Prólogo

- É isso ai, honey, você já pode ir embora. – falei acenando para a mulher que estava esparramada e ocupando o lindo espaço da minha cama.
- Como assim, eu já posso ir embora? – perguntou a coisinha. Senhor, dai-me paciência para ser educado pelo menos dessa vez.
- O que eu quis dizer foi o seguinte, meu bem: eu já fiz o que eu queria, já to feliz da vida, agora será que dava pra você se vestir e pular pra fora daqui porque eu tenho um compromisso inadiável com o meu sono?! Obrigado. – respondi, virando-me para o outro lado e cobrindo a cara com o travesseiro, esperando sinceramente que ela tivesse entendido o recado.
- É isso? – perguntou a vozinha irritante outra vez, tirando o travesseiro da minha cara e começando a me bater freneticamente com ele. Ah, Senhor, eu mereço! – Você olha pra mim, fala uma penca de coisas estranhas no meu ouvido, me trás pra esse quartozinho, faz o que você queria e me manda embora como se eu fosse uma vadia qualquer?
- Eu pretendia pagar, foi você que quis vir de graça, então não adianta reclamar. Agora devolve meu travesseiro e sai do meu quarto.
- Você é tão... egoísta! – gritou a coisinha. Filha duma mãe, minha cabeça dói! – Então é isso mesmo que você quer? Você tem certeza disso? Você vai conseguir dormir tendo me usado e jogado fora desse jeito?
- É, eu acho que sim. Funcionou das outras vezes – respondi com um sorriso besta. Perai, meu sorriso não é besta... o do Steven é.
- Você não sabe com quem você está falando! Eu vou fazer você reviver seu pior inferno.
- Como assim, eu sei com quem eu estou... não, na verdade eu não sei mesmo. Qual seu nome, hein?!
- Axl Rose... lembre-se, você foi avisado! Amanhã...
- Fica tranqüila que eu já paguei a conta do hotel, não to devendo nada pra ninguém – comentei sonolento. Nem vi o que a guria fez depois, só escutei ela mandando a porta contra o batente e sumindo, batendo o pé e bufando como sei-la-o-que.
Aleluia! Agora eu posso dormir, vamo lá, um carneirinho, dois carneirinhos...