Minha Amada Potter

Nada de mais além de um quase beijo e uma surpresa


Lilly Luna Potter narrando:

Tenha em mente que quando falo discretamente, para um Malfoy, isso significa que ele não é rápido o suficiente, e deixa o cinzeiro cair no chão. Scorpius pragueja e eu dou um leve sorriso, tirando o cigarro aceso da mão dele, e com um gesto de varinha arrumo o cinzeiro e apago o cigarro.

-Ah... – Scorpius bagunça os cabelos e faz com um gesto de varinha que o cigarro e o cinzeiro sumam – Eu...

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-Estava fumando – eu dou de ombros, e ele cora violentamente – Outro vício? – ele abaixa os olhos, mas logo olha novamente para mim, e não consigo não ficar presa naqueles olhos claros e misteriosos.

-Um pouco, em festas é normal e quando eu fico nervoso parece que acalma – ele dá de ombros como não se importasse – Antes que pergunte, estou nervoso com a Rose, ela está obcecada com o fato que precisa acabar com você, e há poucos minutos deixou bem claro que o seu natal vai ser um inferno.

-Eu imagino que vá ser. Meus pais vão cair nos encantos da Rose como dois patinhos – eu sento do lado dele no sofá e abraço minhas pernas, apesar de já ter me acostumado à ideia de meus pais terem vergonha de mim, era doloroso pensar nisso.

-Lils, você não acha que se eles souberem de tudo o que você passa, e que a culpa é deles e da Rose, as coisas não mudem? – Scorpius pergunta parecendo preocupado, e sei que ele está. Eu suspiro, sei que não, Rose planejaria algo que fizesse meus pais me internarem em clínicas e me mandar ver psicólogos ou orientadores, coisas do gênero. Coisas que eu não queria enfrentar.

-Só pioraria – eu respondo – Você não conhece meus pais.

-Mas conheço a Rose.

-Exatamente por isso sabe que ela vai manipular meus pais de um jeito que eu seja novamente a culpada de tudo – minha voz soa muito vazia, e Scorpius me obriga a voltar olhar para ele, e faz com que eu largue minhas pernas, segurando minhas mãos.

-Eu não vou deixa-la fazer isso – ele sussurra para mim, sua voz soa extremamente segura e eu sinto meu corpo se arrepiar – Nem Riley deixaria.

-Vocês não podem impedi-la, você sabe disso – eu sussurro em resposta, e Scorpius aproxima seu rosto de mim, devo admitir que o cheiro dele é inebriante.

-Eu vou dar um jeito, conheço Rose melhor do que ninguém, se alguém pode acabar com a reputação dela sou eu – ele sorri de um jeito seguro e um tanto sedutor, é um sorriso parecido com o Riley e confesso que não tinha percebido o quanto os dois eram parecidos até aquele momento.

-Ou ela pode acabar com a sua primeiro, como ela fez comigo – eu retruco e ele sorri, passando a mão lentamente no meu rosto e pisca com o olho direto.

-Eu não tenho reputação, e não me importo com ela como ela se importa. Vamos dar um jeito – sei que se eu quisesse, e pedisse, meu irmão e os dois Malfoy acabariam com a reputação da Rose, mas não era aquilo que ela merecia. Ela merecia pagar pelo que fez comigo, claro que merecia, mas precisava entender a magnitude de seus erros e não só perder a reputação, que ela conquistaria de novo dando para todo mundo no colégio.

-Scorp – eu sussurro e organizo meus pensamentos – Não é assim que tem que ser – prendo seus olhos claros aos meus castanhos e Scorpius parece entender.

-Tudo bem Lilly – ele dá outro sorriso de canto, e dessa vez me faz corar – Com todo respeito, mas você fica linda corada – eu consigo ficar ainda mais vermelha, e dou uma olhada para o chão e depois volto a olhar para ele.

-Obrigada – é a única coisa que consigo responder e ele sorri, aproximando seu rosto um pouco mais do meu, sinto meu coração acelerar um pouco, e sei que estou ainda mais corada.

-De nada – ele sussurra e assim que eu aproximo meu rosto do dele, sei que vamos nos beijar.

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-Hey – escuto a voz de Albus descendo ás escadas do dormitório e eu e Scorpius nos separamos bruscamente. Porém Scorpius não larga a minha mão, e Albus para na nossa frente e levanta uma sobrancelha – O que vocês estão fazendo?

-Nada – eu e Scorpius falamos juntos, eu coro e ele dá um sorriso tranquilizador, porém seus olhos quase fuzilam Albus que dá um sorriso maroto.

-Eu acabei de interromper vocês, certo?

-Certo – Scorpius responde e eu coro, procurando um buraco para eu enfiar a cabeça. Albus ri.

-Riley não vai gostar nada disso, Scorpius – Albus responde, e parece que os dois ignoram que eu estou do lado deles. Eu acho que isso é típico de garotos.

-Ele não acredita no amor – ele responde e eu coro ainda mais – Você acredita, Lilly? – ele olha para mim, fitando-me com aqueles olhos claros incríveis, tento não me perder neles.

-Um pouco – respondo – Mas o meu pouco significa que é quase nada.

-Por que não? – é a vez de Albus perguntar – É por que você nunca ficou com alguém? – tento não revirar os olhos, eu era meio santa, mas não a esse ponto, fiquei com muitos garotos, muitos mesmo, todos nas férias e ninguém sabia quem eu era, mas isso é um pequeno detalhe. Eu só não conseguia acreditar que alguém podia amar realmente alguém, não depois de tantas coisas cruéis que eu ouvira e ouço todos os dias.

-Al, você não me conhece ainda, então antes de falar algo ligue o cérebro – eu respondo fazendo uma careta – Eu já fiquei com garotos. Só que depois de tudo o que eu vi por aí, e de tudo o que fizeram, não acredito que alguém possa amar, as pessoas são cruéis demais para amar.

-Riley pensa o mesmo – Scorpius comenta, e passa o braço em volta de mim, o que não me incomoda, ele me envolve em seus braços e eu reviro os olhos dando um sorrisinho – Mas acredite, há muito espaço para o amor, apesar de tudo.

-Se você me provar que o amor existe e que é maior que a crueldade do mundo, eu acreditarei nele, até lá continuarei com minhas dúvidas – respondo e vejo Al e Scorp trocando olhares. Não presto atenção na conversa silenciosa delas. Apenas saio dos braços do Scorpius e vou pegar minhas coisas no dormitório. Assim que desço os dois ainda estão lá me esperando.

-Vai aonde, Dona Moça? - meu irmão me pede, e eu dou um sorrisinho, preciso fazer minhas tarefas apesar de tudo.

-Biblioteca, é um lugar tranquilo e Rose não pode me incomodar lá – os dois trocam olhares com a minha resposta, mas assentem – E não, eu não preciso de companhia – respondo, saindo rapidamente do Salão Comunal, e sentindo uma leve brisa passar pelo corredor.

Vou caminhando calmamente, mas com a varinha sempre em punhos, em direção à biblioteca, não encontro nenhuma das vadias amigas da Rose, ou ela, nenhuma delas frequenta a biblioteca. Estou distraída quando sinto alguém segurando meu braço, eu começaria a tremer em outros tempos, mas estou cansada demais de provocações, então sem ver quem é, eu simplesmente giro o corpo e vou dar uma cotovelada na pessoa, e paro no último instante ao ver que era o Riley.

-Desculpa – eu sussurro para ele que me encara com um sorrisinho encantador. Sua expressão é suave, porém vejo algo de errado em seus olhos – O que aconteceu?

-Nada de mais – ele responde – Está indo fazer algum trabalho na biblioteca?

-O que aconteceu Riley? – ignoro a tentativa falha dele de mudar de assunto, e o encaro, ele morde o lábio e percebo o quanto sua expressão está preocupada.

-É... É... – ele suspira e vejo o quão pálido ele está, fico assustada, nunca vi Riley parecendo tão aterrorizado quanto parecia agora, ele estava em estado de choque –A France tá grávida, e o filho provavelmente é meu.