olhei para ele e disse:
- Acho que agora já podemos ir. – Ele olhou-me de volta, demonstrando afeto
-Tem certeza disto?
- Sim! – Nos levantamos, e caminhamos até a saída do cemitério, até ser surpreendida por Anth.
- Talvez esse não seja o momento apropriado para lhe falar isso, mas eu preciso. Quero que me acompanhe na minha viagem de volta para LA.
- Justo agora Anth? Não poderia ser daqui uns dois ou três dias? – eu disse, tentando fazer-lhe mudar de idéia.
- Infelizmente não posso... E então você vem comigo?

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