A faca atinge minha barriga, sinto uma dor imensa e começo a ficar tonta. Retiro a faca de minha barriga e o sangue começa a manchar a minha camiseta branca. Seeds está ajoelhado me observando e sorrindo. Reúno minhas últimas forças.

- Por que você não vem me matar logo? - provoco. Estou respirando com muita dificuldade e sinto que mais cedo ou mais tarde vou perder a consciência. Com a vista meio embaçada vejo Seeds vindo em minha direção com duas facas nas mãos. Respiro fundo. Ele vem até mim e esfaqueia minha barriga mais uma vez.

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- Eu venci - comemora ele. Quando Seeds vira, com as minhas últimas forças, esfaqueio seu pescoço e ouço o tiro de canhão. Ouço uma voz grossa. A última coisa que vejo é uma sombra preta em cima de mim.

Acordo em uma cama de hospital, em um lugar com cheiro de desinfetante. Minha cabeça está martelando. Eu me sento e ouço alguns passos vindos de algum lugar atrás de uma porta branca a 20 metros de mim. A porta se abre e eu vejo Finnick.

- Maine, minha vitoriosa - diz ele. Vitoriosa? Então isso quer dizer que... SIM! Eu ganhei! Eu sobrevivi! Eu voltarei para casa!

- Onde estou? - pergunto.

- No centro de treinamento. Agora se apronte, você tem que encontrar Domus para ela te arrumar para a entrevista - ele sai. Eu me levanto, tiro uma camisola que estava usando e visto uma muda de roupas que estava em cima da mesinha ao lado da cama. Saio do quarto de hospital e encontro Domus sentada em uma cadeira ao lado da porta. Ela me leva até um quarto e sua equipe de preparação começa a fazer o meu cabelo, minhas unhas e cuidar da minha pele. Sombra preta, delineador preto, batom vermelho e finalmente Domus traz o meu vestido. Um vestido curto, corpete em cima e saia em camadas. Preto e vermelho. Domus me ajuda a vestí-lo e eu coloco os sapatos pretos. Depois me olho no espelho, pareço mortífera.

- Podemos ir? - pergunta Domus. Eu faço que sim com a cabeça e nós saimos do quarto. Finnick está a nossa espera. Nós vamos em silêncio até o local onde será a minha entrevista. O mesmo lugar que eu fui um dia antes de entrar na arena. Chegamos lá e esperamos até eu poder entrar. Consigo ouvir Caesar falando sobre os jogos e animando a platéia. Ele fala o meu nome, sei que é a hora da minha entrada. Respiro fundo e subo no palco. A platéia começa a gritar o meu nome. Eu me sento na cadeira do vitorioso. Hora de rever os jogos.

As luzes se apagam e a insígnia da Capital aparece em um grande telão. A primeira coisa que aparece é o banho de sangue na Cornucópia, consigo me ver falando com os carreiristas depois de matar o garoto do Distrito 5. Dá pra ver pelo meu olhar que eu os desprezo. Eu olho fixamente para a tela, sem prestar atenção até que chega no dia da traição. Vejo como Sam confiava em mim, e como eu estava totalmente desconfiada dele. Sinto uma culpa. Eles passam a parte do soterramento, e eu paro de ver. Abaixo minha cabeça, não quero lembrar dos jogos. Mas uma parte chama a minha atenção: a morte de Sam.

Me vejo chorando. Enterro meu rosto em minhas mãos, até que aquilo acabe. Mas as imagens vão se formando em minha cabeça, não aguento mais. Me levanto e saio correndo do palco. Posso ouvir a multidão murmurando. Finnick vêm atrás de mim, chamando meu nome. Mas eu continuo. Chego até os elevadores e vou até o meu quarto. Tranco a porta, sento na cama e começo a chorar. Finnick bate em minha porta, mandando eu abrir. Digo para ele ir embora, e depois de insistir, ele vai. Não sei o que vai acontecer com a entrevista, provavelmente tiraram do ar, ou Finnick deu um jeito.

Uma mão toca meu ombro, me assusto e dou um pulo. Olho para trás e vejo o garoto Avox sorrindo para mim. Eu o abraço e começo a chorar ainda mais. Mas de repente ele me solta e me olha confuso.

- O que foi? - pergunto. Ele me entrega um papel. Eu leio cuidadosamente.

"Cuidado":