Vocaloid A Nova Ordem!

O milagre da volta


–Essa garota é bem estranha! – Se metia o Saori. Ela diabolicamente vira sua cabeça até a direção dele.

–G-go-g-goo-go-GOMENASAI! – Berrou ele se jogando no chão e fazendo reverência.

–Dá próxima vez eu faço seu cérebro virar Rámen! – Saori estremece de medo, quando ouve dizer tais palavras, Hatsu olha para ela com uma expressão de não entender, Miku demonstra somente a ele que estava blefando quando falou aquilo. Hatsu não se meteu.

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–Crianças, enquanto vocês brigam... Continuamos perdidos, sair desse lugar vai ser um milagre! E eu realmente estou a fim de tomar um longo banho quando chegar em casa. – Senhor Abe não estava com seu humor em alta, afinal seu carro tinha virado destroços de fibra e liga metálica.

–Desculpe Abe-san. – Disse Hatsune. – Vou tirar-nos daqui. – Ela se vira e começa a andar, nem percebe que enquanto olhava para os três alguns dados eram revelados em seu “display” ocular. Andava incansavelmente, pulando alguns troncos e pisando em poças de água, o que a deixava bem irritada...

–MEUS SAPATOS! MEUS LINDOS SAPATOS! ESTÃO SUJOS, MAS QUE DROGA É ISSO QUE SUJOU MEUS SAPATOS?! – Gritava ela descontrolada.

–Isso é lama Hatsune... É natural que tenha isso por aqui! – explicava Hatsu que estava a uns três metros de distancia. Seu pai estava do lado direito da Miku, sempre observava a paisagem, parecia curtir o passeio. O Saori... Bem eu posso explicar onde ele estava olhando com alguns momentos antes da Miku pisar na lama:

Miku guiava responsavelmente a todos, se preocupava com cada um, periodicamente ela perguntava se alguém queria descansar, ou se tinha alguém com sede, pois em um desses momentos:

–Pessoal, tem alguém aqui com... – Ela se vira, e nota Saori olhando sua traseira.

–SEU DESGRAÇADO!

–Mas o que foi que eu fiz? – Disse tentando se inocentar.

–NÃO SE FAÇA DE VÍTIMA! – ela da um cascudo que faz o garoto ir de cara ao chão. Quando isso acontece aproveita e começa a pisar em suas costas. Nos primeiros dois minutos Hatsu e Abe não tomam as dores do garoto “Ele esta merecendo esse castigo” pensavam ambos com a mão esquerda cobrindo o rosto, os dois exatamente na mesma posição perto da confusão. Logo após eles tiraram o menino das temíveis mãos dela!

–ME DEIXEM ACABAR COM ESSE GAROTO!

–Acalme-se Miku-chan! Ele tem mãe e pai, não posso simplesmente falar que uma garota de cabelo azul simplesmente o matou... – Explicava o Senhor Abe, ficando na frente do menino, enquanto Hatsu socorria seu amigo.

–TUDO BEM! MAS DA PRÓXIMA VEZ EU MATO ESSE TARADO!

–Não terá a próxima vez... Não é mesmo Saori?! – O tom de voz do Hatsu muda na segunda frase para um tom “ameaçador”.

–Nã-não... AI HATSU! AÍ ESTÁ DOLORIDO! ELA PISOU AÍ! Prometo me comportar agora... – O menino quase chorava de dor. Ela volta a andar freneticamente até pisar na poça.

Michaela tinha agora um sentimento materno para com os novos vocaloids:

–Rin querida... Len... Não vou deixar ninguém encostar um dedo em vocês! Prometo isso a vocês! – A doutora nunca havia tido filhos, não foi contemplada para tal nunca recebeu um Pré-feto para se desenvolver em seu útero e realizar seu maior desejo: Ser mãe!

Vendo os Kagamines, fracos e indefesos, estando em apuros nas mãos de Shitsu despertou o lado materno dela.

Rin parecia querer falar, ela abria a boca olhando para a nossa doutora, bolhas de ar saiam dela.

–Eu sei meu amor, ainda não esta pronto, vocês vão receber a parte final que é o Sistema e suas respectivas vozes!

–Ao ouvir aquilo Len se sente cada vez mais preso e sozinho, mesmo sabendo que a Rin estava ao seu lado.

–Paciência... Logo os tirarei daí! – Incentivava Michaela. Ela se aproxima dos tubos e coloca sua mão direita no tubo do Len, e sua mão esquerda no da Rin, ambas espalmadas, os irmãos colocam suas mãos no local que as mãos dela estavam tocando. O coração dela bate mais forte e uma imensa vontade de chorar toma seu corpo. Mas se mantém forte:

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–Está na hora meus queridos. – Ela se afasta dos dois, eles olham para ela sem ainda poder falar, ela caminha para o painel de comandos e começa o processo de tirá-los do tubo, o nível da água começa a abaixar. Os fios revelam suas cores clássicas: vermelho, preto e amarelo, eles já usavam os “fones” característicos os fios estavam ligados neles. Cortar os cabos naquele momento para um vocaloid significava a morte. Aos poucos os pés dos dois tocavam o fundo do tubo e se sentavam suas pernas não tinham a força necessária para se manterem em pé, então conforme a água os baixava iam lentamente se sentando com as pernas de lado. Logo os cabos ficavam esticados, a doutora corre rapidamente e começa a desplugar os cabos, primeiro o Len, depois da Rin, com os cabos removidos ela envolve o Len em uma toalha e o leva a uma maca, depois pega a Rin e a leva para outra maca:

–Sei que não é nada confortável aqui fora, mas isso vai melhorar... – Ela os agasalha como bebes. Decide instalar o arquivo necessário para a reprodução de suas vozes. Ela pega um cabo de dados, parecidos com o que usamos para plugar head fones, e pluga nos fones deles. Logo os fones começam a brilhar a transferência do arquivo acontecia. Nesse arquivo tinha todas as instruções para a execução da fala, então mesmo nascendo hoje eles irão falar normalmente.

–Falem quando se sentirem prontos meus anjos! – Michaela estava exausta e acaba adormecendo sentada em sua cadeira de aço nada confortável, estava sentada de frente para os dois, entre as macas.

–MINHA BOTA! A MINHA LINDA BOTA! O QUE É ISSO? – Miku já havia perdido a cabeça, Agrediu o Saori e acaba de pisar em uma poça vantajosa de lama.

–Isso é lama Miku... – Dizia Hatsu, ele estava assustado com o estresse de Hatsune.

–MAS QUE DIABOS É LAMA?

–Bom, quer dizer areia molhada, massa, ou o mais simples... Sujeira. – Explicava o Senhor Abe.

–MAS O QUE? Não é possível! Hoje não é o meu dia! Nada da certo para mim, nada... – Dizia ela em um tom de choro.

–Miku-chan... – Hatsu começa a se aproximar- Não se culpe, essas coisas acontecem, coisas deram certo para você! Me conhecer foi uma delas não foi? – ele fica frente a ela. Ela olha para ele e o abraça.

–Voce tem razão Hatsu-kun, mas... Eu gostava dessa roupa... E eu estraguei...

–Miku, tem como lavar! Não se preocupe. – Ela olha em seus olhos.

–Promete? – Os olhos dela brilhavam, ela estava corada e seu corpo estava quente. Hatsu engole seco antes de responder, quase suava:

–Pro-prometo! A-agora... Va-vamos andando, você sabe a saída. – Nesse momento Miku nota que algumas coisas mudavam enquanto ele falava, ela notava que o coração dele batia mais forte, os valores que ficavam ao lado dele aumentavam, seu sistema era capaz de exibir esses status.

–Acredito em você Hatsu, vamos... - ela para de abraçá-lo. – Por aqui! – Disse tomando um caminho, os outros a seguiam. Estava anoitecendo e eles não paravam de andar, o fim daquilo parecia não chegar:

–Eu não agüento mais andar... – Reclamava Saori.

–Para de reclamar garoto! Estamos quase saindo dessa mata!

–Você esta falando isso a mais de três horas! – retrucava ele.

–Quando sairmos daqui eu vou esfregar sua cara nos sensores! Nem sua mãe vai reconhecer você! – Claro que ela não faria isso, mas ouvir a mesma coisa nas ultimas três horas não é uma coisa muito legal.

–Hatsune, se acalme. Ameaçar não resolve! – Hatsu acalmava-a. Ela continua andando quando some do campo de visão deles.

–CÉUS! –Ouvia a voz dela dentre os arbustos – EU FALEI! EU ESTAVA CERTA! CHEGAMOS A ESTRADA! – Todos saem correndo por cima dos arbustos, quebrando os galhos, não se importando com mais nada a não ser ver a estrada!

A doutora dormia até o exato momento, ela começa a despertar:

–Len... Rin... – Ela percebe que eles não estão mais em sua sala.

–LEN! RIN! – Ela entra em desespero, olha para a porta de sua sala e ela estava aberta, ela olha para o chão e pingos de água indicavam o caminho para fora de sua sala, rapidamente ela se levanta e em um pulo chega a porta:

–NÃO! – Ela da um grito quando percebe gotas de sangue no lugar de água.

“Len! Rin! Não!” Ela rapidamente segue os pingos que agora começam a tomar forma de pegadas, o sangramento havia aumentado.

–Essa não... Não pode ser.... – Michaela segura sua gola firmemente e aperta com todas as suas forças, pressiona o punho contra seu tórax para tentar aliviar a dor de seu peito, para ela tudo tinha acabado. “Ele os matou! Ele os matou! Eram apenas crianças! Como ele pode?” Ela fica tonta e se escora na parede do corredor, a luz branca a deixa com um tom mais triste, ela escorrega pela parede e cai ao chão, às lágrimas corria pelo seu rosto, ela soluçava de desespero. Olhava para o sangue no chão e ficava cada vez mais angustiada.

–Eu não deveria ter dormido! A culpa é minha! Minha! Minha! Eu sou a grande culpada! Não pode ser!!! – Ela começa a apertar mais seu punho contra o tórax.

–Ahhhhh! – Uma voz doce e aguda vinha do fim do corredor. Michaela olha imediatamente, se levanta quase caindo novamente e corre desordenadamente pelo corredor. Ela chega na ultima sala que estava com a porta fechada. Ela mostra seu cartão ao leitor e a porta é destravada.

ENFIM A ESTRADA! – Comemorava Saori dançando no meio da estrada.

–SEU ENERGUMENO QUER MORRER? SAI DO MEIO DA VIA! – Gritava Hatsune para ele.

–Você se importa comigo? – Os olhos dele brilham enquanto ele corria estranhamente para ela.

–EI PARA! EU SÓ FALEI AQUILO PRA VOCÊ NÃO DAR TRISTEZA E PREJUIZO COM O INTERRO AOS SEUS PAIS! – Gritava ela tentando manter ele afastado.

–Pai... Chegamos a estrada, e agora? O que vamos fazer, não sabemos para que lado ir. – Hatsu estava exausto de tanto andar.

–Não se preocupe Hatsu, eu vou acionar o chamado de emergência! Logo mandaram um carro para nos pegar. – O senhor Abe tira do bolso de sua camisa uma espécie de “bip” aperta um minúsculo botão e os sensores que ficavam nas estradas piscam sucessivamente um após o outro, passando o sinal.

–Mas vai demorar e eu estou exausto! – Reclamava Hatsu.

–Filho será mais rápido que imagina... Por que não se diverte vendo Saori e Miku brigando? – Miku estava lutando para convencer o garoto de que não dava a mínima para ele.

–Você me ama! Eu sabia!!! – Dizia ele enquanto tentava beijar as mãos dela.

–SAI SAORI EU NÃO ESTOU BRINCANDO! – A discussão durou uns quinze minutos logo depois Saori cansou e Hatsune teve seu merecido descanso. Enquanto ela tentava descansar ela cantarolava alguma coisa qualquer.

–O que você esta fazendo Miku-chan? – Perguntou maravilhado o Hatsu.

–Hã? Eu... Não sei... Me deu vontade e eu fiz isso... – Ela estava encabulada, achava que tinha feito algo terrível.

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–Desculpe...

–Por quê? Isso é maravilhoso! Eu não ouço uma musica natural assim há muito tempo!

–Natural?

–Sim Miku! Nós só temos remix das musicas antes da 3° Guerra Mundial! Não existem mais cantores, e os Músicos largaram seus instrumentos para se dedicar a pesquisa, eram “cobaias” das novas técnicas. Até que todos morreram levando consigo tudo que sabiam...

–Mas... Remixes? Isso cansa... – Disse ela.

–Sim... Muito... Mas não temos muita opção e desenvolvemos programas poderosos que podem mudar COMPLETAMENTE uma musica, mas não é a mesma coisa do que realmente CANTAR! Por favor, Miku-chan! Cante para mim! – Os olhos dele se enchiam de lágrimas. Hatsune fica muito encabulada e agora sentia vergonha por ele querer ouvir a voz dela, estava com as bochechas coradas e a voz um pouco trêmula.

–Tu-tudo bem... Aí vou eu... – Ela começou a cantar para ele, e Hatsu não conteve suas lágrimas que rolavam como cachoeira.

–Tudo bem com você Hatsu? – Perguntou ela preocupada.

–Tudo sim... – Disse com voz de choro. – Você pode cantar mais alto? – Os olhos dele brilhavam por causa das lágrimas.

–Tudo bem... Cantarei... – E retornou a cantar mais alto.

–NÃO! O QUE ACHA QUE ESTA FAZENDO?! SEU MONSTRO! –Michaela entra na sala e vê os seus vocaloids em teste, Len estava com a testa sangrando e Rin com a boca. Estavam acuados, pois estavam no teste dos hologramas. Um dos piores do Dr. Shitsu.

–PARE IMEDIATAMENTE! – Gritava ela desesperadamente.

–BLACK SEGURE ELA! –Shitsu não jogaria para perder. Black começa a se aproximar dela.

–NÃO TENTE! VOCÊ ESTARIA QUEBRANDO A DIRETRIZ AXC 780! Não pode ferir ou encostar em alguém da Agencia quando for citada essa diretriz! – Black para sua ação.

–DROGA! AUMENTAR FREQUENCIA DE TESTES! – Gritava ele.

–Frequencia sendo alterada. – O computador central aumenta.

–NÃO! SHITSU! TIRE ELES DE LÁ! ELES VÃO MORRER! – Implorava ela.

–SE MORRER SERÁ CONSIDERADO COMO DEFEITO! – Esbravejava ele.

–SEU DOENTE! MORTE É DIFERENTE DE DEFEITO!

–DOUTORA ELES SÃO ROBOS! CONTENHA-SE!

–NÃO! SHITSU EU NÃO ESTOU BRINCANDO!

–Pois é, nem eu! Noventa por cento! – Dizia calmamente.

–Recursos de testes sendo alterado para os parâmetros de noventa por cento! – Dizia o computador central. Logo a pressão da câmara aumenta, os ouvidos de ambos sangram, um erro inesperado ocorre em Rin, sua memória falha e seus componentes superaquecem, ela desmaia imediatamente:

–Descarte-a, não serve para mim! – Falava Shitsu como se Rin fosse um lixo qualquer.

–Seu monstro... – Lágrimas escorriam como cachoeiras do rosto de Michaela.

–Ora Michaela, ela é um robô inútil e quebrado!

–MONSTRO! Ela pode ser um robô, mas tem mais dignidade que você! – Ela começa a se descontrolar, avança em cima dele com suas unhas.

–BLACK! SEGURE-A É UMA ORDEM! – Gritava o Dr.

Imediatamente Black segura ela imobilizando-a:

–Me solte sua maquina inútil! – Ela a solta – Eu só quero levar os dois comigo!

–Somente a garota que deu defeito, o outro fica para mais testes!

–NUNCA SHITSU! NUNCA!

–E o que você vai fazer? Denunciar? Ora Michaela, você também está envolvida!

–Desgraçado... – Ela abaixa sua cabeça e continua chorando, apertando seus punhos com vontade de quebrá-los em sua cara. Ela ergue sua cabeça.

–Eles seriam inúteis para você, só obedecem a mim! EU os criei, sou a criadora, eles tem a minha assinatura! Você não pode mudar isso Shitsu!

–Tenho meus meios!

–Não adianta. Para tirar minha assinatura você teria que destruir todo o projeto! – Disse ela com suas ultimas esperanças.

–Desgraçada! ANDE LEVE-OS COM VOCÊ! NÃO QUERO ESSAS ABERRAÇÕES PRÓXIMAS DE MIM! – Ele vira as costas e sai. Black o acompanha. Rapidamente, Michaela corre até a câmara para livrá-los daquele lugar. Ela abre e puxa Rin de lá, ela estava muito debilitada, ela também pega o Len.

–Minhas crianças... – dizia ela em prantos – não se preocupem... Logo ficarão bons! – Ela segurava um em cada braço, ela anda para fora do quarto, segue pelo corredor, deixando pingos de sangue de ambos os irmãos.