Quem Agarrou Bellatrix?

Quem agarrou Bellatrix?


Um garoto entrou sorrateiramente na grande casa que se encontrava no número 12 de Grimmauld Place. Vendo que não tinha ninguém ali, como ele suspeitava, abriu mais a porta e acendeu a luz, puxando o namorado com ele.

– Vem, Remus, vamos pro meu quarto. Vou só pegar algumas roupas e podemos ir embora. Esse lugar me dá arrepios.

– Sirius, esta é sua casa – Lupin ainda tentava “colocar juízo” na cabeça de Sirius, como ele mesmo falava. – Você pode se desentender com alguns parentes e...

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– Desentender? Alguns? Olha, você não sabe da missa, a metade. Um dia eu te conto com detalhes. Agora, vem.

Remus balançou a cabeça, subindo a escada atrás do outro. E quase caiu rolando quando percebeu que havia cabeças de elfos domésticos adornando a parede lateral. Pulou um degrau para ficar mais perto de Sirius e subiu o resto do caminho olhando assustado para os lados.

Assim que chegaram, ele largou a mochila com suas roupas na cama e passou a observar o quarto do namorado. Ele nunca tinha visto a casa de Sirius e até gostou do lugar – fora, é claro, pela parte dos elfos ao longo da escadaria. Sentiu os braços do moreno em sua cintura e virou para ele sorrindo.

– Não ia só pegar algumas roupas para irmos embora?

– Sim – Sirius o empurrou para a cama. – Mas já estamos aqui, no meu quarto, sozinhos e com uma cama disponível, não é? Por que não aproveitar?

– Hum... – ele fingiu pensar. – Porque James está nos esperando?

– James que espere um pouquinho mais.

Remus até estava empolgado com a possibilidade de aproveitar a cama de Sirius como ela deveria ser aproveitada, mas realmente começou a se preocupar com a família dele. E se alguém chegasse e eles não ouvissem?

– Sirius, para.

– Está certo, seu chato – ele deu um último beijo no pescoço do castanho, saindo de cima dele em seguida.

Abriu a última porta do guarda-roupa e pegou uma mochila, depois jogou algumas peças de roupa ali dentro e a fechou, largando do lado de Remus. Avisou que iria pegar algo para eles comerem durante o caminho e então poderiam ir embora.

Desceu as escadas correndo, imaginando o que Walburga diria se o visse fazendo isso, e correu ainda mais, se esforçando para pisar com força na madeira. Coletou algumas coisas na cozinha e, quando estava voltando para o quarto, lembrou-se de algo e passou a procurar a caixa de chocolate que sua mãe sempre deixava em algum lugar ali. Com recheio de licor de cereja; Remus iria adorar. Achou no armário, embaixo de algumas outras caixas de doces gelados. E então subiu novamente, dessa vez devagar.

Estava ansioso para esse dia desde que voltou de Hogwarts. O Sr. Potter havia conseguido ingressos para um jogo de quadribol e James disse para que ele dormisse em sua casa alguns dias, também. Estava ansioso para se livrar daquela casa, de sua família desprezível e para rever o namorado, claro. Remus foi convidado por James, assim como Peter, mas este não poderia ir.

Estranhou ouvir a voz do castanho quando chegou próximo de seu quarto e se perguntou o porquê dele estar falando sozinho. Assim que abriu a porta, percebeu que ele não estava exatamente sozinho. Arregalou os olhos diante daquela visão e ficou uns instantes sem saber o que fazer.

Bellatrix estava de costas para ele, meio sentada e meio ajoelhada em sua cama, encurralando Remus contra a parede e passando a varinha pelo rosto do garoto de modo sugestivo. Lupin, que tinha os olhos arregalados e estava quase entrando na parede, tentava afastar a bruxa gentilmente, mas ela apenas ria.

– Hmmm... – ela puxou as mangas dele com a varinha. – Cicatrizes... Você deve gostar do perigo, não é? Sabe, eu também gosto – passou a língua comprida pelos lábios.

– Bellatrix! Saia agora mesmo do meu quarto!

Os dois, que ainda não tinham visto Sirius, se sobressaltaram. Bellatrix foi um pouco para trás com o susto e Remus aproveitou para fugir dali, indo para o outro lado do quarto.

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– O que você está fazendo aqui dentro? – ele chegou perto dela e agarrou seu braço. – Saia já!

– Calma, priminho... Só estava interagindo com seu amigo. Ele estava tão só aqui – ela sorriu e piscou para o primo, passando a varinha ao longo do tórax dele.

– Vagabunda – ele sussurrou com raiva. – E tira esse negócio de mim, não sei onde andou enfiando essa varinha. Vai, está esperando o que?

– Não precisa ficar com ciúmes, sempre vou guardar meu melhor pedaço para você, docinho – ela se aproximou de Sirius, ganhando um empurrão que finalmente a tirou do quarto.

Sirius bufou, pegando suas coisas. Quando Remus se aproximou, ele estendeu a caixa com os chocolates para ele e falou um “Vamos!” bem áspero.

– Obrigado – Lupin ainda estava meio sem fala. – Sirius, eu...

– Vamos! – ele repetiu, lançando um olhar frio para o namorado.

Remus suspirou... Torceu para que Sirius só estivesse bravo com a prima e quisesse ir embora logo. Pegou a própria mochila, a caixa com os chocolates e seguiu o moreno pelas escadas, que já estava lá embaixo, ainda atordoado com o que acontecera.

Esperou que ele lhe dissesse alguma coisa, enquanto tentava se recuperar do “ataque”. Fora tudo muito rápido; Sirius desceu para a cozinha e dois minutos depois a mulher havia invadido o quarto. Ele estava concentrado em suas próprias mãos e só percebeu que tinha companhia quando ela já o prensava contra a parede. Tentou se desvencilhar, mas ela parecia decidida. Provavelmente queria irritar o primo, só não sabia que iria irritá-lo muito mais do que pensava.

– Sirius, espera – pegou no braço dele, assim que percebeu que o maior não falaria nada.

– O que foi? – Ele puxou o braço, olhando de lado para Remus. – Agora quer falar comigo? Deu para ver que você consegue arrumar companhia rapidinho, porque não faz isso de novo?

– Sirius! Vai ficar bravo comigo por isso? Foi aquela louca da sua prima que invadiu o quarto e ficou dando em cima de mim.

– É, mas você não parecia nem um pouco incomodado, não é?

– Você ficou maluco?

– Não estava fazendo nada para tirá-la de cima de você!

– Queria que eu fizesse o que? Desse uns tapas nela?

– Bem que aquela... aquela coisa merece – Sirius se segurou para não soltar um palavrão. – Ela é minha prima! Não tem vergonha, não?

– Deu para ver que era da sua família pelo jeito que me agarrou!

Oh-oh! Coisa errada para se dizer. Sirius fechou ainda mais a cara, apressando o passo.

– Hey, espera – ele olhou em volta e percebeu que a rua estava deserta. – Sirius, não fica bravo comigo... Não foi minha culpa.

Passou o braço pelo pescoço do namorado, fazendo-o parar e beijando seus lábios. Sentiu o moreno se retesar para não retribuir e sorriu. Mordeu o lábio inferior dele lentamente, provocando.

– Para, nós estamos no meio da rua – Sirius o empurrou e olhou para os lados, ainda emburrado.

– Não tem ninguém aqui.

– Não interessa, ainda estou bravo. Não pense que vai me comprar com alguns beijos. E vamos chegar logo nessa droga de chave de portal, James está esperando.

– Para um pouco para pensar no que está falando! Você acha mesmo que eu iria beijar sua prima na sua casa? Aliás, no seu quarto?

– Ah, quer dizer que se não fosse na minha casa e no meu quarto, você iria beijá-la?

Remus bufou. Sirius não ficava enciumado com frequência, mas quando decidia que tinha motivos para ficar, também... isso despendia muito tempo e muitos beijos da parte dele.



Assim que foram jogados pelo portal no lugar que marcaram de se encontrar com James – uma grande clareira deserta, a poucas quadras da casa dele – Sirius e Remus sentaram-se para esperar o amigo.

Remus esfregou os olhos, pensando no que iria falar para convencer o moreno. Não poderia fazer as pazes com ele na frente de James, porque ele ainda não sabia sobre eles, e não gostava de dormir brigado com Sirius.

Chegou mais perto, pousando a mão na coxa do namorado.

– Já se convenceu de que sou inocente?

– Não. Não parecia estar se esforçando muito naquela tentativa de afastar Bellatrix de você.

– Porque eu estava assustado!

– Sei... Agora fica um pouco mais longe, James está vindo.

Os dois levantaram, caminhando até o amigo, que acenava.

– Oi! – ele socou o ombro de Sirius. – Como estavam as férias?

– Péssimas... até você me salvar.

– Oi, Remus! – Lupin acenou e logo os três estavam caminhando lado a lado para a casa de Potter. – Sirius, que cara é essa?

– Estou bravo com ele – Sirius apontou o castanho com o polegar, fazendo-o rolar os olhos.

– Por quê? – James franziu o cenho.

– Porque nós passamos na minha casa depois que o encontrei. Eu desci até a cozinha e, quando voltei, ele estava agarrando Bellatrix.

– Mentira! – Lupin gritou, indignado. – Sirius, isso é mentira, ela é quem estava me agarrando!

– Remus! Arrasando corações das mulheres mais velhas, hein? Aliás, bem mais velhas – James piscou para ele, que ficou vermelho. Sirius bufou. – E qual o problema, Padfoot? Está preocupado com sua priminha? – falou com sarcasmo.

– Ela que se exploda, seria ótimo. Mas precisava ser no meu quarto?

– Wow... Que mancada, Remus. Isso não foi nada legal.

– Eu não estava agarrando a prima maluca do Sirius! – ele murmurou entredentes.

– Espera... – James se lembrou de algo. – Bellatrix não é aquela que noivou há alguns dias? Com o... hum... Strange, ou algo assim.

– Lestrange. É, essa mesma – Sirius confirmou, fazendo com que os dois o encarassem, confusos. – Ih, aquele lá tem mais chifres do que você em sua forma animaga, Prongs.

James gargalhou. Remus olhou com desconfiança para o namorado.

– E você ajudou a colocar alguns desses chifres, não foi? – sua voz saiu amarga.

– O que? – Sirius estacou no lugar. – Ficou maluco, Remus?

– Eu ouvi o que ela falou para você! – ele acusou, cruzando os braços.

Pronto, estavam tendo uma DR na frente de James. E o coitado nem sabia de nada.

– Você está é desviando o assunto de você!

– Estou começando a pensar que talvez o motivo pelo qual você está tão bravo é ciúme dela! E não... – quase falou “de mim”, mas se lembrou de James e corrigiu, apressadamente. – E não o que me disse que era.

– Até parece! Ela não estava falando sério, eu nunca tocaria naquela imunda! E você só pode estar de brincadeira.

– Ah, não! Estou falando sério, muito sério.

– Cara! Vocês estão me assustando. Qual o problema se um de vocês, ou os dois, agarraram a Bellatrix?

– Eu não agarrei Bellatrix! – os dois gritaram juntos.

– Não está mais aqui quem falou – James levantou os braços no ar, como que se rendendo.



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Sirius acordou e esfregou os olhos, lentamente. Olhou no relógio e viu que ainda eram duas da manhã. Bocejou e então percebeu que estava com sede, saindo em silêncio da cama, para não acordar Remus. O castanho estava na outra cama, na parede oposta do quarto e Sirius olhou para ele com tristeza.

Odiava dormir brigado com o namorado, mas tinha ficado realmente enciumado pela cena que viu e quando estava começando a se convencer de que talvez Remus realmente não tivesse culpa no cartório, ele o acusara de ter ficado com Bellatrix. Logo ela, que Sirius tanto desprezava!

Resultado: nem aproveitaram o fato de estarem sozinhos no mesmo quarto, que ficava a uma distância segura do quarto de James e do quarto dos pais dele.

Sirius suspirou chateado e foi matar a sede. Toda a casa estava apagada e ele lamentou não estar com a varinha para usar um Lumos, tendo que acender a luz da cozinha. Sentou-se num dos banquinhos e bebeu lentamente a água, perdendo uns dez minutos ali, pensando no jogo do outro dia.

– Oi – ouviu uma voz fraca a suas costas.

– Ah... oi.

– Eu acordei e você não estava lá.

– É, acabei de vir para cá – Sirius olhou para o copo. – Estava com sede.

– Ainda está bravo comigo? – Remus chegou mais perto.

Sirius apenas voltou a encarar o copo e Lupin abraçou seus ombros. Beijou o rosto dele e respirou em seu pescoço.

– Está? – falou, manhoso.

– Não – a voz de Sirius saiu um fiapo.

– Não?

– Uh-hum.

– E me desculpa por ter acusado você? Se você ficou com ela, sei que foi antes da gente e isso não é da minha conta.

– Eu também acusei você... E eu não fiquei com ela. Eca!

Remus deu uma risadinha. Sabia do que ele estava falando... eca.

– Sabe, eu guardei uma certa caixa que meu namorado me deu. O que acha de dividirmos o conteúdo dela?

– Você ainda não acabou com todo o chocolate? – Sirius perguntou, surpreso.

– Nem abri. Está ali em cima, vou pegar.

Assim que voltaram para o quarto, Sirius puxou o castanho para sua cama. Depois assistiu enquanto ele mordia um dos bombons e o licor escorria por seu queixo.

– Não é muito correto desperdiçar recheio desse jeito, Remus – ele fingiu repreender o namorado. – Vou dar um jeito para você.

Passou a língua pelo filete vermelho que descia e ouviu o outro arfar. Tomou sua boca com volúpia, sentindo o gosto do chocolate. Ficaram ocupados com o beijo até o paladar deixar de capturar o doce e passar a sentir apenas seus próprios gostos – muito melhores que chocolate, na opinião de ambos.

– Eu estou um pouco cansado – Remus segurou o rosto do moreno. – Mas já estamos aqui, neste quarto, sozinhos e com uma cama disponível, não é? Por que não aproveitar?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.