Posena

XXVIII - Differences...


O resto do dia passou rápido para ela, ao contrário do Conselho Olimpiano, que pareceu durar milênios quando foram, na verdade, apenas 4 horas.

4 horas discutindo com ele. Novamente. O que mais indignava Atena não era mais o fato dele sempre achar que estava com a razão, ou tentar fazer valer apenas o seus ideais, ignorando os outros. Nem o fato dele tentar atingi-la com pequenos xingamentos, indiretas, olhares. O que mais a irritava era que nada havia mudado. Ela havia se apaixonado (ou descoberto uma paixão adormecida), sofrido, se divertido e se surpreendido milhões de vezes, e nada havia mudado. Nada havia de fato acontecido, tudo uma grande ilusão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não dava mais para disfarçar que ela estava diferente, havia sido difícil manter sua postura durante as poucas horas que estivera em público, mas ele a havia afetado tão profundamente que seria impossível que ela voltasse a ser a Atena de sempre.

Não, impossível não. Essa palavra não existia mais para Atena. Ela se lembrava de um dia já ter dito que seria absolutamente impossível que ela nutrisse qualquer outro sentimento por Poseidon que não raiva, quem dera amor, e olhe onde tudo acabou.

Ela nem o retrucava de volta. O conselho terminou com poucas decisões e muitas discussões que faziam a cabeça de Atena das voltas. Ela então se levantou e calmamente voltou para sua amada biblioteca e seus milhões de livros, os quais ela já havia lido diversas vezes, mas nunca se cansava.

Eles, os livros, não a abandonariam e iriam fazê-la feliz de qualquer modo. Não eram casados, não a magoavam. Não a rejeitavam ou xingavam-na. Não transariam com sua sacerdotisa em seu templo.

Mas eles também não a beijariam, não a abraçariam e a confortariam, acariciando sua cabeça. Não brincariam com seus loiros cachos, ou beijariam a ponta de seus dedos. Não "roubariam" seu nariz, morderiam seu lábio ou fariam um piquenique. Não cozinhariam um café da manhã, almoço ou janta.

Livros jamais a encantariam tanto quanto os olhos esmeralda, as mãos fortes e o sorriso maroto que ele tinha. Ninguém o faria tão bem quanto ele.

Ninguém.