Zombie Apocalypse

Capítulo Seis


Eu estava na secretaria, na minha terceira tentativa de ligar para a polícia, quando Jack chegou com uma expressão preocupada em seu rosto. Os olhos dele me seguiram enquanto eu desligava e discava novamente.

- Como é possível estar dando ocupado? – Balancei a cabeça, dificilmente confiando em tal situação. – É para a polícia estar preparada para qualquer coisa, a qualquer momento. Isso é um absurdo.

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- É... Isso sim é estranho. – concordou.

Eu aguardei alguns segundos, e coloquei o telefone no gancho.

- Vamos voltar para ajudar Jully, está bem? – Jack sugeriu após ficar pensativo durante um tempo. Enquanto corríamos, escutamos o som de um móvel sendo arrastado e isso nos fez apressar o passo. – Diga que ela não está com problemas.

- Eu espero pelo mesmo.

Mas então, quando chegamos, nossos olhos se arregalaram e nós paramos de raciocinar por alguns segundos. O homem estava jogado no chão, com sangue em volta de sua cabeça e com um furo em seu olho. Jully jogou a tesoura ensanguentada, deixando um breve rastro, e finalmente olhou para nós.

- Ah não, Jully... O que você fez?

- Você o matou? – Jack olhou fixamente para o corpo. – Você acaba de cometer homicídio! Você tem noção do quanto isso é sério? Ainda bem que Allison não conseguiu ligar para a polícia, senão...

- Escuta. – Jully se levantou, um pouco cambaleante, respirando fundo. – Vocês perderam muita coisa e eu não obrigo ninguém a aceitar o que fiz, mas... Acho que essa é a única maneira. Ele já estava morto.

- Não fale bobagens.

- Isso não é bobagem, Jack, é a verdade! Eu cravei a merda da tesoura no coração dele e ele não sentiu nenhuma dor. Em seu braço e em seu pescoço foi a mesma coisa. Ele só estava reanimado, tentando me morder...

- Ok, agora zumbis existem? – eu dei uma risadinha irônica e pesada, querendo dar ênfase na situação. – Eu acredito em muitas coisas por aí, mas a minha vida não é história de filme e eu prefiro que ela continue não sendo.

- Eu fui mordida. – sussurrou a mulher. – Eu fui mordida.

Nós nos viramos para ela no mesmo instante. Eu percebi que ela estava tampando o lado de dentro de sua perna, e, assim que ela afastou sua mão da região, notei quanto sangue estava por sua superfície.

- Eu estou me sentindo estranha... Como se eu não estivesse mais vivendo.

- Pressione a ferida. – Jack mandou. – Vamos para um hospital.

- Não. – Jully contrariou. – O pai de Allison veio de um hospital e foi mordido, tudo o que nós menos queremos é entrar na mesma onda que a dele. Se tem um lugar para onde devemos ir, é para longe de contagiados.

- O que vai acontecer comigo? – ela perguntou com olhos em lágrimas. – Eu vou morrer também?

- Não tem como sabermos. Isso é novo para nós também. Qual é o seu nome?

- Patrícia Berico. – choramingou. – Eu não quero morrer. Por favor, façam alguma coisa... Eu pago o preço que for preciso. Só me levem para onde eu possa ser curada, isso é tudo o que eu peço.

- Vamos para uma farmácia ver se tem algum medicamento que você possa tomar. – disse Jully, dando passos na direção dela.

- Eu não quero ir com você. – Patrícia a olhou com medo. – Eu posso ir com eles, porque eu não quero que você me mate do jeito que matou esse homem. Fique longe de mim. – acrescentou.

- Como é que é? – Jully franziu as sobrancelhas, provocando a mulher ao chegar mais perto. – Eu arrisco a minha vida para te salvar, mato o homem que estava te atacando, e você chora por medo de mim? Se a situação fosse à base da minha decisão, você estaria apodrecendo num canto e eu nem sequer sentiria remorso.

- Jully, você está a assustando. – tentei.

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- Ah, Allison, agora você quer ser a heroína? Puta que pariu, você já viu isso acontecer antes e acho que já deu para notar que quem é mordido está automaticamente contagiado e não tem volta.

- Tem um hospital perto daqui. – Jack me ignorou e estendeu a mão para ajudá-la a se levantar para acompanhá-lo. – Nós chegaremos lá em menos de vinte minutos caminhando, você aguenta?

- Ei.

- Allison, me ajuda aqui.

- Ok.

- Ei!

Desculpe, eu pensei. Estou confusa demais para escolher.

Eu estava segurando Patrícia por um dos braços e Jack pelo outro. Nós estávamos nos esforçando para ir rapidamente, mas a mulher estava cada vez mais fraca. Comecei a acreditar em silêncio que aquela era uma má ideia.