Bitter Revenge
Capítulo Oito - Every Snowflake Is Different
Ele estava gritando como se estivesse sendo queimado.
Aquele berro aterrorizava meus irmãos, que estavam de olhos arregalados, porém preocupados, olhando para Big D.
– O que ele tem? - perguntei a Chad, que havia se aproximado, estranhamente protetor perto de mim.
– Ele está surtando de novo, com as vozes, elas devem estar falando com ele coisas. - ele disse, como se fosse algo normal, algo que acontecia todo dia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Que vozes? Que tipo de coisas? - perguntei, apertando mais a mão de Ciel, que tinha dado um passo para frente, na direção de Big D.
Chad lançou um olhar preguiçoso para mim, como se idagasse se eu falava sério mesmo e se eu merecia saber. Levantei a sobrancelha para ele.
– De acorod com Big D, são espíritos ruins, que manda ele fazer coisas ruins. - Chad falou, voltando a olhar Big D, enquanto este dava mais um berro, agarrando a cabeça como se esta fosse explodir.
– Como assim? - continuei, apesar de ter uma leve ideia.
– Esquizofrenia, conhece? - Chad perguntou, cruzando os braços sobre o peito, e comprimindo os lábios ao olhar Big D.
Perguntei-me se por dentro da fachada séria e sádica de Chad, possuia um coração, mas logo descartei essa ideia quando Chad sorriu e disse, baixinho:
– Acredito que ele seja o que tem mais probabilidade de morrer entre nós, depois de Reggie.
Revirei os olhos, perguntando-me porque ainda achava que existia algum tipo de humanidade nesse porco nojento.
– Vai ficar só olhando? - perguntei, olhando Big D rolar para um lado e para o outro em sua agonia.
– Vai ficar do meu lado olhando se eu disser que sim? - ele rebateu, com aquele quê de malícia.
– Não, independente do que disser, irei ajudá-lo.
– Interessante. - Chad comentou, e lançou um olhar rápido para os meus irmãos. - E os pirralhinhos? Ficarão sem a mão "materna" da irmã?
– Eu fico com eles. Podemos brincar de esconde-esconde.
Olhei para trás ao mesmo tempo que Chad assumia uma postura mais ereta e menos relaxada. Sam estava ali, sorrindo, como quem sabia que era poderoso.
– Desculpa, mas não. - respondi, mesmo que Ciel e Alois, em sua inocência juvenil, tivessem ficado animados com a ideia de brincar.
– Sam, você devia estar patrulhando. - falou Chad, ranzinza, encarando Sam com repreensão.
Samuel passou a mão pelo brinco dele, enquanto sua lingua passeava pelo lábios. Eu não me impedi de acompanhar o movimento.
– Já fiz a patrulha e está tudo calmo. Aproveitei e peguei minha moto novamente, está guardada na cabana. Mereço um pouco de diversão, certo?
A expressão de Chad se suavizou e um sorriso brincou em seus lábios.
– Helen, querida, sei que se candidatou a ajudar nosso querido companheiro ali, então porquê não deixa as crianças comigo? - perguntou Chad, já tirando meus irmãos de perto de mim.
Eu instintivamente fechei o punho e acertei com toda força que possuia o nariz de Chad.
– Não toque neles, Você não pode tocar nos meus irmãos, seu porco megalomaniaco nojento! - gritei, misturando meus gritos de fúria com os gritos de agonia de BIg D.
Chad sentou-se, o sangue escorrendo de seu anrz que ficara torto. Ele riu e ao mesmo tempo gemeu de dor.
– Helen, não faça isso de novo, ok? - ele avisou, levantando-se. Em seguida, colocou o nariz no lugar.
Aproximando-se de mim, ele sussurrou:
– Eu não sou idiota a ponto de deixar minha chantagem sobre você morrer, então fique calma e tente tranquilizar o Big D, ok?
Assenti, atordoada, não sabendo classificar essa ação de Chad.
Então, virei-me e caminhei até Big D, ajoelhando-me ao meu lado.
– Big D, calma. Não precisa se preocupar mais. - falei, na mesma voz doce que eu usava com meus irmãos.
Big D olhou para mim, por um momento me reconhecendo, porém no minuto seguinte, sua expressão se tornou feroz.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Elas dizem.... Elas dizem.... Que você só me usa! - ele berrou, levantando-se repentinamente. - Que... Que você não gosta de mim!
– Não, Big D, eu... - tentei contradizê-lo, desmenti-lo, mas ele me bateu, algo que me deixou chocada demais para falar.
– ELAS DIZEM QUE SÓ POSSO SER FELIZ SE ESTIVER ENTERRADA! - ele gritou, pegando uma pedra do chão e batendo na minha cabeça.
Rapidamente, minha visão ficou turva e foi escurecendo.
A última coisa da qual me lembro foi de Chad gritando meu nome em um tom preocupado.
***
–Acho que a mamãe não gosta de mim, Helen. - reclamou Ciel, esfregando os olhos inchados de tanto chorar. Achava fofa essa parte dele que, em seus dez anos, ainda se importava com isso.
– A mamãe gosta sim, ela só não sabe demostrar. - falei, enquanto me concentrava em descascar a cebola, mas não acreditando completamente no que eu dizia.
– Pô quê a mamãe não gosta da gente? - resmungou Alois, sentado na cadeirinha a minha frente.
– Ela gosta. - repeti, soltando um suspiro.
– Não gosta não. Ela também não gosta da irmazona, ela disse isso, disse que você era uma va....
Bati com força a faca no balcão, sentindo algo estranho na minha cabeça. Envolvi novamente o cabo da faca e olhei para Alois, repreensiva.
– Não repita, não fale e nem ouse pensar nessa palavra que ia dizer. Meninos bonzinhos não fazem isso. - avisei, apontando a faca na direçãod e Alois.
– Mas a mamãe disse que...
– NÃO LIGO! - gritei. - EU CUIDO DE VOCÊS E NÃO ELA!
– M-mas... Helen... Você... Você num é a mamãe. - Alois disse, hesitante, mas com um incomum quê de certeza para alguém de 4 anos.
Algo feroz se mexeu dentro de mim e eu não fui capaz de me controlar. Puxei Alois pela camisa até ele estar sobre o balcão e apontei a faca pra ele.
– IRMÃZONA! - gritou Ciel, abraçando minha cintura, e eu pisquei, dando-me conta do que eu fazia.
Eu nunca iria esquecer a cara de medo e pavor que Alois fazia para mim naquele momento, nunca.
***
–Graças a Deus, Helen, você está bem! - disse, aliviado, Chad, sentado perto de mim. - Parecia que você ia morrer, estava pálida demais.
Permaneci em silêncio, encarando Chad, tentando desvendar se suas intenções para comigo eram maldosas ou se ele estava apenas preocupado mesmo.
– Hey, você está bem? - ele perguntou, surpreendendo-me ao colocar a mão na minha testa. - Hm, ainda está febril. Isso explica porquê estava delirando.
– Deli... Rando? - experimentei falar, apesar da ardência na garganta.
– Sim, você dizia que ia matar o Alois se ele dizesse algo de novo ou algo do tipo. - ele falou, dando de ombros, como se não fosse nada demais. - Acho que vamso ter que ficar por aqui até você melhorar.
– Eu... Eu nunca... Faria algo assim. - falei, horrorizada.
Eu amava meus irmãos e não esticaria um dedo contra eles.
– Eu sei, Helen, é uma das poucas coisas que você ama. - Chad falou, sem jeito. - Seus irmãos.
Suspirei, fechando os olhos.
– É estranho te ver preocupado assim. - comentei, sem querer.
Pude ouvir Chad rir enquanto ele se abaixava e beijava minha testa. Seus lábios estavam muito frio em comparação a minha pele.
– Vai ser surpreender no quão estranho eu posso ser, Helen querida. Essa é uma das melhores partes da loucura.
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