POV Gina

Cá estamos nós de novo. Em uma sala vazia tentando convencer Luna a nos escutar e Harry a parar de rir. Deprimente.

– Tudo bem Harry, isso já ficou chato. – disse mal humorada.

– Chato? Chato?! É hilário! – e com outra gargalhada, Harry contiuou – Neville, reparou que esse é aquele mesmo esquema de trancar eles no ármario de vassouras? Ridiculo! Não sei como eles ainda se beijaram. Esse é o plano mais absurdo e idiota possivel. E olha que planos idiotas que não dão certo é comigo mesmo...

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– Tudo bem Harry. Nós admitimos, não deu muito certo. – cedeu Neville pensativo.

– Ora mas também não foi um total desperdicio! Duvido que a Mione não esteja pensando nisso... Se ela beijou ele, é porque ela estava com vontade. Com saudade... – disse.

– Ou ela estava com medo dos curiosos. – Luna se pronunciou em tom solene.

– Como?

– Hermione não é do tipo que gosta de escandalos. Sei disso porque ela fica tímida quando falo a respeito dos zonzóbulos...

– É, pode até ser. – disse Harry – Mas acho que a Mione não conseguiu lidar muito bem com a pressão... é uma das únicas coisas que desestabiliza ela...

– Então é isso! – voltei a falar – Vamos pressionar ela ainda mais!

– Achava que tinham desistido. – disse Harry.

– Não Harry. Bestas quadradas não desistem. – disse Luna asperamente. Suponho que tenha sido uma ofensa...

Harry riu e ficou esperando resposta de minha parte. Ou da de Neville, quem sabe.

– Gina, não seria melhor deixarmos eles em paz?

– Você também Neville? Achava que estava do meu lado!

– Calma, calma. Só queria saber se vale a pena... Uma famosa escritora trouxa uma vez disse “O que tiver de vir, virá, e apenas teremos de lidar com isso quando vier”. Acho que significa que, se Ron e Hermione tem que ficar juntos, eles vão ficar. Mais cedo ou mais tard...

– Okay. – cortei ele – Eu me viro sozinha.

Fiz bico e encarei meus amigos, de braços cruzados.

– Tudo bem, tudo bem. O que vamos fazer dessa vez?

– Sabia que não iria me abandonar Neville.

– Hey, não é assim também. Vamos pensar direito dessa vez, e vai ser a ultima tentativa okay? E tem mais, se eu ver que estamos fazendo algo errado nós paramos na hora.

– Okay, isso é justo. – eu disse. – Hum, só nos resta o plano certo?

– Tudo bem, acho que já tenho algo em mente.

POV’S Hermione

Segunda-feira, finalmente! Depois de um fim de semana daqueles, finalmente estou tão atolada nos estudos que não me sobra tempo nem para respirar. Por que acho isso bom? Simplesmente porque aritmancia e transfiguração são coisas fáceis se compararmos a Draco Malfoy e Ronald Weasley. E Gina. Ah, sim, Gina vale por todas as matérias. E em termos de confusão minha nota seria mil. Oh Deus, o que está acontecendo? Estou tão feliz com o Draco, não estou...? Sim, assim como estava feliz com Rony. Vozinha irritante. O dia todo martelando em minha mente, me fazendo ficar descontrolada. E tem mais! Como se não bastasse meus problemas pessoais, ainda tenho o baile. Em duas semanas! Duas! Não faltavam dois meses? Não é possivel que tenha passado tanto tempo assim... mas passou. E estou ferrada. As reuniões monitoriais vão ter que ser dobradas e eu não quero nem pensar... todos aqueles casaisinhos... Depois daquele beijo em conjunto, - lembram? – Anna e Ernie estão juntos, tal como os monitores da Corvinal e... Rony e Pansy, Draco e eu. Talvez eu esteja fazendo tempestade em copo d’agua, o velho ditado trouxa... Mas a questão é que não estava preparada para isso. A vida toda, ou pelo menos desde que entrei em Hogwarts, lidei com coisas maiores do que eu, e parece que perdi a prática. Mas o que importa é que se eu sacudir demais a varinha lateralmente, posso transformar uma pessoa em uma cadeira permanentemente, ao em vez de temporariamente. Ou será que é ao contrário? Ora, é claro que não é ao contrário!

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Decidi que interromper os estudos e ir almoçar seria uma boa idéia. Estava confusa demais, pensando coisas que não faziam sentido, misturando toda a matéria.

Fechei o livro e me dirigi ao Salão Principal.

Mais ou menos no meio do corredor, avistei Gabrielle, em suas vestes azuis acetinadas, conversando com um búlgaro bem bonitinho – Durmstrang chegara havia dois dias -, o que me fez lembra de Victor e de como eu tinha lidado com meu dilema no quarto ano. Simples: Victor se mostrou dono de mais atitude. Victor ficou comigo. Okay, não foi tão simples, mas melhor do que está agora... A loirinha acenou para mim e eu fui a seu encontro.

– Hey, Hermione! Esse é Boris, acabamos de nos conhecer... – Gabrielle falou com seu sotaque francês carregado, me lembrando quando, quatro anos antes, ela era uma menininha assustada que mal pronunciava uma palavra em minha lingua.

– Prazer, Hermione Granger. – cumprimentei e sorri. – Já esteve em Hogwarts antes?

– Bem, não. Alguns anos atrás, o Torneio Tribruxo foi realizado aqui, mas apenas os alunos do sétimo ano vieram... esta é a minha primeira vez.

– Então, seja bem vindo. Gostou do castelo? – Boris pareceu pensar um pouco. Talvez porque não havia compreendido a pergunta, talvez porque estivesse pensando a respeito do que vira em Hogwarts.

– É belo. E incrivelmente grande... nunca senti tanta magia.

Sorri novamente e pensei sobre isso, admirada. Hogwarts é realmente fanstastica... mas visitar Durmstrang ou Beaubaxtons seria ótimo também. Anotei mentalmente que discutir com a professora Minerva sobre um intercâmbio entre as escolas talvez desse resultado.

Seguimos direto ao Salão e nos sentamos a mesa da Grifinória, perto de Simas e Dino. A conversa estava animada, mas minha confusa realidade voltou a me atingir e, ao invés de me distrair, passei a me alienar dos outros, sem escutar o que estavam falando.

Estava com a boca cheia de purê quando alguém me interrompeu. Nem em um milhão de anos eu poderia imaginar quem estava ali, me cutucando, querendo a minha atenção. Tente chutar. Se você pensou em Pansy Parkinson, pode ficar tranquilo, você não enlouqueceu. A sonserina estava de pé em minha frente, um olhar angustiado e duvidoso, mas com uma postura imponente – Ron parece ter lhe feito bem.

– Hu-hum. – ela pigarreou. – Gostaria de falar com você... tem um minuto?

Pisquei.

Não eu não tenho um minuto. – Quase saiu. Mas eu me controlei. Esses últimos dias estava até tentando aturar a garota, afinal, se Draco mudou, porque não ela? Mas a bem da verdade, nunca vou engolir Pansy Parkinson.

– Hã... sim. Mas não podemos demorar... tenho aula em alguns minutos...

– Claro, eu também. É só... – ela hesitou e olhou em volta. – Venha, vamos para o saguão.

Acenti com a cabeça, de má vontade e fui atrás da buldogue. O saguão estava vazio, mas Parkinson não parecia satisfeita com o esse nivel de privacidade. Andou mais um pouco e encontrou uma sala vazia, entrei sem hesitar atrás dela e me pus a encará-la.

– Granger, estou tão infeliz quanto você em fazer isso, mas eu preciso saber... O que aconteceu entre você e o Ron?

Pausa. Ele não contou a ela?

– Parkinson eu...

– Eu ainda não terminei. – sua voz se tornou ainda mais áspera. – Sei que aconteceu algo, embora ele tenha tentado esconder... acho que em pouco tempo, aprendi o suficiente dele, para saber isso...

– Parkinson, francamente. Ele não está com você? Ele deveria ter-lhe dito. Se não disse, não sou eu quem vou dizer. A responsabilidade não é minha, e minha fidelidade é para com Draco, não com você. – eu disse de uma vez, sem tomar fôlego. Mal podia prever a reação...

Parkinson se largou em cima de uma das carteiras mais próximas e chorou. Não, não estou brincando. Sua expressão foi de rocha a manteiga em um segundo.

– Eu... eu sei disso... mas é que... – entre soluços, a garota tentava se expressar. Não sei porque, mas senti pena dela. Senti vontade de deixá-la melhor, de animá-la, de fazê-la ver que ela não é qualquer uma. Decidi contar tudo a ela. Como a Mulher Gorda estava estranhamente furiosa, obcecada com a ideia de salvar a mim e ao Rony... A expressão de Parkinson passou de infelicidade a incredulidade. Mas quem poderia culpá-la? Eu mesmo duvidaria da história se me dissessem assim. Quando falei sobre o beijo – ocultando a parte em que ele me puxou novamente para o beijo, ou a que eu fico confusa e saio correndo feito uma idiota, óbvio. – ela parecia ter levado um murro.

– Foi isso. – completei.

– Vocês se beijaram. – disse ela com o peito inflado, dentes trincados.

– Mas é como eu disse... nenhum sentimento ou...

– Mas é claro que houve sentimentos Granger! Ele não para de pensar nisso, tenho certeza! E não se faça de sonsa, dá pra ver que você também gostou! Qual é o seu problema? Primeiro me tirou o Draco, agora quer acabar comigo de vez?

Perante a expressão furiosa dela, me senti culpada. Tão culpada... pensando por esse lado, Pansy era outra vítima dos meus joguinhos sem sentido. Joguinhos sim. Era assim que eu me sentia: a vilã que rouba namorados. A garota que antes fora a mais brilhante de sua idade, reduzida a uma pilha de porcaria. Maldito exagero, não é tão ruim assim. Sem saber o que dizer a Pansy, fiquei em silêncio. Ela esperava uma resposta, mas notou que não ia conseguir nada e saiu. Talvez estivesse indo em direção ao banheiro chorar... ou quem sabe havia ido brigar com Ron. Acabei notando que não somos assim tão diferentes, e novamente me senti mal.

Deixei aquela sala e segui rumo a estufa III, para mais uma aula com a prof. Sprout, certa de que nem um milhão de ervas e fungos mágicos me desligariam daquela problematica conversa com a garota sem sorte no amor, Pansy Parkinson.