Rosto

rosto


Vez por outra eu me perguntava se gostaria de ser pai. Um pensamento um tanto estranho, achava eu, mas que sempre me assombrou desde o incidente com Gaunt.

Merope havia dito que estava grávida, quando a deixei, mas, em meu desespero, nem tive tempo para prestar atenção e ter certeza do que ela falava. Infelizmente a voz dela não saia da minha cabeça, mesmo anos depois... E era aquela voz, aquela convicção, que me fazia ponderar sobre a possibilidade de ser pai.

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Perguntava-me como um filho meu seria e, quase que automaticamente, uma imagem da minha própria pessoa, mais nova, se formava em minha cabeça... Então lembrava-me de que Merope Gaunt era a mãe desse filho e tentava criar um rosto diferente, mas, ainda assim, era como se minha imaginação simplesmente se recusasse a criar uma mistura dos Riddle com os Gaunt... Por isso mesmo a imagem dessa criança sempre fora a de um de nós, um Riddle, o que me deixava ainda mais inquieto.

Tentava imaginar como seria ter uma criança vivendo naquela casa. Minha mãe se deliciaria com a idéia de ter um neto, um jovenzinho de quem ela poderia cuidar e tratar com todo o carinho que tinha guardado dentro de si. Meu pai, muito provavelmente, ficaria satisfeito com o fato de ter um herdeiro à quem ele poderia passar todas as nossas posses e quem carregaria o nosso nome. Se fosse pensar bem, não seria uma coisa totalmente ruim de se acontecer...

Mas havia um pequeno porém... Não, dois: o filho também era de Gaunt, uma pessoa da qual meus pais tinham completa aversão – e não só eles, mas Little Hangleton inteira – e eu, o pai, era simplesmente covarde demais, inseguro demais, para ir atrás da criança.

Era isso. O possível herdeiro dos Riddle nunca seria mais do que um rosto criado pela minha imaginação e uma promessa impossível de se acontecer.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.