Back To The Dream.

Até para um Rei.


- Grande Rei Pedro. – Lenny chamou – Héryka e eu vamos sair para colher algumas frutas, logo, logo estaremos de volta. – E logo saiu. Permanecemos Julia e eu ali na casa delas.

A princípio houve um silencio e para que ele não se tornasse constrangedor para mim, tentei me distrair com minha mente.

Onde estaria Aslam agora? Será que ele não poderia nos ajudar? De qualquer jeito que fosse? Esta batalha está praticamente perdida para nós, sequer sabemos direito contra o que estamos lutando... Se pelo menos tivéssemos uma pista de onde Rillian está ou se ele está vivo...

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- Acha que Rillian está vivo? – perguntou Julia como se lesse meus pensamentos. Ergui a cabeça antes apoiada nos joelhos, para olha-la. Ela estava sentada ao lado da lareira, abraçada aos joelhos e os olhos fixos nas chamas.

- Com certeza. Afinal, a tal Dama precisa dele para chegar a nós...

- Será que conseguiremos derrota-la? Ela parece ser tão poderosa...

Levantei e fui até ela, sentando ao seu lado e pondo a mão sobre a sua. Julia olhou para mim.

- Aslam é mais poderoso do que ela... – falei. Julia sorriu de leve.

- Você tem razão.

- Sempre tenho. – dei ombros. Ela riu e rolou os olhos marejados. – Mas me fala, você e o Rillian se conhecem desde criança, não é?

- É... – ela concordou. – Crescemos juntos praticamente...

- E você é filha do...?

- Capitão Drinian. – ela sorriu orgulhosa. – Meu pai e o Rei Caspian eram muito amigos... – ela sorriu novamente olhando as chamas. – Ele estava a bordo do Peregrino da Alvorada...

- E sua mãe?

Julia ficou em silencio por alguns segundos.

- Não conheci minha mãe... – um lagrima solitária escapou de seu olho esquerdo enquanto ela olhava para nossas mãos, brilhando , iluminada pelo fogo.

Estiquei minha mão livre e sequei sua lagrima com o polegar lentamente.

- Sinto muito.

- Tudo bem – ela deu um ar de riso. – Eu sinto como se a tivesse conhecido. Meu pai falava muito dela. – ela sorriu – Contava as diversas aventuras que eles tiveram... Como eu era parecida com ela não só na aparência, mas na personalidade aventureira... – aos poucos seu sorriso se desfez. – E agora eu estou aqui... Com medo.

- É normal sentir medo.

- Até para uma guerreira?

- Até para um rei. – garanti. Julia, surpresa, ergueu os olhos para os meus. – Vai dar tudo certo, confie em mim.

Ela soluçou e pôs-se de joelhos como eu, desabando em meus braços.

- Eu confio em você, Pedro. – abraçou-me fortemente. Beijei sua cabeça e abracei-a de volta, afagando seu cabelo negro.

Ficamos assim por algum tempo até que Julia secou suas lagrimas e desfez o abraço lentamente. Ficou frente a frente comigo, com o rosto bem próximo ao meu.

Com a ponta dos dedos, levei uma mecha de seu cabelo até atrás de sua orelha. Julia permaneceu parada, olhando-me nos olhos. Senti minha respiração acelerar junto com a sua a medida que eu me aproximava lentamente. Sua mão subiu por meu peito até minha nuca, segurando-se delicadamente em meu cabelo. Meu nariz roçou o seu antes que nossos lábios se tocarem. Meus braços deram a volta na cintura dela, trazendo-a para mim, enquanto nosso beijo era aprofundado.

Meu coração batia rápido enquanto eu deixava um pouco daquele negocio estranho que crescia em mim, sair.