– É o que acontece com quem brinca com a feiticeira! – Ouvimos uma voz desconhecida.

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- Dê mais um passo traidor e eu faço você em pedaços - O Sr. Castor afirmou sendo segurado pela sua esposa, que com algum esforço o mantinha longe daquele... daquela raposa macho que me dava medo. Em fim fomos encurralados... fecharam-se as cortinas, acharam o Nemo. Ótimo. A risada daquele bicho me enfureceu, mas o que ele disse me deu um tanto de esperança.

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- relaxe eu sou um dos mocinhos! – Ele afirmou saltando de cima de uma das casinhas cobertas de gelo onde se encontrava, Pedro automaticamente nos empurrou para trás de si.

- Éhhh – O Sr. Castor disse com desdém – pois se parece muito mais com um dos vilões!

- Unh – Ele parecia lamentar-se – uma infeliz semelhança familiar, mas falamos de raças depois, agora temos que ir – finalmente ouvi os latidos, aquilo soou como a sentença de morte para todos nós, me agarrei forte as costas da minha irmã.

- o que você sugere? – Pedro falou, olhei de volta para a raposa e seu fusinho apontou para a grande arvore.

- é serio? – Eu perguntei saindo detrás da minha irmã, que por sua vez me olhou com reprovação.

- sim! – ele me respondeu – eles são lobos, farejam muito bem, se subirem, seu cheiro no chão some no momento que por seus pés na arvore, e se mistura ao cheiro da madeira, eles não vão olhar para cima, então além de estarem invisíveis, estarão inodoros – ele fez uma pausa nos analisando – agora decidam! – quando olhei para o lado da arvore Susana já se aventurava a subir, corri para perto dela, Pedro a pegou pela cintura colocando-a em cima de um galho, depois repetiu o gesto com Lucia, e seguiu-se da minha irmã, eu peguei (mesmo sobre protestos) o Sra. Castor pra ir mais rápido, e o Sr. Castor Pedro o fez, não podíamos escalar a arvore ou deixaríamos o nosso cheiro no tronco, e ao farejar seriamos facilmente encontrados, Pedro me pegou pela cintura e pôs-me lá em cima, depois o raposa (depois perguntaria o nome dele) foi usado de escadinha para Pedro subir em cima dele e logo depois nós o puxarmos e assim foi feito, quando todos já estávamos em cima, o raposa sussurrou – subam mais, mais para cima – e se afastou ficando longe da arvore, enquanto escalávamos a gigantesca arvore.

Ele andou até o centro da clareira e postou-se ali no meio, podia ouvir meu coração facilmente, minha irmã me abraçou forte. E o ribombar ritmado do meu coração parecia estar aliado as passadas da matilha que vinha em nossa direção, o latidos pareciam ser um fundo sonoro para minha angustia, e finalmente o barril que fechava a entrada por onde saímos, foi jogado longe e os latidos invadiram a clareira. Eles rodearam o pobre raposa, que involuntariamente se encolheu, mas meio que reconquistou a compostura, ele estava cercado.

- Saudações primos! – Ele disse saudoso – perderam alguma coisa? – ele fez-se de desentendido.

- não tente me enganar – o lobo que parecia o líder deles disse, meu coração gelou – eu sei de quem você é aliado! – o lobo disse amedrontador, de repente sua voz tornou-se fria – procuramos os humanos...

- humanos aqui em Nárnia – ele falava enquanto ria, ou fingia rir e ironizar o lobo – ta aí uma informação valiosa não acha!? – nesse mesmo segundo um lobo abocanhou suas costas, e eu me revoltei, minha irmã me conhece bem o suficiente para ter tapado minha boca nesse segundo. Olhei para os lados e vi Lucia com a boca tapada por Pedro, e o Sr. Castor com a sua pela sua esposa. Voltei meu olhar para o pobre raposa, e tirei delicadamente a mão da minha irmã da minha boca.

- Sua recompensa é viver! – o lobo disse firme, mas em seguida soltou uma risada canina – não é muito... mesmo assim onde estão os fugitivos? – a pergunta era uma ordem e meu sangue gelou. O raposa abaixou a cabeça com um gemido e em seguida a levantou olhando para nós. Pronto chegou nossa hora, é o nosso fim. Vi o Sr. Castor se livrar da mão da Sra. Castor que tapava sua boca e olhar inquisitivo para o Raposa, como se dissesse “e agora? Você será corajoso?” eu não o jugaria se ele nos entregasse, o mesmo deu um suspiro cansado, e apontou o fusinho para frente, junto com a pata direita dianteira.

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- Norte... – ele resmungou exausto – fugiram para o norte...

- farejem... – o lobo (ao que tudo indica) Alpha falou e saiu correndo na direção que o Raposa apontou, o pobre Raposa foi arremessado próximo a arvore, tentou levantar-se sem muito sucesso e ficou ali jogado, fiquei inquieta, mas sabia que não poderia descer para ajuda-lo, não agora tinha que esperar um tempo ter certeza que estariam longe. Dado este tempo descemos, ou debandamos, ao chegar lá em baixo Pedro e o Sr. Castor foram atrás de madeira para fazer uma fogueira, a Sra. Castor tratou de cuidar dos ferimentos do Raposa (que eu descobrir se chamar Meffy), sentamos todos próximos a fogueira, já feita, e a Sra. Castor ainda cuidava de Meffy.

- Meffy – Ele me olhou.

- Sim alteza? – Me assustei, como??? Alteza???

- o que? Alteza? – Ele me olhou como se fosse obvio, mas aí viu o Sr. e a Sra Castor negar com a cabeça.

- não contaram a eles? – ele perguntou como se tivesse algo absurdo ali.

- contamos, mas não tudo, ficamos na parte dos quatro apenas, tivemos um imprevisto – disse o Sr. Castor. Lembrei-me de Edmundo. E abaixei a cabeça.

- não nos contaram o que? – quis saber Mel.

- vocês já sabem que a profecia se remete aos quatro irmãos derrotarem a feiticeira, mas sabe por que vocês duas estão aqui? – levantei a cabeça a curiosidade gritou – estão aqui porque assim como estabelecer paz, e derrotar a feiticeira, é dever dos quatro irmão, cabe a vocês duas manterem viva a esperança, vocês estão aqui especialmente pelo povo narniano, não estão aqui para derrotar a feiticeira estão aqui para cuidar do povo, e fazer reviver a esperança de todos nós, cabe a vocês duas carregar a chama da esperança. Como diz a profecia “do mesmo sangue que viu Nárnia nascer, a esperança brilhará, dois corações, que guardam um sentimento poderoso, e aqui o libertarão.” Só gostaria de saber que sentimento é esse... – ele nos olhou – por isso também correm perigo, a feiticeira, sabe que quanto mais os narnianos tiverem esperança de vencer, de se ver livre dela, mais estarão ao nosso lado e isso ela não quer.

- Mas quem disse que somos nós? E né por nada não, mas essa rima é pior que a outra! – eu comentei.

- só pode ser vocês ou o que estariam fazendo aqui? – ele disse, e gemeu enquanto a Sra. Castor mexia em seu ferimento.

- a profecia é muito vaga, quem sabe alguém... – a Mel nem terminou de falar.

- não, não é. Tratasse de humanos, dois pra ser exato, que tem o mesmo sangue daqueles que viram nárnia nascer – Ele continuou.

- Ta aí não somos nós, quem foi que disse que temos sangue de gente que viu nárnia nascer. Como posso saber que foi algum ancestral nosso? – ele nos olhou reprovador afinal Mel balançou a cabeça concordando comigo.

- Mas então alteza – ele frisou a palavra, e eu revirei os olhos – antes de tudo... me chamou, o que queria falar-me?

- como chegou aqui? – perguntei – digo, não estava só passando estava?

- estava ajudando Tumnus. A feiticeira chegou aqui antes de mim... Auu – ele gemeu de dor, novamente quando a Sra. Castor mexeu mais uma vez em seu ferimento.

- você esta bem? – ouvi Lucia dizer.

- adoraria dizer que cães que ladram não mordem... auu – ele gemeu de novo.

- pare de se mexer, esta pior do que Castor em dia de banho! – ela disse.

- o pior dia do ano – ouvi o Sr. Castor comentar, e tive de rir.

- Obrigado pela gentileza! – ele finalmente levantou-se – é uma pena mais não disponho mais de tempo.

- Vai partir? – Lucia outra vez.

- foi um grande prazer minha rainha e uma honra, mas o tempo é curto e Aslan em pessoa me enviou para reunir mais tropas. – ele disse. Aquele nome “Aslan” sempre me deixava com uma sensação boa.

- você viu Aslan? – o Sr. Castor perguntou.

- e como ele é? – perguntou a Sra. Castor. Fiquei curiosa.

- Ora como sempre ouvimos dizer... Será um prazer ter vocês ao nosso lado na batalha contra a feiticeira.

- Mas não pretendemos lutar! – Susana disse.

- Mas com certeza o rei Pedro... A profecia... – ele olhou para Pedro, depois voltou seu olhar pra Susana, Lucia, chegou em mim e minha irmã, era um olhar triste, decepcionado, voltou a Pedro.

- Não iremos a guerra sem você! – afirmou o Sr. Castor.

- Só queremos nosso irmão de volta – Pedro disse jogando um pouco de palha que estava na sua mão para a fogueira, que flamejou ainda mais forte.