Volto ao acampamento e tenho outro sonho

POV Sarah

Tudo aconteceu muito rápido e muito fácil. Eu sabia que eles estariam lá para me salvar. Na verdade, foi uma pedra que me salvou, que derrotou o Luke...

Enquanto Nico não voltava, eu tentei criar a minha bolha, mas não estava dando muito certo.

–Eu sei que você consegue – Percy disse olhando no fundo de meus olhos. Annabeth estava cuidando de uns ferimentos de Leo.

–Eu nunca consegui, por que vou conseguir agora? – eu disse.

–Eu apenas confio em você.

Nico apareceu com Gabriel, mas desmaiou logo em seguida.

–Ele viajou muito nas sombras – Annabeth disse indo até ele – E levou muita gente.

–Deixa que eu levo ele – eu disse. – Annabeth vem comigo.

Percy fez uma carinha triste, mas concordou.

No final, eu consegui criar a bolha em torno de mim, de Nico e de Annabeth. Percy levava Leo e Gabriel.

Tive que ficar bem concentrada. Estava com medo de estourar a bolha e matar meus amigos. Percy ia à frente e eu o seguia. Annabeth estava do meu lado e Nico estava em nossa frente, com a cabeça apoiada em meu colo.

Foram quatro horas de viagem. Quatro horas sem piscar, praticamente.

Quando chegamos ao acampamento fomos recebidos calorosamente. Todos os campistas diziam coisas como “Parabéns!” “Eu sabia que vocês iam conseguir” e varias outras coisas.

Percy carregava Nico no colo e os campistas filhos de Apolo o levaram para a enfermaria. Quiron veio até nós.

–Parabéns campistas – ele disse – Fico feliz que tiveram sucesso! Caso queiram saber, os deuses mandaram avisar que Hades, para ajudar apenas o seu filho – ele disse fazendo careta – Conseguiu, não me perguntem como, fazer com que todos aqueles monstros voltassem ao tártaro. Acredito que eles ficarão um bom tempo lá.

Quer dizer que depois de tudo isso, depois de uma pedra bater na cabeça do Luke, Hades faz isso? Ele não poderia ter feito antes? Tudo isso para nada?

–Acabou tão fácil assim? – Percy perguntou surpreso.

–Eu esperava mais – Annabeth disse – Foram meses preparando...

–Para depois mudarmos o plano – Percy disse irônico – Precisava mesmo de todos esses meses?

–Não – Annabeth disse dando de ombros.

–Eu fiquei meses presa lá, naquele escuro, sendo que vocês podiam ter me salvo antes? – eu perguntei brava.

Annabeth deu um sorriso falso e me abraçou.

–Você sabe que eu te amo, né? – ela disse e foi embora com Percy.

–Sarah – Quiron disse – Por que não vai descansar?

–Eu precisava falar com Nico e com o Leo – eu disse.

–Acho melhor conversar com eles depois – ele disse e foi embora.

–Nós conversamos depois, temos muita coisa para conversar. – Leo disse e foi para seu chalé, ele devia estar cansado.

Fui até meu chalé, Percy já dormia, estava até babando. Me deitei em minha cama, de roupa mesmo, e dormi na hora, fazia um tempo que eu não dormia lá.

POV Leo

Fui para meu chalé. Por ser de dia, a maioria dos meus irmãos estavam trabalhando, ou seja, não tinha ninguém em meu chalé. Coloquei a mochila no chão e deitei na cama, eu precisava descansar.

Meu sonho foi novamente estranho. Nele eu estava em uma casa. Era uma casa simples. Eu devia estar na sala. Era uma sala pequena, mas tinha um sofá confortável, onde eu estava sentado, uma televisão gigante e uma mesa de jantar, além de varias outras coisas.

Não sabia do porque de eu estar sonhando com isso, até certo momento.Uma menininha, a mesma menininha do meu outro sonho, apareceu no corredor e logo que me viu abriu um sorriso gigante e lindo.

Ela estava com a mesma aparecia do outro sonho: cinco anos, cabelos ondulados e estava fofa. Ela usava um pijama rosa e uma pantufa de coelho rosa. Ela também segurava um bichinho de pelúcia. Por estar de manhã, olhando pela janela, deduzi que ela tinha acabado de acordar.

Ela veio até mim, toda manhosa. Eu sorri bastante, mas lembrei do outro sonho, onde acabava com um monstro atacando essa pobre menininha.

Ao contrario do outro sonho, nesse sonho eu conseguia me mover quando eu bem queria, mas e falar?

A garotinha se sentou ao meu lado, tive que ajuda-la a subir no sofá. Ela sorriu mostrando todos os seus dentes.

–Quem é você? – eu perguntei para ela, que continuava sorrindo.

Ela ficou um tempo sorrindo, não dizia nada.

Depois desse tempo em silencio, ouvi uma risada, que não era da menininha, era uma risada feminina, uma risada linda.

–Ana! – uma voz feminina, a mesma pessoa da risada, disse – Venha tomar o seu café da manhã! Depois nós vemos TV.

Quem seria a dona da voz? Provavelmente a mãe da menina. Era uma voz linda. A menina pulou do sofá e foi até o corredor, ela se virou e deu um tchau com a mão, e com isso, eu acordei.