Work Of Fire

Fique longe dele!


Agente: 224, Segundo Sargento

Nome: Bob Benedetto Diller

Nascimento: 28 de Abril de 1962

Origem: Sul da Itália

Endereço atual: Quartel Militar da NSA - 01

Filiação: Desconhecida

Estado Civíl: Solteiro

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Religião: Indefinida

Avaliação Física: Em ordem

Avaliação Psicológica: Não apresenta distúrbios

O suspeito não possui conta bancária, bens em seu nome, computador e nem telefone móvel. Membro da NSA desde 07 de Julho de 1994, promovido a comandante de pelotão no ano seguinte, atualmente intitulado Segundo Sargento. Sem família ou conjunge, mora no quartel militar 01 desde sua entrada.

Era o que dizia a primeira página. Suspeito? E esse nome: Benedetto. Se não me engando, um nome italiano. Sem registro de parentes, mulher, nada. Praticamente uma incógnita.

Preso em 1992, na Itália, suspeito de homicídio e terrorismo, solto no ano seguinte com fiança mesmo sem ter direito. Possui ligações com a família Volturi, dominantes da máfia italiana, acusada de terrorismo, homicídio, estelionatário, falsificação ideológica, furtos e outros crimes.

O infiltrado está sendo investigado e observado 24 horas por dia, mas ainda não entrou em ação. Sua missão: Desconhecida. Alguns anos atrás assumiu uma missão, sem a ordem de superiores, e matou o casal Charlie e Renée Swan, deixando uma filha de poucos anos órfã. A filha do casal, Isabella Marie Swan, não foi encontrada.

Arfei. Droga, eles sabiam de mim! Sabiam que eu estava ali o tempo todo! O que eu vou fazer?

Deixei a pasta cair na cama e sentei no chão com as mãos entre meus cabelos. Que merda, como não pensei nisso? Estava fácil demais pra ser verdade! Eu tenho que agir rápido, sem planos muito elaborados por serem demorados demais. Tenho que dar o troco em Bob e depois... Bom, o jeito seria sumir. É isso, depois irei sumir!

Arrumei os papéis novamente na pasta, não daria tempo de ver o resto, eu precisava agir. Depois de guarda-los em um lugar seguro, deitei na cama e tentei dormir, o que foi quase impossível.

Na manhã seguinte resolvi não ir correr, acordei duas horas depois de ter conseguido dormir, tomei um banho gelado e fui para o refeitório quase vazio. Às 6 horas em ponto, eu estava com uma caneca de café fumegante e algumas torradas. Mike, Angela, Jacob e Eric sentaram na mesa e me cumprimentaram ainda sonolentos.

— Não aguento mais esses horários. — resmungou Mike.

— Nem eu. — murmurou Angela antes de encostar o rosto na mesa e voltar a dormir.

— Não parece estar com sono, Bella. — disse Jacob, seus olhos me examinavam minuciosamente.

— Dormi cedo. — encarei diretamente seus olhos para reforçar a mentira.

Suspirei baixinho quando ele deu de ombros, Jacob escondia algo, tinha certeza disso.

O tempo do café passou rápido e logo estávamos no departamento de armamento, ou melhor, aqueles que possuíam experiência em lutas foram adiantados e os outros voltaram para a academia com o Tenente-Coronel Emmett. Fomos instruídos para que nos organizássemos nas mesas espalhadas formando duplas, Jacob e eu ficamos no lado esquerdo da sala.

Uma mulher de estatura mediana, cabelos e olhos negros, que mais parecia uma fada, entrou na sala seguida do Primeiro Sargento Randall. Nos encarou séria, mas logo sorriu.

— Sou a agente 015, Alice Brandon, Segundo Sargento e comandante do departamento dessas belezinhas. — apontou para a mesa a frente lotada de armas diversas. — Hora de se divertirem! Terão trinta minutos para montar a arma que está na frente de vocês, após esse tempo, terão mais trinta para desmontar a arma do parceiro.

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Quando o apito soou, prendi minha total atenção ao que tinha que fazer, quando terminei, assustei-me quando notei a Tenente em minha frente.

— Muito bem, recruta. — elogiou polidamente e verificou o relógio. — Tempo esgotado!

Olhei para Jacob, que tinha conseguido colocar a ultima peça a tempo, e bati em sua mão em comemoração.

— Essa foi por pouco. — sussurrou ele, assenti discretamente.

Ficamos naquela de montar e desmontar até a hora do almoço, e depois dele seguimos para o Departamento de Tecnologia. Lá fomos recepcionados pelo loiro que me ajudou na piscina, o Major Jasper Whitlock, e pelo General Cullen. Tremi quando o vi e, de forma idiota, me esgueirei para trás de Jacob.

— Boa tarde, recrutas! — saudou o Cullen. — Vocês estão na fase final do treinamento, antes de serem credenciados na NSA e começarem a missões. Aqui neste departamento aprenderão a codificar e decodificar softwares, invadir profissionalmente os mais avançados programas e a rastrear qualquer informação que seja necessária.

Espiei por cima do ombro de Jacob e... Merda! O Cullen me achou.

— Sou o agente 026, Jasper Whitlock, Major e comandante do Departamento de Tecnologia. — sorriu e olhou para o Cullen, divertido. — Quero que cada um fique em um computador, ao lado dele terá um manual de instruções que os ajudarão num pequeno teste que selecionará os que ficarão neste departamento. Terão uma hora para isso, começando... agora!

Rapidamente sentei no computador mais perto, eu sabia bem que não tinha experiência naquilo e, consequentemente, teria uma desenvolvimento ruim, mesmo com o manual do lado. Por mais que eu tentasse, eu ainda nem estava na metade do código e o tempo estava acabando. Consegui mais um avanço, mas perdi total raciocínio com o sussurro do Cullen.

— Acho que esse não é o seu Departamento...

— Talvez não, senhor. — paralisei.

— Hum.

Voltei a relaxar quando ele se afastou, não ousei a terminar o teste, minha concentração foi pelos ares. Dez minutos depois, o teste terminou. Como eu já imaginava, meu desempenho foi razoável, mas nada comparado aos selecionados, como Eric.

Evitei olhar para frente no resto da aula, o Major Whitlock continuou suas explicações a cerca da função daquele Departamento e outras coisas que não fiz questão de ouvir. Sentia minha nuca arder e eu sabia que era o efeito do olhar pesado do Cullen, mas nem sob tortura eu o encararia. Tinha a leve impressão de que ele sabia exatamente o que se passava em minha mente e o que se fazia presente nela era a pasta de Bob que peguei emprestado. Agradeci a Deus quando as pessoas ao redor começaram a se retirar e eu os acompanhei rapidamente.

O resto do treinamento passou rápido e puxado. Os últimos teste: físicos, conhecimentos gerais e psicológicos, feitos nos últimos três dias, foram deveras cansativo. Mike não se aguentava de felicidade por ter conseguido passar em todos, eu ainda não entendia sua motivação em continuar mesmo não gostando daqui. Palavras dele.

Hoje, dia do credenciamento, depois de quase dois meses, iria ver minha família novamente. Meg provavelmente já tenha dado a luz a Luna e talvez apareça para me ver junto com Adam e Lucy, pelo menos era o que eu esperava.

Quando saí do quarto, já devidamente fardada, caminhei devagar para o pátio central. Minha mente voltou a alguns anos atrás, quando estive ali pela primeira vez, a cena novamente se repetia.

— Vai ficar parada aí até quando?

Pulei com a voz de Bob. Ele me encarava debochadamente, seu olhar asqueroso me analisou de cima abaixo e se aproximou.

— A gatinha não deveria ficar sozinha por esses corredores vazios...

— Por quê? Homens nojentos como você, provavelmente, estão a postos para fazer o mal, não é?

Ele recuou surpreso, depois sorriu e avançou para cima de mim, segurando fortemente o meu braço.

— Que gatinha selvagem! Sabe o que faço com garotas assim?

— Nada. — respondeu o Cullen e pela primeira vez respirei aliviada por estar no mesmo recinto que ele. No mesmo instante, o General puxou-me para ele e ficou de frente para Bob. — Anda ameaçando os meus recrutas, Sargento?

— Não, senhor, eu só...

— É bom que não esteja, a menos que queira ser rebaixado.

— Desculpe se causei esta impressão, a recruta e eu só estávamos conversando.

— Sabia que é feio mentir, Sargento? — me intrometi na conversa, adorando ver Bob perder a pose. Seu olhar pra mim foi gelado.

— Devia ficar no seu lugar, recruta.

— E você deveria ficar no seu. — Cullen o respondeu, até eu estremeci com sua voz gélida. — Espero que isso não se repita, Sargento.

— Não, senhor. Com licença. — Bob saiu com o rabo entre as pernas e eu vibrei por dentro. Isso é só o começo, seu idiota!

Num solavanco, o Cullen me pôs em sua frente e segurou meu braço. Que mania essa desses homens!

— O que você tem na cabeça, hein? Ficar enfrentando ele quando é uma simples recruta!

— Então me diz o porquê de não fazer isso! Eu não tenho medo dele! — enfrentei-o.

— Mas deveria. Fique. Longe. Dele! — retrucou ameaçadoramente. Seu rosto estava tão próximo do meu que sua respiração ofegante se mesclava com a minha, seus olhos, tão verdes, possuíam uma confusão de sentimentos difíceis de identificar. Ah, merda, como ele é lindo. Fiquei tão inebriada que acabei assentindo. — Muito bem, é melhor se apressar para o evento.

Debilmente, assenti novamente e o observei sair em passos largos, só depois voltei a mim. Seja lá o que o Cullen faz comigo, isso tem que parar e rápido!

[...]

A cerimônia foi rápida e, graça a Deus, os discursos foram breves, logo estávamos organizados em filas recebendo nossas credenciais. Sorri quando vi Adam se aproximar com a minha, seu sorriso era largo e, sem se importar com o que pensariam de seu comportamento, me abraçou apertado.

— Estou tão orgulhoso, Bella. — disse emocionado, afastou e segurou meu rosto. — Seus pais também.

Minha ficou embaçada pelas lagrimas e não lutei para segura-las, Adam enxugou meu rosto e beijou minha testa.

— Obrigada, pai.

Adam me fitou surpreso e depois me abraçou novamente, seu corpo sacudia levemente denunciando seu choro.

— Obrigado a você, minha filha.

— Será que podia liberar a Bella agora, pai? Também quero falar com ela. — a voz de Meg acabou com o momento, afastei-me de Adam e virei para ela rindo.

— Vem aqui, sua chata!

Meg jogou-se em meus braços e quase me sufocou com seu abraço. O montinho de sua barriga já não estava mais ali, o que significava que...

— Cadê a Luna? — perguntei.

— Está ali com a mamãe. — apontou para as arquibancadas. — Não quero que ela se assuste com a multidão, vem conhecê-la!

A segui com Adam e Lucy assim que me viu veio me abraçar chorosa, em seus braços estava um embrulhinho protegido pelo manto rosa. Depois de varias perguntas e declarações de saudades, finalmente conheci minha afilhada.

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— Ela é linda! — segurei a pequena mãozinha e derreti-me ao senti-la apertar meu dedo.

— Puxou a mãe. — gabou-se Meg nos fazendo rir. — Qual é, gente? É a verdade!

Mike apareceu um tempo depois e chamou-me para a festa que teria em comemoração, já estava pronta para declinar do convite quando Jacob disse que todos estariam lá. Mais que depressa, eu já fazia planos de uma possível vingancinha contra Bob.

— Acho que vou, talvez seja legal.

— Você não acha, você vai, Bellinha. — disse Mike e enganchou o braço no meu. — Vamos para o apartamento de Angela, nos arrumamos lá e vamos. Depois deixamos você em sua casa.

Pois é, tínhamos uma semana de folga antes de voltarmos para o quartel, esta festa será uma boa oportunidade de rondar melhor Bob e eu não iria desperdiça-la.

— Também quero ir. — disse Meg.

— Nada disso, a senhorita não irá. — Lucy a demoveu da ideia. — Tem coisa mais importante para fazer em casa. — entregou Luna a ela. Pensei que Meg ia protestar, mas, surpreendentemente, ela suspirou e aceitou.

Despedi-me dos outros e fui com Mike pegar nossas malas. Quando voltamos, o pátio estava mais vazio, o que facilitou para encontrarmos Angela.

— Estou tão animada, não vejo a hora de irmos para a festa.

— E eu de pegar um bofe. Vou me esbaldar! — animou-se Mike. Os dois viraram-se para mim a espera de alguma exclamação, mas eu somente dei de ombros. Eles nem se abalaram, continuaram a fazer planos. Dei uma última olhada pelo pátio e meus olhos pararam na figura imponente e enigmática do Cullen, as pessoas falavam com ele, mas o mesmo parecia nem se importar. Ele só... me encarava. Os breves segundos que segurei seu olhar, pareceram reforçar sua ordem de me manter longe de Bob e, por isso, desviei olhar. Desculpe, Cullen, mas não será isso que farei.

Os minutos entre o momento em que eu entrei no carro de Angela e o momento que paramos em frente a boate lotada, já prontos, passou voando. Não tinha planejado nada em relação a Bob, deixaria acontecer de acordo com o momento. Em um vestido revestido de renda vermelha, manga longa, colado ao corpo e salto Louboutin, entrei na boate junto com Mike e Angela. Encontramos Jacob e Eric no bar e por lá ficamos, reconheci algumas pessoas do quartel, mas nada do Bob.

Tempos depois, a música alta começava a me dar nos nervos. Cansada de esperar que Bob desse as caras, estava pronta para dizer a Angela, que estava ao meu lado, que iria embora quando avistei o ser asqueroso que eu tanto esperava. Cambaleante, ele se dirigia para os fundos da boate. Sem pensar direito o segui, dando a desculpa de que iria ao banheiro.

Desviei das pessoas que dançavam freneticamente na pista, sem o perder de vista. Quando ele passou pela porta dos fundos resmungando e miseravelmente bêbado, golpeei sua nuca. Atordoado, ele tentou levantar-se, mas caiu novamente. Segurei com força seu escasso cabelo e levantei seu rosto.

— O que vo-você fazendo? — gaguejou.

— Isso não é nada comparado ao que você merece, seu canalha! — soquei seu rosto, que pendeu para o lado perdendo o equilíbrio. — Miserável! Assassino! — vociferei e, movida pela raiva, comecei a espanca-lo com socos e chutes. E daí que ele estava bêbado?! Ele merecia aquilo! — Eu te odeio, seu merda! Eu te odeio!

Um braço forte me segurou pela cintura e me tirou de perto do canalha.

— Me solta! — gritei, enquanto me debatia. — Eu vou mata-lo!

— Para, Isabella, chega! — o homem me sacudiu pelos ombros, só então notei que era o General, o gelo desceu por minha espinha. Eu estava ferrada! — Eu mandei você ficar longe dele.

— Você não entende, eu preciso fazer isso!

— Não, não precisa. — tentei me soltar de seu aperto, mas ele não deixou. — Mata-lo não vai trazer seus pais de volta!

Seu grito me despertou, o vazio se instalou em meu corpo, a ferida foi cutucada sem pena. Por um instante, eu não sentia nada ao meu redor, era só o vazio. Então seus braços me rodearam em um abraço quente, diferente, só o que eu sentia era ele, a última pessoa que eu pensaria em confiar.

Agarrei-me a sua cintura como se fosse um bote salva vidas em meio ao mar turbulento, meus soluços altos e as grossas lágrimas faziam o conjunto do meu choro doloroso.

— Shiiiu... Vamos sair daqui. — deixei-me ser levada por ele para algum lugar que eu desconhecia. O Cullen ajudou-me a entrar em seu carro e deu a volta para assumir o volante. Encostei a cabeça na janela fria e tentei controlar os espasmos do choro mal contido. O silêncio perdurou até o momento que olhei para fora do carro e não reconheci o caminho.

— Para onde está me levando?

— Para meu apartamento.