Little Red Riding Hood

Me Faz Querer Morrer


Sim, posso diz que as coisas estavam bem estranhas. Acordei com uma sensação esquisita e olhei para o lado. Klaus estava dormindo. Eu sei que o que eu vou dizer agora vai ser bem estranho, mas lá vai: ele dormia de um jeito fofo. Sério, tinha uma expressão tão suave – tá, e tão linda - no rosto que é difícil imagina-lo como o psicopata que era.

Ele abriu os olhos.

- Que fome – resmungou, então me viu – O que tá olhando?

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- Você?

- Isso eu estou vendo. Não te ensinaram que é feio encarar os outros?

- Eu encaro qualquer um que durma comigo – falei. Ele estava me dando nos nervos.

- Eu não dormi com você.

- Você está na minha cama e acabou de acordar. Você dormiu comigo.

- Não daquele jeito. Não ainda.

Me calei.

Espere aí... Não ainda? Ah, tá, pode crer que isso não vai acontecer. Esqueça o que eu disse sobre o fofo.

- Sua comida está aí. Eu vou atrás da minha – falou ele, fechando a porta.

Olhando pelo lado bom, pelo menos ele não iria se alimentar de mim. Olhei para o relógio na parede. Eram duas e quinze da manhã. Tarde demais pra tentar dormir. Suspirando, fui comer. Reparei que era o mesmo que eu havia pedido no restaurante. Alguém prestou atenção em mim, pelo o que parece. Com um sorriso bobo, eu me concentrei na comida.

Uma hora depois, eu ainda estava no quarto, andando de um lado para o outro, sem nada pra fazer, quando algo me surpreendeu. As luzes do hotel inteiro se apagaram, me deixando na escuridão total. Fiquei uns dois minutos paralisada, depois, é claro, saí correndo dali. Se Klaus pensa que vai me manter presa em um lugar escuro ele está muito enganado.

Abri a porta com cuidado. Não estava tão escuro nos corredores quanto no quarto, afinal eles possuíam grandes janelas de vidro – maiores do que eu – que estavam deixando a luz da lua passar. Resumindo, era o suficiente para eu procura-lo.

Só então percebi o quanto estava silencioso ali. Podia até estar de madruga, mas, em lugar nenhum, estaria tão silencioso. Estava vazio. Hotel vazio + vampiro psicopata + falta de energia + garota perdida não podia dar em coisa boa. Suspirei e comecei a procurar.

Eu nunca tinha visto nada tão grande. Sério, cinco andares são muita coisa. Procurei quarto por quarto e nada dele. Oh, Deus, será que alguém entrou aqui e matou ele? Se sim, podia ter ao menos a consideração de me avisar.

A recepção era o único lugar que eu ainda não havia procurado. Fui até lá. Vazio. Considerando que ele era um vampiro e tinha mega-audição, gritei:

- Klaus! Klaus, aparece!

Nada.

- Sim? – disse alguém atrás de mim. Eu gritei e saí correndo o mais rápido que pude; só parei quando tropecei no maldito tapete azul-marinho do hotel. Foi aí que me dei conta de que era Klaus que havia me assustado. Idiota, mil vezes idiota. Voltei para procurá-lo, mas o maldito havia sumido de novo.

Olhei em volta e vi uma porta. Entrei. Era uma espécie de porão. E o que vi, se é que era possível enxergar direito naquela escuridão, me faria ter pesadelos pelo resto da vida.

Corpos, corpos por toda parte. Sangue por toda parte. O cheiro era completamente horrível. Alguns corpos ainda gemiam. O pescoço deles estava quase completamente aberto. Dava pra ver o sangue pingando no chão, gota por gota.

- Ah, olá, Elena. Vejo que nos achou – falou ele, saindo de um canto. Estava com a roupa suja de sangue. As manchas faziam parecer que alguém muito machucado se agarrara nele.

- O... O que... – tentei dizer, com os olhos arregalados. Mas estava aterrorizada demais pra conseguir formular uma frase.

- Deixei uma pra você. Sabe, alguns humanos apreciam muito isso – disse, e uma garota veio para o nosso lado. Estava chorando e seu pescoço, Deus, parecia que um animal a atacara. Ele deu de ombros – Se não quer, eu quero. – continuou. Mordeu-a no lado que não estava ferido. A garota, que devia ser pouco mais velha do que eu, gritou. Mas sua voz foi diminuindo, conforme Klaus tirava sua vida, até não restar sequer um sussurro.

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Ele limpou a boca com a manga do casaco preto e olhou pra mim.

Não aguentei. Saí correndo, as lágrimas competindo entre si pra ver quem conseguia sair mais rápido. Não havia pra onde fugir, mas só o que eu queria era ficar longe dele, aquele monstro. Ele matara todo mundo do hotel! Tirou a vida dele como se não fossem nada.

Passei pela entrada do hotel e bati a porta atrás de mim. O jardim estava escuro, mas não importava. Tudo o que queria era ficar longe dele. Qualquer coisa que eu tivesse começado a sentir por ele desapareceu. Só havia medo, como ele mesmo quis.

- Elena! – gritou, e então apareceu na minha frente. Malditos vampiros. – Não fuja de mim.

- Você é um monstro! Um maldito monstro – gritei, dando um tapa na cara dele, como costumava fazer com Damon.

Ele ficou paralisado por um momento e então me deu um soco na cara. Um soco mesmo. Senti o sangue escorrer pelo meu lábio inferior. A dor era horrível; imagine ser atingida pelo Hulk. Tentei correr de novo mas Klaus me pegou pelo braço e saiu me arrastando pra de volta ao hotel.

- Garota, você não tem ideia do que fez – disse ele, quando chegamos. Ele tirou o casaco e a camiseta verde-escura que estava usando. Então seus caninos apareceram. Tentei fugir, mas ele me jogou no chão e me mordeu, não só no pescoço, mas em cada parte do meu corpo que estava à mostra.

Doía, mas era bom. Aquele prazer estranho estava lá. Klaus então parou, olhou pra mim, e tirou minha blusa. Voltou ao meu pescoço, mas dessa vez para beijá-lo. Mordeu minha barriga, enquanto a beijava. Eu gemi.

Ele lançou um olhar de desejo e me mordeu novamente.

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