Opostos

Educação física


Depois de longas duas horas, enfim termina a aula de física. Agora teriam uma aula bem diferente e melhor na opinião de todos.

- Educação física, graças a Deus! – diz Fabiana erguendo as mãos para o céu.

Eles vão para a quadra, mas não há bolas suficientes. O professor então pede para Cecília ir até a diretoria e pedir a uma das inspetoras.

Chegando lá, acaba esbarrando em Murilo, que está saindo.

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- Desculpa não te vi. – diz Cecília sem graça.

- De boa. – diz ele arrumando a camiseta – Você é da minha sala não é? Cecília é isso?

- Isso. – diz olhando para ele,

- Agora é aula do que mesmo? Não decorei tudo ainda.

- Educação física, pode ir pra quadra, a sala todo já está lá.

- Se a sala toda já está lá, o que você está fazendo aqui?

- Eu? O professor pediu pra vir pedir mais bolas.

- Entendi. Não sei onde é a quadra, tudo bem se eu for com você?

- Comigo? – diz espantada.

- É, algum problema?

- Não, nenhum.

- Relaxa, eu não mordo não, só quem pede por isso. – diz com um sorriso torto.

- Que bom pra mim então. – diz sem jeito.

Cecília já havia decorado seu nome, mas nunca parou pra reparar nele em si.

Murilo era alguns centímetros mais alto que ela, tinha a pele clara, cabelos castanhos em um penteado bagunçado pelo gel e um belo par de olhos azuis. Como se não bastasse, tinha um piercing no canto da boca.

Enquanto espera a inspetora, fica sem graça de ficar muda ali com ele, então resolve arriscar e puxar assunto.

- Você é sempre bravo assim?

- Como? – pergunta Murilo.

Cecília desejou não ter tentado iniciar uma conversa. Pra falar uma bobagem daquelas, ela melhor ficar quieta.

Murilo percebeu que ela ficou sem jeito e riu, respondendo a pergunta.

- Porque a pergunta? Assusto você?

- Não, não é isso, mas nunca vi ninguém falar com um professor daquele jeito.

- Mas pode ter certeza que muitos gostariam de falar.

- Isso é.

Cecília está sem graça e não sabe como disfarçar. Pra sua sorte a inspetora chega com um saco com bolas de vôlei e futebol.

- Pronto, podemos ir. – Diz a Murilo que a segue.

- Quer que eu leve pra você? – pergunta ele se referindo ao saco.

- Não precisa, está levinho.

- Você que sabe. – diz Murilo sem insistir.

Ao entrarem na quadra, Cecília entrega o saco ao professor, que distribui entre os demais alunos.

- Você vai jogar o que? – pergunta Murilo

- Não sei, queria achar a Fabiana e ver com ela.

- Ela ta falando com o carinha que tentou aliviar pro meu lado logo ali. – diz apontando na direção da quadra de basquete.

Cecília olha e vê que Fabiana parece bem animada conversando com Luis.

- É, acho que hoje não vou jogar nada. – diz sorrindo.

- Você só joga se for com sua amiga?

- Não, mas é diferente né!

- Não entendi o porquê.

- Nada demais, deixa pra lá.

Murilo sorri e vê uns jogos próximos ao professor.

- Sabe jogar xadrez? – pergunta para Cecília.

- Não muito bem, me confundo um pouco com os movimentos das peças.

- Quer jogar comigo? Pelo menos enquanto sua amiga estiver de papo lá com o cara. Te ensino os movimentos certinhos.

- Se você tiver paciência pra ensinar.

- Tenho paciência de sobra. – diz sorrindo. – Vem.

Eles escolhem um bom lugar na quadra e começam a jogar.

- Bom, vou fazer um resumo, mas durante o jogo você pode perguntar.

- Ok. – diz Cecília.

- O rei tem o livre-arbítrio de mover para todos os lados, com a seguinte limitação: apenas de uma em uma casa de cada vez. – diz mostrando no tabuleiro.

Cecília olha atentamente.

- A rainha você pode mover nas horizontais, verticais ou diagonais, semelhante aos movimentos do rei, com a diferença de poder mover quantas casas desejar. Ta entendendo?

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- Até agora sim. – responde rindo, fazendo Murilo sorrir também.

- A torre anda somente pelas horizontais e verticais quantas casa tiver à disposição. Os bispos fazem o movimento contrário ao das torres. Por último o cavalo. Ele anda somente em "L" de quatro casas. Entendeu?

- Acho que sim.

- Tudo bem, jogando fica mais fácil. Começa você.

Eles dão inicio ao jogo. Cecília aprendia as coisas rápido, mas quando se sentia confusa perguntava a Murilo, que realmente estava sendo muito paciente para ensina-la.

Muitas jogadas depois, o jogo termina com Murilo vencedor.

- Você nem pra me deixar ganhar poxa! – brinca Cecília.

- Não senhora, você tem que aprender pra ganhar de mim sozinha, por seus próprios méritos. Mas pra uma iniciante você foi muito bem, de verdade.

- Obrigada. – diz Cecília sorrindo.

- Agora é aula de matemática é isso? – pergunta Murilo.

- Sim, mas antes temos o intervalo. A sala de matemática você sabe onde fica não sabe?

- Sei sim. Vou indo pra lá então. Te devo uma revanche no jogo. – diz saindo da quadra.

- Olha que vou cobrar hein!

- Quando quiser. – responde.

Cecília sorri quando sente as mãos de Fabiana em seu ombro.

- Olá dona Fabiana, me abandonou hoje né?

- Desculpa amiga, não fiz por mal. Quando você foi à diretoria o Luis me chamou pra conversar e ficamos até agora. Me perdoa? – diz fazendo biquinho.

- Até perdôo, se você me falar tudo o que conversaram.

- Só se for agora! – diz Fabiana saindo da quadra com a amiga.