Opostos

Festa das nações


Enfim chega a festa. Após essa festa Mateus não teria mais que olhar para cara de Murilo, ambos se livrariam um do outro. Ao menos era o que esperavam.

Todos chegam a escola na hora marcada e começam a arrumar o local onde deixariam o trabalho exposto.

- Enquanto vocês se arrumam vamos nos trocar, quando voltarmos vão vocês tudo bem? – pergunta Fabiana.

Ambos concordam. Fabiana, Cecília e Patrícia vão ao banheiro feminino colocar suas roupas, enquanto os garotos ajeitam tudo.

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Ao terminarem, olham surpresos. Nem eles imaginavam que poderia ficar tão bom.

- De boa, menos que dez não tiramos. – diz Luis.

- Se ninguém se enrolar na hora de explicar o nome dessas comidas estranhas aí, aí sim. – Diz Mateus.

- Não tem como, a Patrícia fez uma plaquinha pra cada comida com o nome e os ingredientes que se usa. Quem quiser saber que leia! – diz Murilo.

Eles conversam até que descontraídos, quando as três jovens se aproximam, já vestidas e maquiadas de acordo.

Cecília se sente estranha, Patrícia parece desconfortável e Fabiana age como uma própria gueixa. Os olhares dos rapazes recaem sobre cada uma delas, o que as deixa um tanto quanto encabuladas.

- Nossa, nossa hein! – brinca Murilo olhando para Cecília enquanto segura sua mão a girando.

- Não faz isso, já to me sentindo ridícula.

- Você está uma gata, mais gata do que já é! – diz sorrindo pra ela.

Patrícia fica se auto encarando naquela roupa. Não sabe se devido à maquiagem e ao penteado, agora se sente esquisita.

Enquanto se olha percebe que Mateus a olha da mesma forma.

- Estou ridícula, eu sei. Pode falar. – diz sem emoção.

- Não está ridícula nada. Está muito bonita pra dizer a verdade, sério mesmo. – diz dando um sorriso quase imperceptível ao fim da frase.

- Certo, estamos lindas, agora vão logo colocar o kimono de vocês, já tem gente chegando. – diz Fabiana.

Cada um pega sua mochila e também saem para se arrumar. Enquanto isso, as garotas fazem algumas últimas arrumações no stand onde está o trabalho.

- Quando a festa acabar podemos comer isso aqui? Amo comida japonesa! – diz Patrícia.

- Não só podemos como devemos comer! Isso tudo foi muito caro pra desperdiçar. – sorri Cecília.

- Ah gente, desculpa, mas eu vou lá ao stand da Itália. Peixe cru não é o meu forte. – brinca Fabiana.

- Não é cru, é cozido no vapor. Pensei que você tivesse estudado o que falar caso perguntasse Fabi! – repreende Cecília.

- Aí Cissa, é só jeito de falar! Claro que estudei.

- Acho bom! – diz séria, fazendo Patrícia rir e fazer um comentário.

- No começo eu achava vocês duas tão chatas, mas com esse trabalho vejo que me enganei. Vocês são legais.

- Mesmo me achando chata veio pedir meu caderno emprestado né? – diz Cecília com um tom calmo, mas sarcástico.

- Agora mostrou que é namorada do Murilo! – brinca Fabiana.

- E não é verdade? – diz Cecília tranquilamente.

- É verdade sim, desculpa, fui muito cara de pau aquele dia. – diz Patrícia – Mas é sério, vocês são legais mesmo, outras pessoas não iam aceitar o Mateus e eu no grupo.

- Vou ser sincera; você até que é legal, mas não gosto do Mateus, ele é muito arrogante e metido. Sei que você é namorada dele, mas é o que acho! – diz Fabiana.

- Sua opinião, normal. Mas ele não é má pessoa, só é um pouco egocêntrico.

Fabiana olha para Cecília, está impressionada como Patrícia consegue defender Mateus.

- Nossa amiga, você gosta mesmo dele hein! – diz Fabiana.

- Gosto. Mas não é só por isso, ele é uma boa pessoa, mas ele mesmo afasta as pessoas dele sem perceber isso.

Enquanto conversam, os rapazes voltam com os kimonos.

- Me sinto um palhaço com isso. – diz Murilo.

Cissa o olha timidamente, mas sente uma sensação diferente de quando está com ele. Com o kimono, uma parte do peito de Murilo fica a mostra, fazendo com que ela lembre da vez que se beijaram e ela sentiu seus braços por debaixo da camiseta. Ele não era o tipo bombado, mas sem dúvida o uniforme da escola e suas roupas do dia a dia escondiam muita coisa.

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- Não, está bem... Legal. – diz Cecília com dificuldade.

Murilo a olha, mas não entende o porquê dela ter falado daquele jeito, então vai até ela e a abraça pela cintura, fazendo com que fique de frente pra ele.

- Não precisa disfarçar, está ridículo não está?

- Não está não bêbê, sério mesmo. É que não estou acostumada a te ver assim...

- Assim como?

- Assim... Mais a vontade. – diz sem graça, fazendo Murilo sorrir.

- Por enquanto... – diz no ouvido dela a fazendo ficar vermelha.

- Certo todo mundo pronto, stand arrumadinho, perfeito. Agora é esperar os professores e ver o que vão achar. – diz Luis.

Depois de algum tempo os professores começam a andar pelos stands de cada classe e grupo de alunos. Eles observam atentamente cada detalhe, não deixam escapar absolutamente nada., inclusive o entrosamento entre os grupos. Era isso que preocupava Luis e Cecília em especial, afinal eles sabiam que o relacionamento entre Murilo, Mateus e Fabiana não era dos melhores.

Porém na hora que os professores foram avaliar o stand deles tudo correu bem. Quem não sabia do relacionamento entre eles nem sequer desconfiaria que se detestavam.

Depois que todos os stands foram avaliados, a professora responsável por eles disse que poderiam aproveitar a festa, desde que se revezassem para que o stand não ficasse vazio.

- Bem, vou ao stand da Itália! Alguém quer vir comigo? – pergunta Fabiana.

- Eu quero – diz Cecília.

- Eu também. – diz Patrícia.

- Eu vou também. – diz Luis se dando conta que assim acabaria deixando Murilo e Mateus sozinhos.

- Então vem logo mozinho, to com fome! – diz Fabiana.

- Deixa Fabi, podem ir eu fico também.

Mateus que está sentado em uma cadeira com os braços cruzados dá uma risada debochada.

- Relaxa Luis, pode ir. O Murilo e eu não vamos nos matar não. Da minha parte pelo menos ta tudo bem.

- É Luis, fica de boa. – concorda Murilo.

Luis então olha para as meninas e sai com elas, que apesar das palavras de Mateus e Murilo também ficam receosas.

Após longos minutos de silencio, Murilo resolve começar uma conversa.

- De boa cara, qual é a sua pro lado da Cecília?

- Porque a pergunta? – diz com cara de descaso.

- Não se faça de besta, sabe bem do que to falando.

- Ah ta! Está falando isso por causa daquele dia que você chegou e eu estava conversando com ela?

- Vocês não estavam só conversando. Você estava segurando o braço dela e não queria soltar. Mas isso não interessa. Quero saber qual é a sua pro lado da minha namorada.

- Nossa! Olha só, “minha namorada”. Ela é sua namorada hoje, mas não era aquele dia.

- Foda-se. Fala de uma vez. O que você queria com ela afinal se estava ficando com a Patrícia?

- Disse bem. Ficando. Nada, além disso. Ou seja, podia ficar com quem mais eu quisesse.

- E você queria ficar com a Cecília?

- É o seguinte cara, antes de você chegar a Cecília era a fim de mim caso não saiba.

- Eu sei, mas não é mais e isso tem muito tempo.

- Se sabe que ela não é mais afim de mim, porque tanto nervoso pro meu lado? Não fiz nada com ela, nem tive tempo de tentar fazer alguma coisa. Satisfeito?

Murilo olha Mateus desconfiado.

- Não sei se devo acreditar em você.

- Murilo, de boa? Admito, eu quis sim ficar com a Cecília, mas só pra curtir. Sabia que ela gostava de mim e quis tirar proveito disso. Quando vi vocês cheios de coisinhas e tal, fiquei com raiva.

- Não vejo o porquê da sua raiva.

- Nem eu via. Queria tirar uma com a cara de vocês, atrapalhar o lance de vocês, mesmo se não fosse mais pra ficar com ela. Mas mudei de idéia. Você e a Cecília podem fazer o que quiserem da vida de vocês que não me importo.

- Ainda não sei se devo acreditar ou não. – diz Murilo desconfiado.

- Estou abrindo o jogo com você cara, agora se quer acreditar ou não o problema é seu!

Antes que Murilo diga alguma coisa, o restante do pessoal volta para o stand. Patrícia vai à direção de Mateus e ele a chama para ir embora.

- Já? Você nem viu o restante dos stands. – diz ela decepcionada.

- Não to a fim, vou embora. Você fica ou vem comigo?

- Vou com você né... – diz triste se despedindo dos demais enquanto Mateus nem olha pra trás.

Cecília nota a cara de Murilo e resolve perguntar se aconteceu algo enquanto ela e os amigos haviam saído.

- Nada demais.

- Não mesmo Murilo? Vocês brigaram? – insistia ela.

- Já disse que não. Ele foi embora porque quis nada a ver comigo não.

Cecília não parece acreditar, mas logo muda de assunto com os amigos.

Já em casa, Mateus parece estranho. Patrícia conversa com ele sobre alguns momentos antes.

- Brigou com o Murilo, por isso quis vir embora?

- Não, só estava com dor de cabeça.

- Só isso mesmo?

- Só Patrícia, que saco! Será que sempre todo mundo vai duvidar do que eu falo? Que merda! – diz nervoso.

- Calma, só fiz uma pergunta, não precisa morder.

Mateus se senta no sofá e coloca a cabeça entre os joelhos, ficando assim por alguns segundos. Em seguida olha para Patrícia e se desculpa.

- Foi mal Paty, você não tem nada a ver com isso. É que esses dias não tem sido os melhores pra mim. Desculpa.

Patrícia se aproxima dele e lhe dá um selinho.

- Quem diria, Mateus pedindo desculpas! Mas está tudo bem, entendo você meu amor. – diz o abraçando em seguida.

Enquanto se deixa ser abraçado Mateus pensa nas palavras ditas por Patrícia, onde o chamava de amor. Em seguida lembra das palavras ditas pela mãe, onde pedia para que o filho não brincasse com a vida e os sentimentos de ninguém.

Ele não poderia levar aquilo mais longe. Na semana seguinte colocaria um fim no seu namoro com Patrícia antes que fosse tarde demais.