Jesus Of Suburbia - Part I (Jesus Of Suburbia)

[Glória's POV]

Eu estava diante do meu melhor amigo de sempre, Tré Cool, que nunca me abandonou por nada no mundo. Mas eu, eu sim o abandonei, e perdi totalmente contato com ele. É, sou super insensível.

- Glória, sério... quer dizer... puta que pariu. - ele disse me olhando como se eu fosse um alienígena

- Shiu! Não fala o meu nome aqui! Na verdade, nunca mais pronuncie o meu nome. Eu me chamo Whatsername agora. - eu disse, sorrindo

- Mas é uma maluquete mesmo. Precisamos conversar, sabia? - ele disse, me olhando como se fosse meu pai

- Eu sei. Vamos lá fora. - eu disse

Dei um "já volto" pro pessoal da TPWW e sai do Gilman com o Tré. Como ele descobriu quem sou eu?

- Por que você mudou de nome e tá tipo camuflada? - Tré perguntou rindo

- Derr, você sabe a reputação que eu tenho nesse lado do país, né? Não podia voltar pra cá como a Little Girl, eu tinha que voltar diferente. Como você me reconheceu? - respondi

- Sua voz. Você já cantou essa música do Misfits pra mim e você é a única garota que eu conheço que alcança essas notas. - ele riu

- Não conte para ninguém. Ninguém mesmo, principalmente pro... - eu disse

- Principalmente pro Billie. Eu sei. - ele revirou os olhos

- Ele... está bem? Fiquei sabendo pela TV que ele já tem outro filho, que vocês lançaram outro álbum... pelo jeito as coisas andam bem, né? - eu perguntei

- Gló... quer dizer, Whats, prefiro não falar sobre o Billie com você. Vai que você tem uma recaída? - ele riu

- Tem razão. - dei de ombros

[Billie's POV]

- Billie, você anda se drogando? - Adrienne perguntou

- Que me drogando o que, isso é Ritalina. - eu respondi

- E desde quando você tem "deficit de atenção"? - ela perguntou

- Não consigo mais compor. - eu disse

- Culpa daquela menina que você ama. - ela disse, com cara de nojo

- O que isso tem haver? Aliás, eu não amo ela, eu odeio ela. - eu disse

- Amar e odiar. Mesma coisa. - ela disse e saiu

Depois dessa até eu tive que sair de casa pra espairecer. Do que adiantava eu ficar pensando em uma menina que eu nunca mais ia encontrar na vida? Andando... até que esbarrei com um garoto.

- Ei, olha por onde anda, tio! - o menino gritou

- Olha aqui! Tio é o irmão da puta da sua mãe! - gritei, ofendido

- Ei! Billie Joe? Billie Joe Armstrong? Puta cara, que honra. Você é meu ídolo, sério. - ele disse

- Valeu. Enfim, desculpa, eu estava distraído. - eu disse

- Com o quê? Garotas né, são sempre um problemão. Mas relaxa cara, bora colar lá na minha casa, meus pais não estão. Eu tenho álcool, cigarro, maconha, cocaína, qualquer coisa que tu precisar pra relaxar. - ele disse

- Quantos anos tu tem guri? - perguntei

- 16. Não vai dar uma de cristão puritano e dizer que sou muito novo pra essas coisas, né? - ele perguntou

- Imagina, comecei muito antes de você. Mas falando em cristão... você acredita em deus? - perguntei

- Se existe um deus, ele não é acessível a pessoas como nós. Precisamos inventar um Jesus só pro subúrbio da cidade. O defensor dos drogados e excluídos. - ele riu

- Boa ideia! Valeu! - eu disse, e fui correndo pra casa, largando lá o garoto sem entender nada

Chegando em casa comecei a compor "Jesus Of Suburbia". Precisa ser algo épico, que deixe claro a vida de merda que algumas pessoas levam nesse país. Será uma música enorme, e essa será a parte I:

Part I

Jesus of Suburbia

"I'm the son of rage and love

The Jesus of Suburbia

From the bible of "none of the above"

On a steady diet of

Soda pop and Ritalin

No one ever died for my sins in hell

As far as I can tell

At least the ones I got away with

And there's nothing wrong with me

This is how I'm supposed to be

In a land of make believe

Who don't believe in me

Get my television fix

Sitting on my crucifix

The living room on my private womb

While the Moms & Brads are away

To fall in love and fall in debt

To alcohol and cigarettes

And Mary Jane

To keep me insane

Doing someone else's cocaine

And there's nothing wrong with me

This is how I'm supposed to be

In a land of make believe

That don't believe in me"

Aí sim. Me sinto como um adolescente de novo, cometendo as bobagens de me drogar, me apaixonar... nossa, naquela época que eu tive o sucesso do Dookie. Já sei o que fazer, tenho que voltar a ser o punk de sempre! E que se fodam as consequências.