Um Ano Quase Tranquilo
A escolha
Draco havia falado como se eu tivesse que escolher entre sorvete de chocolate e sorvete de morango, sendo que na verdade aquela era uma das decisões mais difíceis que eu já havia tomado. Depois que ele saiu da sala comunal e me deixou com a cara no chão, tudo o que me restou foi refletir durante o restante do dia. Pode parecer ridiculo isso, de ter que escolher entre duas pessoas, mas é algo realmente complicado. E no desespero de chegar a algo, fiz todas as coisas patéticas imagináveis - inclusive uma lista com os prós e contras de cada um (mas ai percebi o que estava fazendo e joguei o maldito papel na lareira).
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Depois de pensar muito e muito, cheguei a uma conclusão. Não que estivesse cem por cento certa da minha escolha – acho que só teria plena certeza depois de algum tempo. Mas apesar de tudo, consegui me levantar da cama, tomar um banho (precisava relaxar e tomar coragem né?) e descer até o Salão Principal, onde provavelmente todos já estavam comendo.
Durante o caminho, tentei repassar mentalmente as palavras que eu diria a cada um... as desculpas... E percebi que definitivamente enfrentar Voldemort pessoalmente e sozinha seria menos aterrorizante do que o que eu estava prestes a fazer. Mas eu tinha que fazer. E ia fazer.
Entrei no Salão Principal e lancei um olhar em direção a mesa da Sonserina. Draco me fitou, mas não era com ele que eu queria falar, ainda. Voltei-me para a mesa da Grifinória, a procura de um certo ruivo, mas ele não estava ali. Levantei as sobrancelhas inquisidoramente para Harry, que por sua vez simplesmente deu um aceno de cabeça, o que deu a entender que Ronald estava no jardim. Sorri – tentando confortar a mim mesma e me manter confiante – e sai novamente pela porta do Salão Principal.
O céu já estava escuro, como um manto negro e estrelado envolvendo o castelo de maneira maravilhosa. Não tive que caminhar muito para encontrar quem eu queria. Ron estava encostado em uma árvore, fitando a noite. Pela última vez, tomei fôlego e segui em sua direção.
- Hey. – foi como eu tentei começar.
- Olá. – Ron respondeu suspirando, como se estivesse irritado e cansado.
- Ron, vamos conversar.
O ruivo simplesmente continuou me fitando, como se quisesse que eu falasse logo.
- Olha, é muito dificil pra mim fazer isso e eu não se exatamente como começar, mas... vamos lá. Ron, eu gostei de você a minha vida inteira. De verdade, desde o primeiro ano, sempre foi você. Mas nós nunca demos certo, demos?
- Eu diria que...
- Calma. Me deixa terminar. Não, nós não demos certo. E eu te peço desculpas por tudo que eu te fiz passar, por todas as falsas esperanças, por todas as brigas idiotas... nada disso era necessário. Fomos infantis e eu fui egoísta. Me perdoe. Mas eu preciso dizer também que eu te amo muito. Mas não sei que tipo de amor é esse... okay, eu sei que soa ridiculo. Mas eu percebi que tem uma razão para nunca termos dado certo. Talvez não seja realmente para dar certo... talvez, a garota perfeita para você não tenha nada a ver comigo e eu esteja te prendendo aqui, sem razão nenhuma. E eu não quero mais te aprisionar a mim dessa maneira.
- Hermione, você bateu com a cabeça? Eu sei que gosto de você.
- Não, talvez você não saiba Ron... talvez, você devesse se deixar livre por algum tempo, talvez você devesse se abrir a novas experiências... e eu também devo fazer o mesmo. Só quero que saiba que você é muito importante para mim – tão importante que seria insensato jogar tudo fora por algo que pode ou não dar certo entre a gente. Espero realmente que você entenda...
- Eu entendo todos os seus argumentos, porém... por enquanto não concordo com eles. – respondeu ele de um jeito... diferente. – Mas sei lá... vai que você tá certa... eu vou tentar okay? Mas só tento se você prometer que será feliz.
- Eu prometo Ron.
- Então estamos combinados. – disse ele sorrindo fracamente. - Apesar de eu ter certeza de que você vai mudar de ideia.
- Mas e se eu nunca mudar?
- Bem, eu espero até lá. Eu te amo Mi. – disse ele me dando um beijo na testa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Meu coração se apertou. Mas agora estava feito. Olhei para as estrelas em busca de não sei o que... e peguei Ron fazendo o mesmo... Mas essa era a melhor decisão a ser tomada.
Porém, apesar de me parecer o melhor, eu sabia que Ronald Weasley seria o meu eterno “e se...?”
Entrei na sala comunal, com plena consciência de que ele estaria lá, sentado no sofá que dava de frente para a entrada, me esperando – contudo, fingindo que não estava esperando.
Reprimi o impulso que senti de correr em sua direção e pular em cima dele. Em vez de fazer isso, caminhei firmemente em sua direção e sentei ao seu lado.
- Draco, eu escolho você. – falei assim, na lata, sem ter tempo de pensar ou de deixar ele argumentar.
- Como? – perguntou Draco pasmo. – Mas eu te vi com o Weasley agora pouco... você estava...
- Dizendo a ele que não vamos dar certo. Que é com você que eu quero ficar.
Seu rosto passou lentamente de confusão para felicidade. E pela primeira vez, a tempestade contida naqueles olhos cinzentos parecia ter se acalmado.
Draco se inclinou e me beijou tão docemente que seus lábios pareciam pétalas de rosa. A felicidade invadiu meu peito.
- Você já sabe disso, mas... Eu te amo. – Draco disse me olhando nos olhos, depois de termos nos desgrudado.
- Eu também te amo. – eu disse sinceramente.
- Prometo que vou fazer de tudo para dar certo, que vou fazer de tudo para sermos felizes. – ele disse.
- Eu acredito em você. E prometo o mesmo. – respondi.
Eram muitas promessas a serem cumpridas, eram muitas incertezas e muitos os medos. Talvez, a longo prazo, esse não fosse o caminho correto. Mas ao olhar dentro daqueles olhos, tive certeza de que era ali que queria estar, sempre e para sempre.
Sorri abertamente, maravilhada com o novo horizonte que agora eu conseguia enxergar. E deixei que Draco me beijasse novamente... e depois outra vez... pois agora, tínhamos todo o tempo do mundo e nenhuma barreira, e esse tempo, seria aproveitado devidamente.
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