Finnick me pega antes de eu cair:

- Calma - diz ele calmamente - vocês só vão estar em uma carruagem. Nada demais. Daqui a pouco isso vai acabar - ele me solta. Eu me equilibro. - Você está bem? - Finnick pergunta.

- Agora estou - sorrio. Nossa carruagem é a quarta. Vejo os tributos dos outros distritos. Nada demais. Finnick nos manda entrar na carruagem. Obedecemos. A cerimônia de abertura é rápida. A multidão grita enquanto as carruagens passam. As doze carruagens chegam ao Círculo da Cidade. Vejo vários rostos diferentes e estranhos. Alguns estão gritando "Distrito 1! Distrito 2!". Finalmente chegamos à mansão do presidente. As camêras focam o rosto de cada tributo. E quando eu Sam aparece na grande tela, vejo que seus olhos estão fixados em um ponto. Imóvel, e assustador. O hino começa a tocar. E finalmente, a cerimônia acaba. As portas se fecham e Finnick vem ao nosso encontro.

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- Pronto. Por hoje é só - ele diz. - Descansem muito hoje, porque amanhã vocês terão treinamento.

Estamos no Centro de Treinamento, ele possui uma torre para os tributos. E seu andar corresponde ao número de seu Distrito. Eu, Sam, Meverlin e Finnick entramos no elevador, e eu aperto o número quatro. O elevador vai subindo. E ninguém fala nada. Quando o elevador para no quarto andar, eu sou a primeira a sair. Meverlin me lembra que o jantar já será servido, então tenho que ser rápida. Entro no meu quarto e tiro o vestido que Domus fez para mim. Jogo-o sobre a cama, aperto alguns botões e entro embaixo do chuveiro. Sinto a maquiagem saindo e escorrendo pelo meu rosto. Lavo meu rosto várias vezes até ter certeza de que a maquiagem saiu totalmete. Lavo o meu cabelo e o resto do meu corpo. Saio, me seco e vou até o armário. Escolho uma roupa que me deixa mais confortável e vou até a sala de jantar. Encontro Domus e o estilista de Sam já sentados na mesa e Meverlin e Finnick conversando. Não vejo Sam em lugar algum. Pouco importa. Me sirvo de um pouco de cozido de peixe. Não estou com muita fome. Sam chega, se serve e senta ao meu lado. Finnick e Meverlin começam a se servir.

- Você fez o que te pedi - pergunta Finnick para Sam. Eu olho para Sam confusa. O que ele pediu? penso.

- Sim, eu fiz - diz Sam dando a primeira garfada em sua comida. Ele olha para mim e sorri.

- Fez o quê - finalmente pergunto.

- Amanhã você saberá. - Responde Finnick. Amanhã você saberá. As palavras de Finnick ecoam em minha mente. Amanhã? No treinamento? penso.

- Não se preocupe - dessa vez é Sam que fala comigo - não é nada demais. - Ele dá de ombros.

- Sam me contou sobre a aliança dos dois - Finnick interrompe. - Eu achei bem interessante - ele continua, olhando para nós - mas vocês tem que tomar muito cuidado.

- Por quê? - indaga Sam.

- Porque só um pode sair da arena - responde Finnick. O clima agora fica pesado e ninguém fala mais nada. Eu olho para Sam, e ele olha para mim. Ele volta a comer, mas perco o apetite. As palavras do Avox vêm à minha mente. Será que Sam havia pensado da mesma maneira? Toco o meu bolso. E percebo que o papel não está lá.

Onde eu coloquei? Eu nem tirei do meu bolso. Mexo e remexo em meus bolsos e não acho o tal do papel. E a fita também não está em meu pulso. Eu nem reparei. Levanto rapidamente e vou até meu quarto ver se eu coloquei lá. E não está. Abro a porta para voltar para a sala e Sam está parado na frente dela.

Reparo que a fita e o papel estão em sua mão. Mas como?

- Procurando por isso, Maine? - Pergunta ele, com um sorriso.

- Me dá isso - falo, e tento pegar da mão dele, sem sucesso. Ele abre o papel e contra a luz eu consigo ver as palavras.

- Traição, é o único jeito. - Ele lê. - O que isso quer dizer, huh?

- Não é da sua conta - digo agressivamente e arranco o papel e a fita da mão dele, o papel rasga.

- É sobre mim? - Agora ele está sério.

- Eu já disse - digo - não é da sua conta. - Bato a porta na cara dele.

E agora? Ele sabe.