Opostos

Despedaçada


Durante o intervalo Fabiana diz tudo o que conversou com Luis para Cecília.

- Ele é um fofo amiga! – diz com os olhos brilhando.

- E o que mais conversaram? Ele disse algo sobre vocês ficarem? – pergunta Cecília.

- Não. Ainda não, mas acho que não vai demorar muito não. Tomara viu, não vejo a hora! – diz rindo.

- Quando acontecer me conta ta?

- Lógico né! Mas e você, como está? Melhorou sobre o assunto Mateus?

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- Na verdade melhorar não melhorei, mas estou tentando me distrair com alguma coisa, pra não ficar pensando sabe?

- Sei. Na saída você vai querer mudar de caminho?

- Não, por quê?

- Eles vão ficar na saída Cissa e com certeza vai ser lá na praça que passamos todos os dias. Corremos o risco de ver os dois juntos.

- Droga, não tinha pensado nisso.

- Podemos demorar um pouco pra ir embora.

- Não, acho que os dois já vão fazer isso. Melhor assim que bater o sinal irmos antes deles, aí não corro risco nenhum.

- Verdade, melhor mesmo.

Elas continuam conversando quando Murilo passa por elas, mas pelo outro lado do pátio. Está com o semblante sério. Senta-se na escada e fica ouvindo música no celular.

- Esse cara é muito estranho, não fala com ninguém e vive de cara amarrada. – diz Fabiana baixo para a amiga.

- Não foi você que disse que estava gostando dele depois das respostas que deu na aula de física? – diz Cecília rindo sarcasticamente.

- Sim, mas que ele é estranho é. Nunca vi ele falando com ninguém desde o dia que chegou.

- Você que não deve ter visto. Hoje mesmo na educação física ele falou comigo e me ensinou a jogar xadrez.

- Sério? – diz surpresa.

- É E ele parece ser legal. Tem os olhos lindos.

- Nunca parei pra reparar.

- Claro agora você só repara no Luis – diz Cecília rindo e deixando a amiga sem graça.

- Sua boba!

- E não é verdade?

- Só um pouco... – responde rindo também.

Após algum tempo bate o sinal e elas vão para a sala.

- Duas aulas seguidas de matemática – resmunga Fabiana – Não vou resistir a essa tortura!

Cecília ri e segue para a classe com a amiga. Não demora muito até que a professora chegue.

- Bom dia – diz ela – Semana passada passei alguns exercícios e vi que muitos estão com certas dificuldades, então vou fazer uma revisão, Formem grupos de quatro integrantes, por favor.

Fabiana na mesma hora vira a cadeira, ficando ao lado de Cecília. Mateus forma seu grupo com dois de seus amigos e Patrícia. Cecília está morrendo de raiva, mas faz o possível pra não dar na cara.

- Todos os grupos estão formados? – pergunta a professora.

- Aqui está faltando duas pessoas professora. – diz Cecília.

Pra ela todos os grupos já haviam sido formados, então faria uma dupla com Fabiana.

- Não, ali tem uma dupla sozinha também – diz a professora – Vocês dois, se juntem com elas aqui, por favor.

Ao olharem para ver com quem a professora falava, Cecília e Fabiana notam que Luis e Murilo eram a dupla com a qual fariam o trabalho.

- Aí meu Deus, adoro matemática! – diz Fabiana.

- Agora né sua espertinha! – brinca Cecília.

Os rapazes sentam. Luis puxa assunto.

- Tudo bem se ficarmos aqui?

- Claro quatro cabeças pensam melhor que uma não é? – diz Fabiana sem dar a chance de Cecília abrir a boca.

A professora distribui algumas folhas nas mesas de cada grupo e dá algumas explicações. Avisa que o exercício deve ser entregue antes que vão embora.

Os três lêem, mas parecem não entender muito bem. Fabiana então passa a folha para a amiga.

- Isso é um trabalho para a minha CDF preferida!

- Engraçadinha – resmunga Cecília lendo o exercício.

- Isso é fácil!

- Só se for pra você, porque não estou entendendo nada! – diz Luis.

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- Parece confuso, mas não é. Prestem atenção.

Cecília começa a explicar. Os três prestam a atenção em tudo o que ela diz.

- Realmente, com você falando assim parece ser fácil mesmo. – diz Luis.

- A Cissa é fera em todas as matérias. Por isso sempre estudo com ela. – diz Fabiana.

- Só por isso é? Bom saber! – diz Cecília.

- Brincadeira amiga! Você sabe que te adoro né?

- Sei... – responde rindo – Agora vamos cada um fazer um, assim terminamos mais rápido diz ela.

Cada um então pega um exercício e faz. O tempo passa logo e quando menos esperam o sinal bate.

- Todos terminaram? – pergunta Luis.

Cecília e Fabiana sim, mas Murilo não.

- Putz, temos que entregar antes de ir embora. – diz Fabiana.

- Podem ir, eu termino já. – diz Murilo.

- Vamos? – diz Luis a Fabiana.

Ela olha para Cecília com um olhar que parece implorar e a amiga entende.

- Pode ir Fabi, eu vou depois.

- Tudo bem. Beijos, depois te ligo.

Cecília senta ao lado de Murilo.

- Onde está com dificuldade?

- Não esquenta comigo, pode ir, sua amiga ta te esperando.

- Não senhor. Você me ensinou xadrez, eu te ensino matemática. – diz sorrindo

- Troca de favores é? – diz sorrindo fazendo Cecília rir também.

- Pode ser, mas fala, onde está complicado aí?

- Aqui – diz mostrando o exercício – o resultado não está batendo.

Cecília olha o exercício.

- Ah ta, você trocou os sinais. Isso muda a conta toda.

- Turma, entreguem os exercícios. – diz a professora.

Todos entregam os exercícios e saem inclusive o grupo de Mateus. Apenas Cecília e Murilo ficam na classe.

- Pessoal preciso ir embora. – diz a professora para Cecília.

- Só um minuto professora estamos acabando.

- Já vou indo para a sala dos professores. Assim que terminarem me levem.

- Ok. – dizem os dois.

Cecília continua a explicação e Murilo segue fazendo o exercício. Não demora muito e termina, entregando para Cecília.

- Agora sim, está certinho. Só entregar e irmos embora.

- Quer que eu leve? Você deve estar querendo ir embora já.

- Pode me fazer esse favor? Tenho que ir embora correndo hoje.

- Sem problema, pode ir.

- Valeu mesmo. Até amanhã. – diz saindo da classe.

A escola está quase vazia. Cecília praticamente corre, está com medo de ver o que temia. O portão já estava fechado, o que fez com que ela saísse pela diretoria. Pra ela até foi bom, pois poderia fazer outro caminho, sem ter que passar pela praça que Fabiana e ela haviam comentado.

Ao sair Cecília vê o que mais temia. Em uma arvore do outro lado da rua estão encostados Mateus e Patrícia, se beijando.

Cecília fica imóvel. Quer sair correndo dali, mas suas pernas não a obedecem, é como se seus pés estivessem grudados no chão.

Não consegue desviar o olhar deles. Imagina-se no lugar de Patrícia, recebendo o beijo e os carinhos que sempre quis receber de Mateus, mas nunca teve. Seus olhos se enchem d’água com esses pensamentos. Ela vira-se para ir embora , saindo correndo quando esbarra em algo. Era Murilo.

- Ainda aqui? – diz olhando pra ela – Porque está chorando? O que foi?

- Nada que valha a pena. – responde em meio ao choro.

- Cecília, me conta o que foi, posso te ajudar.

- Você vai me fazer nascer de novo, de outro jeito, ser diferente? Não! Então não pode me ajudar. – diz correndo e indo embora.

Murilo não entende nada. Olha na direção de onde Cecília veio correndo e vê Mateus e Patrícia juntos, aos beijos.

- Acho que entendi o que aconteceu – diz pra si mesmo.