Trevasluz

Comida. Muita comida.


Quando Tom regressou, durante a tarde, à mansão, encontrou Hermione no quarto, conversando com um elfo. Ele entreabriu a porta e observou a conversa:

-... Você mora aqui?- Ela perguntava. Estava sentada na cama, com a pernas cruzadas de borboleta. O elfo limpava os móveis do quarto. Tom sorriu.

- Sim, Pok serve ao senhor Voldemort, com muita honra, muita honra... – Bem, talvez a elfo estivesse falando demais...

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- Voldemort? Mora mais alguém aqui? – A garota questionou curiosa. Tom entrou no quarto, resolvendo interromper aquela conversa.

- Veja quem acordou! – Ele disse alto e sorridente. Ela olhou para ele, sorrindo de volta.

- Pok tentou tirar a Srtª Granger do quarto, mas ela não deu ouvidos a Pok! – A elfo foi se explicar para Tom. Ele somente olhou para a elfo.

-Saia. – A elfo reverenciou exageradamente e saiu. Ele olhou para Hermione, ela estava com o cenho franzido.

- Pok estava limpando o quarto, não precisava ser rude – Hermione levantou-se e virou-se de costas para Tom – Olha o que ela fez... – Ele viu que o cabelo curto dela estava penteado para trás e com algumas presilhas - Eu achei lindo! – Ela rodopiou e olhou para Tom. Ele estava pronto para falar que podia trazer a melhor cabeleireira do Beco Diagonal, mas ela estava tão sorridente que ele só assentiu.

- Eu também... – Ele disse. Ela corou um pouco. Apesar de tudo, ele continuava feliz de ter ela em segurança na sua casa – Como está se sentindo?- Ele sentou-se na cama dela. Hermione andou até a cama e sentou ao lado dele.

- Aqui dói um pouquinho... – Ela tocou uma parte acima de sua testa – Mas parece que está passando... – Eles se olharam durante alguns segundos – Onde você esteve durante o dia?

Tom pensou sobre o que diria...

- Trabalhando – Ele falou simplesmente. Ela estava prestes a fazer outra pergunta, mas ele a interrompeu – E você, o que fez? – Ele sorriu para ela.

- Ah... Bem, eu dormi... Bastante, eu acho... Depois eu acordei e Pok estava entrando no quarto com o meu... O meu... Almoço... É, acho que era isso... Depois ela perguntou se eu queria que ela arrumasse meu cabelo... Aí depois ela disse para eu passear um pouco pela mansão, porque ela precisava limpar o quarto, mas eu fiquei aqui, conversando até você chegar. – Ela falou mexendo os dedos. Tom prestava toda atenção nela; no jeito que ela inclinava a cabeça quando falava, no jeito que juntava as sobrancelhas quando ficava com dúvida e, principalmente, no jeito que ela o olhava... – Tom... Mora mais alguém aqui além de você e os elfos? – Ela disse se aproximando dele e sussurrando.

- Você – Ele disse, tocando o nariz dela com o indicador. Talvez, ela não insistisse naquele assunto...

- Não. – Ela retirou o dedo dele – Alguém... Alguém chamado Voldemort... – Hermione disse falando mais baixo e mais próxima dele. Ele não sabia o que dizer, definitivamente não sabia...

- Não... – Ele tentou ser convincente.

- Mas Pok disse que trabalhava para Voldemort e... – Tom estava sem saída. Porém, que mal faria contar a ela quem ele era, afinal, ela não se lembrava de nada.

- Hermione, eu sou Voldemort – Ele disse cauteloso, a observando com atenção. Ela só ficou mais curiosa.

- Mas você tinha me dito que era Tom Riddle, meu amigo – Ela pareceu ficar triste. Tom a olhou, analisando-a.

- Mas Voldemort é como as pessoas me chamam, no meu... Trabalho – Ele tentou explicar.

- Eu devo lhe chamar de Voldemort?

- Não! Você é minha... Amiga. Chame-me de Tom, prefiro assim – Tom continuou sério. Ela assentiu, lentamente. Ficaram um tempo assim, sentados, se encarando.

- Tom – Ela falou de repente.

- Sim?

- O que? Oh, nada. Só estava pronunciando seu nome. Sabe – Ela deu de ombros – Tom. Eu queria me lembrar de você... Quero muito me lembrar de você... Você parece ser uma pessoa legal, você é muito bondoso por me deixar na sua casa – Ele ficou extremamente emocionado com isso. Sabia que só a Hermione diria algo assim dele, por isso (entre outros milhares de motivos) ele a amava – Tom, eu tenho outros amigos, não é? – Hermione perguntou.

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- Ahn... Bem, sim... Mas... É que... É complicado – Ele passou as mãos pelo cabelo. Por que ela tinha que ser tão curiosa?

Ela estava prestes a continuar com aquilo, quando um ruído soou no quarto. Era o estômago de Hermione. Ela corou e colocou as mãos na barriga.

- Tom? Eu... Estou com fome. – Ela disse, meio tímida e encolhida.

- Você pode me falar qualquer coisa, querida. Qualquer coisa – Ele pegou o rosto dela entre as mãos, ela desviou o olhar – Vamos jantar, ok? – Ela assentiu e eles foram para a sala de jantar. Comeram tranquilamente e depois, ele a levou até seus aposentos. Todo o tempo era bombardeado com perguntas.

- Então... existem várias flores? Não só margaridas? – Ela perguntou na porta do quarto. Tom sorriu ternamente.

- Milhares. Amanhã nós podemos conversar sobre isso, você vai dormir agora. Se você quiser, amanhã vamos para os jardins, existem várias flores lá – Ela pareceu ficar entusiasmada com a ideia.

- Sério?

- Sim. Mas...

- Hora de dormir, já sei... – Ela disse revirando os olhos e abrindo a porta do quarto. Ele a segurou pelo pulso e a fez virar de frente para ele.

- Boa noite – Tom disse e deu um beijinho estalado na bochecha dela.

- Boa noite, Tom – Ela respondeu com um pequeno sorrisinho e desapareceu para dentro do quarto.

Enquanto ele andava para o seu quarto, pensava sobre ela. Era muito triste saber que ela não se lembrava dele, mas, por Merlin! Ela estava com ele! Depois de tanto tempo procurando por ela, ele a tinha ali! Isso valia mais que qualquer coisa.

Acordou cedo e foi para o quarto de Hermione, com uma bandeja de café da manhã. Entrou e fechou a porta com o pé. Ela dormia tranquilamente na cama.

Aproximou-se dela e sentou-se. Cercou o corpo dela.

- Bom dia, querida... – Ele sussurrou no ouvido dela. Hermione resmungou algo e virou para o outro lado. Ele bufou – Por isso que eu não sou gentil... – Ele tentou mais uma vez – Hermione? Acorde... Vamos...

Hermione escutou alguém a chamando e abriu os olhos. Tom olhou enquanto ela bocejava e olhava para a bandeja de café da manhã.

- Bo-Bom Dia, Tom... – Ela sentou-se na cama, escorando-se na cabeceira. Ele colocou a bandeja sobre o colo dela – Hmmm... – Ela disse aprovando a refeição – Foi você que fez? – Perguntou enquanto mordiscava uma torrada.

- Ahn... Não. Foram os elfos – Ele falou sem jeito. Hermione deu um sorrisinho.

- Não tem problema... Está delicioso... – Tom observou ela comer mais um pouco. Olhou para o relógio em seu pulso; ele precisava sair para “trabalhar”.

- Agora eu preciso sair, Hermione – Ele levantou-se e ajeitou suas vestes – Qualquer coisa, chame a Pok. Prometo voltar o mais cedo possível... – Ele já estava saindo...

- Tom? – Ele virou-se para encara-la. Ela tinha parado de comer – Mas você disse que iriámos ver os jardins hoje... – Aquela carinha que ela fazia não era justa!

- Er... Eu sei, mas... Mas eu tenho muito trabalho... – Ele coçou a cabeça. Tudo bem que ele tinha Hermione de volta, mas havia uma guerra lá fora! Ele não podia se dar ao luxo de ausentar-se quando bem entendesse!

- Mas você disse... – Ela falou com uma voz triste, abaixando os olhos para seu copo.

- Ain... Er... – Ele pigarreou.

- Tudo bem, eu não quero atrapalhar... – Ela continuou triste. Argh! Ah, que todo o mundo fosse à merda! Ele iria ficar com ela! Suspirou derrotado.

- Ok, ok, vamos ao jardi- Mas antes que ele terminasse ela levantou-se em um salto e correu até ele, dando um abraço que o fez cambalear.

- Obrigada, obrigada, obrigada! – Ela praticamente quicava. Tom admirou-se com tanta felicidade por pouca coisa – Vamos! Podemos ir agora? Podemos? Vamos, Tom!!!

- Ei, ei! Calma! Nós vamos só se você se alimentar direitinho – Ele falou sorrindo. Valia dois Potter vê-la sorrir daquele jeito – E se arrumar.

Ela olhou para ele emburrada, mas comeu tudo. Depois se vestiu com um vestido azul bebê. Tom ficou a observando preparar-se da porta do quarto. Depois de algum tempo ela estava pronta.

- Vamos? – Ela falou. Ele tomou o braço dela da mesma maneira que fazia no orfanato. Ainda era a mesma sensação indescritível tocar seu braço pequeno e frágil.

- Sim... – Ele a guiou pelas escadas e corredores e saíram pela porta dos fundos. Entraram no jardim que ficava aos fundos da casa. Era muito grande, feito de um campo de terra e grama escura, por causa do inverno, e em diversos pontos havia flores aleatórias. Não tinha árvores, só uma, grande e velha, no meio do jardim, mas o dia estava nublado, então não faria diferença. Essa única árvore, era uma um figueira centenária, seus galhos e folhagens sombreavam quase todo o jardim, também havia várias folhas secas ao chão. Em torno de tudo isso, havia um muro alto de tijolos, ele parecia ser a continuação das paredes da mansão; quadriculando todo o jardim, deixando uma sensação de se estar em uma caixa com a tampa aberta. O lugar era... Era mágico.

Assim que adentraram no local Hermione ficou maravilhada. Ela soltou o braço de Tom e começou a andar distraidamente pelo local. Passava os dedos pelas rosas vermelhas e olhava para todos os lados. Ele a acompanhava um pouco atrás. Ela estremeceu um pouco com o frio, Tom retirou seu manto e colocou sobre as costas dela.

- Obrigada... – Ela disse.

Tom observou o sorriso lindo que pintava o rosto dela, era inevitável não sorrir junto. Ela recomeçou a tocar a pétalas das rosas com delicadeza. Ele levou uma mão ao caule de uma delas e puxou, arrancando uma flor. Levou até a mão dela.

- Para você... – Disse com os lábios no ouvido dela. Ela estremeceu com o gesto. Pegou a rosa dele e analisou entre os dedos – Vamos nos sentar...

E eles foram até a raiz da árvore e sentaram-se ali. Hermione continuou analisando a flor entre os dedos.

- É linda... Qual é o nome? – Ela perguntou para ele.

- Nome? – Ela tirou os olhos da flor e olhou para ele.

- É. O nome da flor... Não parece uma margarida...

-É uma rosa. Uma rosa vermelha – Ela olhou para a flor com maior curiosidade ainda. Uma borboleta negra pousou na flor. Hermione girou a flor, fazendo com que a borboleta voasse para longe.

- E o que era aquilo?

- Uma borboleta... São criaturas extraordinárias, não acha?... – Ele olhou para a borboleta que já voava longe.

- Não acho. É estranha. É diferente. Sabe voar... – Ela analisou.

- Mas ás vezes as aparências enganam... – Ele refletiu. Obviamente, ela não percebeu que ele não se referia à borboleta.

- Ouch! – Ela exclamou de repente, sobressaltando Tom – Essa... Essa rosa me machucou! – Hermione falou incrédula. Ele olhou para o dedo indicador dela, tinha uma gota de sangue brotando na ponta. Ele segurou a mão dela e limpou a gotinha.

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- Ela possui espinhos, uma forma de defesa natural, você tem que tomar cuidado – Ele pegou a rosa e, com um estelar de dedos, fez os espinhos eclodirem para dentro do caule. Entregou de volta a ela, mas ela recusou. Ele olhou profundamente nos olhos dela – Não vai lhe machucar, eu prometo. Comigo, nada irá lhe machucar, nada.