Meu Eterno Bebê

Capítulo 13


Edward Cullen

Parecia que, de uma hora para outra, o tempo começou a passar em câmera lenta. Eu estava plenamente consciente da água gelada que caía do chuveiro sobre mim, eu podia escutar o vento na rua, assim como a chuva que recém tinha começado a cair. Mas meus olhos só estavam focalizados em Bella, resvalando lentamente pelos meus braços.

Eu não conseguia fazer nada, eu não conseguia sequer pensar em nada. Eu só conseguia olhá-la. E por causa disso, eu estava me sentindo o vampiro mais inútil da face da Terra.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Quando os meus movimentos finalmente decidiram responder aos comandos da minha mente, mais do que depressa juntei minha Bella do chão frio do banheiro. Me amaldiçoei de todas as formas possíveis por ter sido tão idiota ao ponto de deixá-la cair no chão. Talvez eu fosse o primeiro vampiro sem reflexos imediatos do planeta.

A primeira coisa que eu fiz ao tê-la novamente nos meus braços, foi me certificar se o seu coração ainda batia, e verificar a sua pulsação. Não contive um suspiro de alívio ao constatar que ele ainda batia, forte e rápido. Rápido até demais.

- Bella? Bella, acorda! Vamos lá Bella, abra os olhos! Bella? Eu pedi pra você prometer, não pedi? Pedi pra você não dormir! Por favor, Bella... Abra os olhos, amor...

Nada do que eu falasse a fazia acordar. Ela estava totalmente inconsciente.

E eu estava totalmente desesperado.

Saí do banheiro e a coloquei de volta na cama. Eu não poderia deixá-la molhada, então fui ao seu closet e peguei e primeira peça de roupa que eu vi pela frente. Fiquei refletindo no que Bella irá pensar quando souber que eu troquei as roupas dela... Na minha mente, consegui até vislumbrar suas bochechas coradas em um tom de vermelho irresistivelmente tentador.

Peguei o celular para ligar para Carlisle, mas mudei de ideia antes de apertar o “send”. Meu pai já estava esbanjando preocupação, e se eu ligasse para ele dizendo que Bella havia desmaiado, a situação só iria piorar. Joguei o celular de volta na cama, decidido a lidar com a situação. Afinal, eu já havia feito duas vezes a faculdade de medicina, eu poderia fazer alguma coisa pela Bella.

Peguei Bella no colo novamente e a levei ao ambulatório que meu pai havia feito em casa. Me lembro que na época eu achei totalmente inútil um ambulatório em casa, já que nós não iríamos usar para nada. Agora eu agradecia aos céus que nós tivéssemos isso em casa.

A coloquei na maca e liguei todos os aparelhos que eu precisava para garantir que nada acontecesse. Não que eu precisasse a colocar em um aparelho para ouvir seu coração, mas isso fazia parte do procedimento.

A primeira coisa que eu fiz foi colocá-la no soro. Em seguida apliquei um antitérmico diretamente na veia, assim o efeito seria mais rápido. Apesar de toda a tensão, dei um leve sorriso por saber do seu ódio por agulhas... Quando ela acordar, vai ter um ataque.

Alguns minutos depois, somente o som do coração de Bella ligado ao aparelho ressoava no espaço. A sala estava totalmente preenchida pelo som rápido e ritmado.

Não havia mais nada a ser feito. Agora vinha a pior parte... A espera.

...

Um resquício da minha calma veio duas horas depois, quando eu coloquei de novo o termômetro na Bella. Esperei os malditos cinco minutos e respirei aliviado ao constatar que a febre tinha diminuído, agora ela estava com 39 graus. Não era a temperatura normal, mas ao menos era menos preocupante.

Bella continuava inconsciente, o que era normal após tanta febre. O organismo dela precisava estar em repouso para se recuperar.

- Deu de soro, não é? - perguntei, na esperança que ela acordasse e me respondesse... Ou que gritasse, chorasse, ou até mesmo que me xingasse, eu não me importaria, eu só queria vê-la bem.

Mas ela não respondeu.

Depois que eu me certifiquei pela centésima vez que era seguro desligá-la dos aparelhos, a retirei de lá e a levei para o quarto. Já eram quatro da manhã, os outros logo chegariam.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Apesar de baixada a febre, ela ainda não estava normal... Por isso me deitei junto com Bella na cama, abrigando seu corpo quente junto ao meu. Não pude deixar de aproveitar a sensação de tê-la junto a mim, de senti-la protegida em meus braços... Eu queria, nesse momento, poder dormir e sonhar. Com certeza eu sonharia com ela, a única que habita os meus pensamentos.

Meu celular começou a tocar, cortando a minha linha de raciocínio. Deveria ser Carlisle, afinal, faz mais de duas horas que eu não tive contato com ele.

Peguei o telefone e nem olhei no visor antes de atender.

- Alô?

- Edward.

Não era o Carlisle. Era a Alice.

- Sim, Alice.

- Eu... Eu não consigo vê-la.

- Alice, você sabe que isso é normal, sempre acontece. Bella está bem.

- Mas são momentos, Edward. - ela realmente estava preocupada. Era até estranho ouvir a baixinha falando sério. Ela é sempre tão saltitante e cheia de felicidade. - Questão de minutos, não é como agora. Eu estou sem vê-la desde a tarde. Já faz muito tempo.

Alice nunca havia ficado tanto tempo sem ver a Bella. Eram sempre falhas pequenas, de minutos. Não de horas.

- Alice, não precisa se preocupar. Bella está aqui comigo, respirando e com o coração batendo. - disse, tentando acalmá-la e a mim também, que depois de mais essa declaração já estava começando a ficar nervosa de novo.

- Você não entende! Agora é diferente, Edward. Não é como se Bella estivesse por alguns minutos fora do ar, é como se a conexão que eu tenho a ela estivesse cortada. Antes eu não podia ver nada relacionado a ela, agora eu não a vejo, completamente, totalmente. É tudo preto... Você sabe o que isso significa, você sabe quando isso acontece.

Dei uma risada puramente nervosa.

- Impossível, Alice. Eu estou a vendo, ela está aqui na minha frente nesse momento. - olhei na direção da cama onde Bella estava deitada, só para comprovar o que eu estava dizendo. - Ela não pode estar...

Era insuportável, intolerável, quase impossível pensar na Bella e na palavra morta em uma mesma frase. Eu não conseguia dizer isso.

- Cuide dela, Edward, por favor. Você mesmo vive dizendo que o futuro pode mudar.

- Eu não deixaria que nada acontecesse a ela, Alice, você sabe. - eu disse, a afirmação soando como uma promessa.

- Chegamos aí em menos de duas horas. - ela disse, e desligou.

Tentei não me preocupar muito com o que minha irmã recém havia me falado, mas era impossível. Eu nunca pude ler a mente de Bella, agora Alice não pode ver seu futuro. Talvez Jasper não consiga senti-la mais também. Aparentemente ela estava imune a todos os nossos poderes, e eu não tinha nenhuma explicação válida para isso. Eu não sabia nem o que pensar sobre isso.

Bella sempre foi diferente dos humanos. Ela com certeza é humana, mas às vezes, parece que ela é uma evolução. É extremamente inteligente, e uma incógnita para nós. Eu acho que nós devemos concordar com ela e levá-la para fazer uns exames naquela cabeça.

Deixei o celular em qualquer canto do quarto e voltei a me deitar com a Bella, a puxando pela cintura e deixando-a o mais colada possível junto a mim. Seu coração já não martelava tão rápido quanto antes, mas mesmo assim, não estava no ritmo normal ainda. Eu era o único que poderia dizer com precisão o ritmo do batimento do seu coração, pois ouvir o seu coração foi o meu hobby durante toda a vida da garota em meus braços.

Dei um beijo demorado em sua testa, aproveitando ao máximo aquele cheiro doce maravilhoso que só ela tinha.

- Eu te amo, minha Bella.

Isabella Cullen

Eu estava tendo um sonho tão bom, que eu não queria ter que abrir os olhos e voltar para a realidade.

No meu sonho, Edward e eu estávamos em uma campina. O chão era coberto por flores e havia uma cachoeira no lado esquerdo. O lugar era lindo, mas Edward no meio da campina, brilhando por causa do sol que batia diretamente nele, era mais lindo ainda.

Ele correu na minha direção, e o mais interessante foi que eu não vi apenas o vulto que eu estava acostumada a enxergar pelos meus olhos humanos. Parecia que ele estava correndo em câmera lenta em direção a mim. Ele me abraçou o mais forte que o meu corpo suportava, e rodopiou uma vez comigo no ar, me fazendo dar uma gargalhada de pura felicidade.

Assim que ele me colocou no chão, depois que o meu riso passou, ela chegou bem perto do meu ouvido, e sussurrou que me amava. Eu abri um enorme sorriso diante daquilo, e senti lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Edward delicadamente aproximou os seus lábios nas minhas bochechas, beijando cada lágrima minha que escorria. Depois selou nossos lábios, rápido, mais cheio de sentimentos. E nós ficamos abraçados até o meu sonho terminar e eu acordar para a realidade sem Edward.

Continuei imóvel na minha cama, de olhos fechados, só lembrando da sensação dos seus lábios na minha pele. Parecia tão real. Eu ainda podia sentir a frieza da sua pele na minha, quente. Totalmente o oposto. As pessoas não dizem que os opostos se atraem? Eu poderia ter esperanças a partir dessa afirmação.

Eu sentia braços frios em volta de mim. Eu estava sonhando ainda? Abri minimamente um olho apenas, e encontrei Edward, abraçado a mim e de olhos fechados. Uma ruga entre suas sobrancelhas denunciava o quanto ele estava preocupado com algo.

- Edward? - perguntei, surpresa.

Ele nem se mexeu, como se não tivesse me ouvido.

- Edward? - passei a mão no seu rosto, tentando remover aquela ruga de preocupação da sua testa. Só então ele abriu os olhos, aparentando mais surpresa do que eu.

- Bella? Bella? Graças a Deus! - ele disse, e me abraçou mais forte, afundando o rosto no meu pescoço. O cheiro tão característico do Edward invadiu minhas narinas, me fazendo puxar uma grande lufada de ar só para sentir mais daquele aroma delicioso.

- Nunca mais faça isso comigo, Bella! Nunca mais! Você quer me matar? - ele disse, agarrando o meu rosto entre suas duas mãos.

- Edward, tecnicamente, eu não tenho como matar você. - eu disse, rolando os olhos. - E do que você está falando? O que você está fazendo aqui na minha cama? Aliás, como eu cheguei na minha cama?

- Você quer que eu saia? - ele disse, baixinho, afrouxando o abraço.

- NÃO! - eu gritei. Opa. - Quer dizer... Não. Mas eu não estou entendendo nada. Nunca mais fazer o quê?

- Você não se lembra de nada? - ele disse, voltando a me abraçar pela cintura. Eu apoiei meu queixo em seu peito, para que eu pudesse continuar olhando-o.

Mas é óbvio que eu nunca conseguia apenas olhar para ele. Eu fico o admirando.

- Bella? - ele perguntou, tenso. Será que se passaram muitos minutos?

- Oi? - eu disse, piscando para sair do transe.

- Você realmente quer me matar. - ele murmurou, passando a mão nervosamente pelos cabelos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Edward, o que está acontecendo? - eu estava começando a ficar preocupada.

- Você não se lembra de nada?

Forcei minha memória a lembrar de alguma coisa. Eu só me lembrava de viajar e dormir.

- Depois de quando?

- Depois de quando nós chegamos em casa.

- Eu estava dormindo, como vou me lembrar de alguma coisa?

- Essa é a questão, Bella. Você estava ardendo em febre. Você conversou comigo ontem à noite.

- Eu? Com febre? Meu sistema imunológico resolveu descansar agora?

- Você me disse exatamente isso ontem à noite. - franzi a testa. Eu disse?

- Eu disse? Eu devia estar delirando, Edward. Com quanto de febre eu estava?

- 45 graus. - eu dei risada, esperando ele rir e dizer que era brincadeira. Mas ele continuou sério. Edward não brincava com coisas sérias.

- 45 graus? Impossível, Edward. Com esse tanto de febre eu era para estar...

- Não termine essa frase, por favor. - ele disse baixo, fechando os olhos, com visível sofrimento. Depois de alguns instantes ele voltou ao normal. - Por algum milagre divino você ainda está aqui. E está com febre ainda.

- Eu estou com febre? Que nada. Estou me sentindo super bem. - e eu estava mesmo, me sentindo melhor do que nunca.

- Está se sentindo bem, mesmo? Não está com frio?

- Não.

- Não está com dor de cabeça, dor no corpo?

- Não, Edwad. - disse, rolando os olhos. - Eu já disse que estou bem.

- Mas mesmo assim, eu vou lá pegar o termômetro e já volto. - ele disse, saindo do meu quarto e voltando quatro segundos depois com o termômetro.

- Nem sei por que avisou. Você saiu mesmo? - eu disse, brincando. Edward me lançou aquele maldito sorriso torto que me fazia cambalear as pernas.

- Vamos lá, levante esse braço. - ele disse, e colocou o termômetro embaixo do meu braço. Alguns segundos depois, ele começou a rir, do nada.

- O que foi? - perguntei, a curiosidade me vencendo.

- Estava me lembrando da sua cara de brava, ontem. - levantei as sobrancelhas, claramente dizendo que ele se explicasse. - Você não queria medir a temperatura. Só queria dormir. E sua febre não baixava de jeito nenhum, tanto é que eu tive que dar um banho em você...

- Você me deu banho? - eu perguntei, horrorizada. Já sentia todo o sangue do meu corpo subindo para o meu rosto.

- Sim, e você acabou desmaiando...

- Eu desmaiei? - o interrompi de novo, mais horrorizada ainda. Meu Deus, como eu não me lembro de tudo isso?

- Sim, para o meu desespero. Você não sabe o quanto eu me senti inútil, Bella. - ele disse, se sentando ao meu lado na cama. - Eu não podia fazer nada, e você não retomava a consciência de jeito nenhum. Tive que te hospitalizar no ambulatório do Carlisle. Faz pouco mais de uma hora que eu te trouxe para cá. - ele suspirou, passando a mão nervosa nos cabelos novamente. - Eu tive tanto medo de perder você.

Eu dei um leve sorriso, e deitei minha cabeça no seu ombro.

- Você não vai se livrar de mim tão fácil, Edward.

Ele riu, e retirou o termômetro do meu braço.

- Olhe só, 38 graus. A senhorita está com febre sim.

- Mas eu me sinto tão bem! - eu disse, e era a mais pura verdade. - Esse termômetro deve estar estragado. Eu posso até correr se eu quiser.

Como que para comprovar, me levantei da cama e saí correndo do quarto.

- Bella! Para!

Antes que eu conseguisse dar três passos no corredor, Edward me fez parar.

- Você tá louca? Estava desmaiada até meia hora atrás e agora sai correndo pela casa. Caminhe devagar. - ele disse, caminhando lentamente até para uma tartaruga ao meu lado. Não consegui evitar rolar os olhos.

Seguimos na sua lentidão exagerada até a cozinha, onde ele me estendeu um comprimido e um copo d’água. Meu estômago roncou e eu percebi que estava morrendo de fome.

- Quer que eu faça alguma coisa para você comer? - Edward perguntou.

- Não. Eu quero leite e cereal.

Ele totalmente solidário, pegou o leite, o cereal e serviu para mim.

- Edward, assim eu vou me sentir uma inválida. - disse, enchendo minha colher com a mistura.

- Você tem que repousar. Nada de reclamações.

Não contrariei Edward. Por mais que ele estivesse visivelmente aliviado de eu estar acordada, ele ainda estava preocupado com alguma coisa

- Que horas são? - perguntei alguns minutos depois, quebrando o silêncio.

- São cinco e quinze da manhã.

- Eu dormi a tarde toda e a noite toda? Nossa. - fiquei surpresa. Eu praticamente hibernei.

- Tecnicamente, você dormiu a tarde toda e ficou inconsciente a noite toda. - ele disse. Eu estava com a boca cheia e não pude contrariá-lo.

Comi meu cereal até o final e ainda pedi por mais. Eu realmente estava com fome.

Quando eu estava terminando meu segundo prato de cereal, ouvi carros estacionando em frente a nossa casa. Antes que eu pudesse sequer pensar em perguntar se eram meus pais, senti braços de ferro ao meu redor, me pegando no colo, e o cheiro da minha mãe chegou até mim.

- Oh, Bella, você está bem! - ela disse, seus altos soluços sendo escutados na cozinha.

- Calma, mãe. Eu estou bem... - eu disse, tentando tranquilizá-la.

- Nunca mais faça isso conosco! Quer nos matar de preocupação? - ela continuava soluçando, me embalando no colo igual a uma criança.

- Ok, ok. Eu estou bem.

Como todo mundo foi igual, a única diferença foi que eu não fui parar no colo de mais ninguém. Eu achei que meu pai iria me esmagar nos seus braços de tanto que ele me apertou.

Edward explicou tudo o que aconteceu ao meu pai, e todos ficaram surpresos quando ele disse que eu havia desmaiado. Acho que ele não tinha contado essa parte para eles ainda.

- Mas afinal, porque aconteceu isso? - Rose perguntou, depois de toda explicação.

- Bella deve ter pegado algum vírus. Mas mesmo assim, desmaios e febre muito alta não é normal. Vou ter que levá-la ao hospital e fazer exames.

Gemi. Eu odiava hospitais. Graças a Deus não tive muitas passagens por lá, mas todas envolveram agulhas. Eu odeio agulhas.

- Mas ela ainda está com febre. E o coração está batendo mais rápido do que o normal.

- Já deu um antitérmico a ela hoje?

- Já, há menos de uma hora atrás.

- Temos que esperar o efeito do remédio antes de fazer qualquer coisa.

O silêncio se instaurou na sala e todos olhavam para mim.

- Você está bem, Bella? - perguntou meu pai. Eu rolei os olhos.

- Eu já disse que estou bem, papai! - eu já havia respondido essa pergunta milhares de vezes em poucos minutos. Me levantei para ir ao meu quarto.

- Aonde você vai? - perguntou minha mãe.

- Ao meu quarto.

- Eu vou com você. - disse Lice, vindo até mim.

Por isso que eu odiava ser a humana da casa. Era o único motiva da preocupação de todo mundo.

Assim que eu entrei no quarto, me joguei na cama. Ouvi Alice fechando a porta atrás de si.

- Todos nós te amamos, Bella, por isso nos preocupamos tanto com você.

Alice me conhecia melhor do que qualquer um. Ela sabia de tudo só de olhar para mim.

- Às vezes é frustrante você se sentir a única fraca.

Alice não falou nada. Ela também sabia quando eu queria ficar quieta.

Me peguei lembrando do sonho que tive com Edward. Se eu fechasse os olhos, conseguia lembrar dos seus lábios carinhosamente sobre os meus. Mas tudo não passava disso: um sonho.

- O quê que foi, Bella? Eu te conheço, alguma coisa te aflige.

- Eu não posso falar.

Alice levantou uma sobrancelha, e saiu do meu quarto, voltando logo depois com uma caderneta nas mãos. Escreveu algo nela e logo depois me passou.

Mas pode escrever!

Eu ri do modo que ela encontrou para que ninguém nos ouvisse. Ou que certa pessoa - ou vampiro - não lesse a mente dela.

Não sei o quê você quer saber.

Tentei enrolar ela. Assim que ela leu rolou os olhos e me lançou um olhar de “eu sei de tudo”

Bella, eu sei que é o Edward. Tenha calma.

Tenha calma, Lice? Eu estou tendo calma a mais de um ano!

Dê um tempo para ele se acostumar com a ideia. As coisas vão mudar.

Esperar cansa.

Você não vai precisar esperar muito. Vai ser antes do que você imagina.

Quando?

Ela só sorriu e saiu do quarto, me deixando cheia de dúvidas e suposições na cabeça.