You Are All Your Hate

Seize The Day, Or Die Regreting!


(Sam’s POV)

Demorou a noite inteira, mas cheguei a casa. Passei pela Paradise e sorri. Parece que foi numa realidade paralela em que estivemos todos ali, sem nos conhecer-mos bem e só a fazer merda. Parece que foi noutro mundo que eu me apaixonei pelo Andy sem saber bem o por quê. Mas ainda dói pensar no que podiamos ter tido se ele tivesse voltado algum dia. Sacudi a cabeça e deixei que os meus pés me levassem para o cemitério. Sabia o caminho de cor, e sorri quando vi a fotografia dele. Sentei-me na pedra da campa e inspirei fundo.

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- Olá, Dereck. Passou tanto tempo desde a última vez, não é? – calei-me e fechei os olhos durante um momento pensando em como prosseguir – Apaixonei-me por um rapaz. E ele… bem, ele foi e nunca mais voltou. Fiquei em baixo e dexei de… tu sabes, voltei ao estado em que estava antes de o conhecer. Depois de te perder. Também gostava de outro rapaz, o Jake, mas acho que eu confundi amizade com amor com ele.

“E estaria tudo bem se eu agora não tivesse uma banda – por que sim, Dereck, eu prometi-te que ia seguir o meu sonho, e segui – e eles também trabalhassem nesse meio. Por que infelizmente não é só o Jake que tem uma banda. O Andy também. E fazem parte da mesma, o que pode complicar as coisas.

“No fundo, eu sei que nunca vou parar de te amar a ti. E sei que tu sabes disso. estás guardado no meu coração. E na minha pele também. Por que sim, eu fiz uma tatuagem com o teu nome. Por que apesar de estares morto, estás bem vivo para mim.

“Mas, eu sei que amo o Andy. O meu problema é que eu não o posso admitir. Eu tenho medo, Dereck. Ele já me deixou uma vez, e eu não quero passar por isso novamente. E depois há o Jake. Eu não sei o que eu sinto por ele, para falar a verdade. Mas sempre que alguém fala “a pessoa que tu amas” a primeira pessoa viva que me vem à cabeça é o Andy.

“E é por isso que eu tenho medo. Tenho medo que se eu disser para ele que nunca o deixei de amar, que para mim ele vai ser para sempre aquele tipo certo de garoto errado… eu simplesmente tenho medo que ele tenha seguido em frente, como eu fingi que tinha seguido.

“As coisas são mais complicadas agora. Eu só… eu só não sei mais o que fazer, Dereck.

“Ainda por cima descobri hoje que o pai da JoJo, aquela garota que eu te contei o que me fez, saiu da prisão.

“A minha vida perdeu o rumo nestes últimos meses. Eu não sei o por quê, mas eu não acho que ela vá voltar para os trilhos tão cedo. E principalmente, não será fácil. – suspirei e uma lágrima rolou pelo meu rosto.

“Aaah, Dereck, eu gostava que as coisas tivessem sido diferentes para nós. Gostava que em vez de estar aqui a falar-te do Andy e do Jake estivessemos sozinhos em casa a ver um filme de terror. Um daqueles que tu tanto gostavas. Queria que pudessemos viver a nossa vida de uma maneira normal. Mas não, o destino tirou-te de mim. Realmente isto soou bastante egoísta.

“ Mas por mais estúpido que soe, eu vou sempre falar contigo quando precisar.

“Farewell, my love. Por que eu não sei se vou voltar mais alguma vez aqui pelos meus prórpios pés!”

Saí do cemitério de cabeça baixa e cansada. Lágrimas brotavam dos meus olhos. eu tinha acabado de admitir que gostava do Andy. Que
eu amava o Andy. E onde ficava o Jake no meio disto tudo?

Entrei dentro do carro e liguei-o.

A última coisa que me lembro foi de ver umas luzes ofuscante e de sentir o meu corpo a ser comprimido.

(Andy’s POV)

Senti o meu coração apertar. Como se estivessem a sugar a minha vida por ele. Sentei-me na cama e o meu primeiro pensamento foi que algo estava errado. Que algo de mal tinha acontecido com a Sam. O meu telemóvel tocou e eu voei para o ir buscar. Tanto por que queria saber quem era e por que se eu não calasse aquela merda o Jake e o Ash iam-me matar.

- Sim? – falei saindo do quarto.

- É o Andrew? – perguntou uma voz de uma mulher aflita.

- Arg, sim sou eu. Por quê?

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- Tenho muita pena, sério. Eu não… eu não queria… - a mulher
começou a soluçar.

- Hey, acalme-se. Diga-me o que se passou.

- A… a… a Samantha… ela…

- O que se passou com a Sam?

- Eu acho que ela morreu… - deixei cair o telemóvel no chão. A minha Sam não pode ter morrido. Não, não isso não podia ser verdade – Andrew… Andrew… - rugiu o telemóvel. Apanhei-o do chão e levei-o à orelha – Eu… os médicos ainda não sabem mas… eu peço muita desculpa… e ela disse que o amava tanto…

- O quê? Como assim ela disse?

- Foi… as últimas palavras que sairam dela. “Eu amo-te tanto, Andrew Bier…”. Ela não falou o resto. – os meus olhos começaram a ficar cheios de lágrimas e eu só pensava que aquilo não podia estar a acontecer. Não. Não podia ser verdade. Era um sonho e eu ia acordar e ver que estava tudo bem. Ia estar tudo bem.

- Em que… em que hospital ela está? – falei tentando conter os soluços. Eu sabia que devia ter ido atrás dela. Ela não devia de ter ido sozinha. E agora… a primeira vez que a perdi foi pela minha própria estupidez… mas desta vez eu perdi-a para sempre. E para sempre é demasiado tempo.

- Eu… eu realmente não sei o nome. Sabe onde ela mora?

- Sim.

- É no hospital dessa terra. Peço desculpa, novamente. Não era minha intenção…

- Não… não foi culpa sua… não há nada a fazer agora… eu… eu só vou para aí.

Saí de casa sem me preocupar em vestir. Peguei nas chaves do meu carro e fui embora da casa do Jinxx sem dizer nada a ninguém. Eu só precisava da Sam, ela era tudo o que eu precisava nesta vida.

Chorei durante todo o caminho. Simplesmente não consegui conter as lágrimas. Eu perdi-a. Ela estava morta. Eu não queria que ela estivesse morta. Ela não podia estar morta. Não agora. E ela disse que me amava. E eu nunca tive oportunidade de lhe dizer o mesmo na última vez que a vi.

Quando vi o hospital onde ela me tinha acompanhada quando levei tanto do Jake que desmaiei, não pude deixar de me lembrar de como eu era irresponsável quando a conheci. O quão idiota eu era. O quão estúpido eu fui.

Para quê? E ela agora estava morta.

Saí do carro e entrei dentro do hospital. As paredes continuavam brancas, e os bancos eram os mesmo. Fui em direção à receção e uma
senhora de meia idade olhou para mim.

- Boa-noite. – falou ela com um tom monótomo.

- Samantha Cooper. – falei tentando conter as lágrimas.

- Oh! Ela está nos cuidados intensivos.

- Acha que… acha que ela… - não consegui acabar a frase.

- Se ela sobrevive? Bem, há esperança. Mas ela já não tinha muito sangue no sistema dela. Se ela sobreviver, vai ser um milagre.

- Então só espero que esse milagre aconteça, por que eu não sou nada sem a minha Sam. – falei olhando para o chão. A senhora apertou a minha mão e sorriu-me.

- Vai ficar tudo bem, vai ver. Ela há-de sobreviver e ficar pronta para outra. E pode ir para a outra sala de espera. Ao menos há sofás e são confortáveis.

Saí de cabeça baixa na mesma e deitei-me no sofá.

Por que eu fui tão burro antes?