Encontramos Neville na entrada do Salão Principal.

– Vocês estão lindas! – Falou. Agradecemos.

– Tem certeza de que não vai? – Perguntei. Estava com medo do que podia acontecer com ele nesse meio tempo.

– Tenho. – Ele percebeu que eu estava preocupada. – Não vai acontecer nada comigo. Vou passar esse tempo na Sala Precisa.

– Então, tudo bem! Se cuida. – Falei abraçando-o. – Até mais tarde.



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……………



– Onde vocês marcaram de se encontrar? – Luna perguntou.

– Nos Três Vassouras. – Respondi. Estavámos na frente do bar, e a ansiedade estava me matando. – Vamos entrar?

– Vamos. – Gina não esperou nenhuma e entrou na frente. Quanta educação…

Pedimos três cervejas amanteigadas e começamos a conversar.

– O que você acha que o Harry deve estar fazendo agora? – Gina perguntou.

– Deve estar se pegando com alguma menina por ai. – Falei brincando. Gina me fuzilou com os olhos, e isso não é nada bonito. – Nossa! Que estresse, eu estava brincando. – Luna estava se acabando de rir. Eu adorava esses momentos, só nós três, conversando e curtindo com a cara umas das outras.

– Isso não é brincadeira, Bella. – Gina resmungou.

– Só estava tentando descontrair. – Respondi. – Mas voltando ao assunto. Ele deve estar prcurando algo que destrua Você-Sabe-Quem, ou…

– Bella. – Luna interrompeu. Eu olhei pra ela sem entender. – Hã. Acho que está na hora do seu encontro…

– Porque você tá falando isso? – Ela apontou para uma das janelas do bar.

Olhei na direção que apontava e vi Draco parado do lado de fora.

– Encontro vocês mais tarde. – Falei para as meninas. Elas assentiram.

– Aonde? – Gina perguntou.

Pensei um pouco. – Pode ser aqui mesmo.

– Tudo bem. Aproveita! – Luna disse.

– Pode deixar. – Pisquei para elas, que riram.

Paguei minha cerveja e sai de lá. Assim que cheguei do lado de fora, Draco veio me abraçar.

– Você está linda! – Falou.

– Ei. – Me soltei de seu abraço. – Esqueceu que ninguém sabe que estamos juntos? – Ele fez biquinho. Adorava quando ele fazia isso. - Você também está lindo! - Ele estava vestido como sempre, roupa preta. Mas ela realçava seus olhos azuis e os cabelos loiros platinados, as duas coisas que eu mais gostava nele. – Para onde vamos?

– Tenho uma ideia!



………….



– Chegamos!

– Sério? A Casa dos Gritos? – Não acreditava… Com tantos lugares pra irmos ele me traz logo aqui?

– Não gostou? – Ele parecia desapontado. – Eu achei que vir aqui era melhor. Bom, ninguém vai nos ver aqui. E…

– Eu gostei. – Interrompi. O abraçei e ele suspirou aliviado. – Porque esse medo todo?

– É que esse é o nosso primeiro encontro oficial e se você não gostasse seria um problema. – Explicou.

– Medroso. – Provoquei.

– Não sou nenhum Grifinório para ser corajoso, então isso não é problema... – Devolveu.

– Nossa, muito engraçado Draco! – Falei. Me soltei dele e fui na direção da cerca.

– Aonde você vai? – Perguntou receoso.

– Entrar na Casa dos Gritos. – Falei com a sobrancelha erguida. Ele hesitou. – Você vem ou não?

– Mas, é mal-assombrada… - Eu sabia que não era.

– Vamos Sonserino. Que medo é esse? – Provoquei.

– Tudo bem, eu vou… - Falou vindo na minha direção.

Corri até a Casa dos Gritos, parando logo antes de entrar.

– Desistiu dessa palhaçada? – Draco perguntou aborrecido. Sabia que ele estava tentando esconder o medo.

– Não. – Falei enquanto entrava. Resolvi brincar um pouquinho e me espremi contra a parede ao lado da porta, esperando ele entrar. Assim que ele entrou: - BUU! – Ele pulou e sacou a varinha, apontando pra mim. Não consegui me conter e comecei a rir.

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– Isso não tem graça, Bella. – Falou quando se recuperou do susto.

– Tem sim. Precisava ver a sua cara! – Falei dando-lhe um selinho. – Vem.

Subimos as escadas e ouvimos uns ruídos. Draco apertou minha mão.

– Vamos embora. – Sussurou. Estava me virando para dizer que não, quando:

– QUEM ESTÁ AI? – Ouvimos alguém perguntar.

Começamos a correr para fora dali, só paramos quando estavámos fora da cerca, totalmente sem fôlego. Caímos na neve assim que paramos.

– Eu disse que era mal-assombrado. – Falou ainda deitado e ofegante.

– Você é o namorado mais medroso que já tive, sabia… - Falei. – A Casa dos Gritos não é mal-assombrada!

– Se você quer ficar se iludindo, o problema é seu… – Disse. – Podemos aproveitar o encontro agora?

– Depende do que isso quer dizer… - Falei rindo.

Nos beijamos, até que olhei pro seu braço esquerdo e a vi. A Marca Negra.

Ele viu para onde estava olhando e se afastou, ajeitando a manga da roupa.

– Pensei que não houvesse problema para você, eu ser um Comensal. – Ele falou levemente irritado.

– E não tem. – Esclareci. – Mas ver é diferente. – Olhei nos olhos dele para que soubesse que era verdade. – Se eu te perguntasse uma coisa, você responderia?

– Sim.

– A verdade?

– Sim. – Repetiu.

– Porquê você se tornou um Comensal? – Perguntei.

– Não foi por vontade própria. – Falou olhando nos meus olhos. – Ele, Você-Sabe-Quem, ameaçou minha mãe. – Vi dor em seus olhos. - Eu já não tinha ninguém. Meu pai estava preso em Azkaban, nunca considerei Bellatrix minha tia, só tinha minha mãe. E sem ela, eu não sei o que eu faria. Então, me tornei um Comensal. Mesmo que não quisesse!

– Nunca soube disso. – Disse.

– Ninguém nunca soube… A não ser que fosse da família!

– Eu sinto muito. – Falei. – Pelo que sempre falamos de você, sem nem ao menos saber suas razões.

– O que vocês falavam de mim? – Perguntou, curioso.

– Nada de muito bom. – Caímos na gargalhada. Me levantei. – Precisamos ir, já está ficando tarde!

Fomos em direção ao Três Vassouras para encontrar as meninas. Foi quando me lembrei de dar uma passadinha em um lugar.

– Vocês podem ir na frente, preciso fazer uma coisa. – Me despedi das meninas e de Draco, me preocupando em manter certa distância dele.

Fui em direção ao Cabeça de Javali, assim que entrei vi um senhor parecido com vovô.

– Tio Ab? – Já estava acostumada à chamá-lo desse jeito.

– Bella, minha pequena! – Ele me abraçou. – Quanto tempo… O que faz aqui?

– Passeio da escola. E claro, não pudia deixar de vir aqui…

– E como está Hogwarts, sem o Al… - Pigarreou. - Com Snape diretor? – Sabia que ele não iria falar o nome de vovô.

– Horrível. Se dependesse dos Carrows, os alunos seriam torturados cinco vezes ao dia…

– Já era de se imaginar. Mas o importante é que está bem! – Ele falou docemente. Ficamos alguns minutos conversando.

– Tio Ab, tenho que ir. Ou então, me esquecem aqui! – Falei com tom de brincadeira.

– Tudo bem, minha pequena. Se cuide! – Disse me abraçando.

– O senhor também. – Disse indo embora.

Assim que cheguei do lado de fora, vi que Draco me esperava.

– Pensei que já tinha ido. – Falei me aproximando.

– Achei melhor te esperar. Vamos?

– Vamos, mas antes... – Puxei seu braço e o beijei. Ficamos assim um longo tempo. Quando nos separamos achei ter visto alguém nas sombras, mas devia ser só impressão. – Agora podemos ir.



…………



Havíamos chegado em Hogwarts à pouco tempo. Me despedi de Draco e fui direto para a Sala Precisa, pois Neville devia estar por lá.

Quando entrei, não reconheci o lugar. Estava todo enfeitado, as paredes com os brasões e cores de todas as Casas, exceto uma. Neville estava encostado numa cadeira no fundo da sala.

– Caramba, Neville. Foi você que pensou em tudo isso? A decoração ficou incrível! – Falei indo na sua direção. Ele não respondeu, nem olhou pra mim. – Neville?

– Porquê não me contou? – Perguntou com muita raiva.

– Contei o quê? – Estava confusa, porquê ele estava falando comigo daquele jeito?

– Contou que você está namorando o Malfoy. – Falou no mesmo tom. – Você devia ter me falado.

– Como você soube? Ninguém sabe. – Perguntei abismada.

– Eu vi vocês dois, perto do Cabeça de Javali. – Continuava com raiva.

– Era você. – Era idiota, ele acabou de dizer isso…

– PORQUÊ NÃO ME CONTOU? – Gritou, totalmente descontrolado.

– EXATAMENTE POR ISSO. NÃO VÊ COMO ESTÁ ME TRATANDO? – Ótimo agora eu também estava gritando. – Neville, eu queria te contar.

– MAS NÃO ME CONTOU! – Gritou. – Preferiu esconder isso de mim! – Agora ele estava chorando.

– Você não faz ideia de como isso me machucou, esconder isso de você estava me matando. – Não consegui refrear as lágrimas. – Não ia suportar te perder.

– Seria melhor descobrir por você. – Ele falou. – Sabe o que mais me magoa? Não é o fato de você estar namorando ele, mas sim de você não ter confiado em mim. – Eu estava chorando como nunca.

– Neville, por favor. Eu posso explicar! – Ele ia na direção da porta. Tentei puxá-lo de volta, em vão. Já estavámos no corredor, indo em direção ao Salão Comunal da Grifinória, quando ele virou-se pra mim.

– Pensei que fóssemos amigos. – Virou com os olhos cheios de lágrimas.

Me desesperei. – Nós somos.

– Não, não somos. Amigos não escondem segredos uns dos outros. - Subiu as escadas para o Salão Comunal.

– Neville. – Tentei chamá-lo. – NEVILLE!

Fui na direção das masmorras, esperando encontrar a única pessoa que queria ver no momento. E graças a Merlin encontrei, estava sozinho. Ficou assustado ao me ver.

– Bella? – Me joguei em seus braços, chorando. – Calma, vai passar! Calma... – Tentava me consolar. Uma coisa que, no momento, seria impossível.